Os aparelhos eletro-eletrônicos facilitam a
vida moderna, ampliando a comunicação e diminuindo o tempo. No entanto,
constantemente, eles falham, deixando uma irritação típica dos dias atuais, com
um nível de estresse que beira ao absurdo! E, então, nos damos conta de
que as invenções pararam no tempo em que foram criadas. É a iluminação que cai,
a internet que não conecta e os celulares que não 'pegam' em determinado lugar.
Hoje, com a facilidade de crédito e as inúmeras ofertas nas lojas, tudo se
torna obsoleto em pouco tempo de uso. Os bens duráveis já não duram tanto e
muitas vezes, é mais fácil jogá-los no lixo do que consertar quando apresentam
defeitos.
A primeira televisão que chegou à minha casa,
funcionava à válvula e durou mais de 20 anos, até estragar. Ela foi substituída
por outra, menor, colorida, que não teve mais do que uma década de vida. Talvez
pelos constantes estragos, eu me recuse a acreditar em promessas
mirabolantes. Tanto que custei a ter um celular e não utilizo a internet
como a maioria das pessoas. Mas, confesso que me rendo a algumas novidades.
Quando meu filho nasceu, por exemplo, troquei uma máquina fotográfica
antiga por uma mais moderna, instantânea. E me viciei em gravar
músicas e filmes pela internet. Em compensação, perdi a conta de quantos
aparelhos de DVD adquiri desde que ele foi inventado, nos anos 80.
Há um mês cheguei de um passeio com meu
filho e simplesmente não havia luz em casa. A escuridão era tanta que
sequer consegui acender uma vela. Tive que esperar mais de três horas para que
a iluminação voltasse. Neste dia, o Eduardo tomou banho de caneco, como nos
tempos da minha avó. Para distrai-lo e disfarçar minha raiva, contei
historinhas até cansar. Fiquei pensando no e-mail que não mandei, na costura
que não completei e no livro que não li naquela noite. Sem energia elétrica,
tudo parou e atrapalhou a minha rotina.
Sei que um dia as pessoas viveram sem luz
elétrica, sem computador, sem relógio ou outras
parafernálias. E, talvez até vivessem melhor do que nos dias
atuais. Mas, uma vez que se acostuma com o conforto, é difícil viver sem
ele. A casa dos meus avós era muito simples, com fogão a lenha, televisão à
válvula e água de cisterna. Nossas férias eram passadas ali, com muita
brincadeira ao ar livre e casos contados pelo meu avô. Hoje, as crianças não
são menos felizes, mas, os tempos são outros. Acostumadas com a tecnologia,
elas não saem da frente do computador ou do celular onde, sozinhos, se
divertem. Quem sabe os cientistas não criem um amigo biônico, com quem estes pequenos possam ao menos interagir?
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