ESCRITORAS


ADALZIRA BITTENCOURT – Escritora, feminista, advogada e poeta brasileira nascida em Bragança Paulista (SP), em 02/11/1904, Adalzira Cavalcanti de Albuquerque Bittencourt Ferrara fundou o periódico Miosótis, em Piracicaba (SP), além de colaborar com outros jornais da época de São Paulo e de Minas Gerais, sempre enfatizando a importância da mulher na sociedade. Em 1946 organizou a Primeira Exposição do Livro Feminino, no Rio de Janeiro, e três anos depois, em São Paulo. Formou-se em Direito em 1927, sendo a única mulher de sua turma, na USP, e lançou seu primeiro livro "Mal-me-quer", em 1919. Foi professora universitária em Buenos Aires, Argentina, onde morou, e foi redatora do jornal La Jeunesse et la  Paix Du Monde. Em 1932 criou uma escola pare menores, a Pró-Paz. Foi membro e primeira presidente da Academia Feminista de Letras, no Rio de Janeiro, membro da Academia de Letras das Três Fronteiras, da Academia Guanabarina de Letras, do Pen (Poesia, Ensaio e Romance), da União Brasileira de Escritores e do Clube do Brasil. Em 1951 fundou o Jornal Mensageiro do Lar das Crianças, no Rio de Janeiro (RJ). Em algumas obras, usava o pseudônimo Alba Maguary. Foi militante do Partido Republicano Feminino. Morreu em 28/10/1976, no Rio de Janeiro, aos 71 anos.





ADALGISA NERY – Poeta, política e jornalista nascida no Rio de Janeiro (RJ) em 29/10/1905, filha de um funcionário da prefeitura, e de uma portuguesa, Adalgisa Maria Feliciana Noel Cancela Ferreira, participou como comentarista de política nos jornais ‘Última Hora’, ‘O Cruzeiro’, ‘Dom Casmurro’, entre outros.  Foi eleita deputada três vezes, primeiro pelo PSB e depois pelo MDB. Cassada pela Junta Militar em 1969, chegou a morar na casa do apresentador Flávio Cavalcanti por algum tempo e a ele dedicou um de seus livros. Casou-se duas vezes: aos 16 anos com seu vizinho, o pintor Ismael Nery, com quem teve 7 filhos (só dois sobreviveram), e com o diplomata do Brasil no México Lourival Fontes, que a trocou por outra. Viúva do primeiro casamento, aos 29 anos, com dois filhos para criar, conseguiu emprego na Caixa Econômica e depois no Itamaraty. Escreveu os livros ‘A Mulher Ausente’, ‘Ar do Deserto’, ‘Cantos da Angústia’, entre outros e sua autobiografia 'A Imaginária'. Foi retratada pelos amigos Diogo Rivera e José Orozco. No México, recebeu a Ordem da Águia Austeca, nunca antes concedida a uma mulher, por causa de suas conferências sobre Juana Inés de la Cruz. Em vida, doou os bens aos filhos, e sem casa e sem dinheiro, chegou a morar numa das casas do apresentador Flávio Cavalcanti de 1974 a 1975 e depois foi para casa do filho caçula, mas se internou num asilo, deixando à ele um bilhete avisando da mudança. Morreu em 07/06/1980, de AVC, aos 74 anos.


ADELAIDE DE CASTRO ALVES GUIMARÃES - poetisa, musicista, pintora e desenhista nascida em Salvador (BA) em 22/03/1854, filha do médico-cirurgião Antônio José Alves e irmã do poeta Castro Alves, usava o pseudônimo  Sílvia, em suas obras. Foi casada com o jornalista e político baiano Augusto Álvares Guimarães, com quem teve uma filha, a poetisa Glória de Castro Alves Guimarães. Em seu "palacete da Soledade", reunia intelectuais, como o político Rui Barbosa. Morreu no Rio de Janeiro (RJ), 21/09/1940.


ADÉLIA PRADO Poetisa, professora, filósofa nascida em 13/12/1935 em Divinópolis (MG), Adélia Luzia Prado de Freitas, filha de um ferroviário e de uma dona-de-casa, estreou na Literatura em 1976 com o livro de poemas ‘Bagagem’. Em 1978 recebeu o prêmio Jabuti de Literatura, recebendo outros tantos durante a carreira, como o da ABL e APCA. Escreveu depois: ‘Manuscritos de Felipa’, ‘Oráculos de Maio’ e ‘O Coração Disparado’. Casada com um ex-funcionário do Banco do Brasil, tem 5 filhos. Seu nome é uma homenagem à Santa Luzia. Antes de ser famosa, exerceu o magistério por 24 anos, em escolas de Divinópolis, como no Ginásio Estadual Mello Viana, na Escola Estadual São Vicente, Matyas Ciprien, Nossa Senhora do Sagrado Coração, entre outros. Em 1980 passou a dirigir peças teatrais do grupo Cara e Coragem, como "O Auto da Compadecida" e "A Invasão". De 19863 a 1988 exerceu as funções de Chefe da Divisão Cultural da Secretaria Municipal de Educação e da Cultura de Divinópolis ,voltando ao cargo em 1993. Tem seus livros traduzidos para várias línguas.


AGATHA CHRISTIE – Romancista nascida na Inglaterra em 15/09/1890, Agatha Mary Clarissa Miller estreou na literatura em 1926 com o livro ‘O Assassinato de Rober Acroyd’, a primeira de mais de 150 novelas. Especializou-se em suspense e nos seus livros há sempre vários suspeitos para um crime e finais inesperados. Suas obras foram traduzidas para várias línguas e adaptadas em filmes e peças teatrais (a peça ‘Ratoeira’ permanece em cartaz em Londres há mais de 30 anos). Começou a escrever por acaso, quando bateu uma aposta com os amigos de que escreveria um romance. No início usou pseudônimo de Mary Westmacott. Morreu em 12/01/1976 de ataque cardíaco em Wallingford, Inglaterra.


ALAÍDE LISBOA DE OLIVEIRA – Escritora, política e professora nascida em 22/04/1904 em Lambari (MG) em 1997, irmã da escritora Henriqueta Lisboa e do poeta José Carlos Lisboa, colaborou com revistas, jornais e livros didáticos e recebeu o prêmio da União Brasileira de Escritores por seu livro ‘Crítica e interpretação’. Foi a primeira vereadora de Belo Horizonte na década de 40 e durante seu mandato conseguiu um aumento salarial para as professoras. Atuou na Escola Normal Modelo (atual Instituto de Educação) e na Universidade de Minas Gerais (atual UFMG). Ocupou ainda a presidência dos Professores Primários de Minas Gerais (APPMG). Escreveu ‘A bonequinha Preta’, ‘O Bonequinho Doce’, ‘Gato que te quero Gato’, entre outros. Casada com o professor José Lourenço de Oliveira, teve 4 filhos. Morreu em 04/11/2006, em Belo Horizonte (MG), com 102 anos.



ALICE WALKER – Escritora, poetisa, ativista e feminista nascida em 09/02/1944, em Eatonton, Estados Unidos, filha de agricultor e costureira, Alice Malsenior Tallulah-Kate Walder escreveu o livro "A Cor Púrpura", que ganhou o National Book Award e o Prêmio Pulitzer de Ficção, além de ter virado filme nos anos 80. Com 7 irmãos, um deles atirou acidentalmente em seu olho direito, deixando-a cega aos 8 anos de idade, fato que ela contou no Ensaio "Quando Meu Par Sou Eu". Ela começou a escrever após o acidente, sempre focalizando em seus conflitos pessoais, como idéias suicidadas, o aborto provocado ainda na juventude, e os problemas sociais. Casou-se em 1967 com o advogado Melvyn R. Leventhal, e foram morar em Jackson, no Mississippi. Por serem o primeiro casal inter-racial (o marido era branco, e ela negra), foram perseguidos pela população branca e pelos membros da Ku Klux Klan. Tiveram uma filha, Rebecca. Escreveu "The Third of Grange Copeland", "In Love and Trouble: Stories of Black Women", "The Temple of May Familiar", entre outros.




AMÁLIA DOS PASSOS FIGUEIROA Jornalista e poetisa nascida em Porto Alegre (RS), em 31/08/1845, filha do jornalista português Manuel dos Passos Figueiroa, e de uma dona-de-casa, irmã da escritora Revocata dos Passos Figueiroa de Melo, ficou órfã aos 4 anos de idade, e começou a escrever na adolescência. Numa viagem ao Rio de Janeiro, com o irmão, conheceu vários intelectuais e foi incentivada por eles a publicar seus poemas no jornal A Luz, na Revista da Sociedade e em jornais de Porto Alegre. Foi integrante da Sociedade Partenon Literário, e lutou pela Abolição da Escravatura e pelos direitos das mulheres. Chegou a ficar noiva do poeta e ourives, Carlos Augusto Ferreira, mas ele desistiu do compromisso ao aceitar uma bolsa de estudos do imperador Pedro II e se mudou para o Rio de Janeiro. Morreu de tuberculose, em 24/09/1878, aos 33 anos. Dá nome a uma rua em Porto Alegre, e é membro da Academia Literária Feminina do Rio Grande do Sul.


AMÉLIA DE FREITAS BEVILÁCQUA Escritora, jornalista, advogada e feminista nascida em Jerumenha (PI), em 07/08/1860, filha de um desembargador e de uma dona-de-casa, Amélia Carolina de Freitas Beviláqua, foi pioneira na luta pelos direitos das mulheres no Brasil. Teve a inscrição de poetisa recusada na ABL em 1930 à vaga de Alfredo Pujol, e seu marido, o jurista cearense Clóvis Bevilácqua, rompeu com a instituição após o episódio. Os dois se conheceram em Pernambuco, na faculdade de Direito e se casaram em 1883. Só em 1970 o acadêmico Osvaldo Orico apresentou uma proposta para que fosse alterado o artigo 17 do Regimento Interno da Academia. A mudança permitiria que as mulheres pudessem inscrever-se para as vagas da entidade, mas só em 1976 a emenda foi aprovada. Em 1977 Rachel de Queiroz foi eleita, sendo a primeira acadêmica. Quatro anos depois foi a vez da escritora Dinah Silveira de Queiroz. Escreveu: 'Angústia', 'Impressões', 'Jeannette' e outros. Começou a carreira de escritora na infância, colaborando com o jornal de sua escola, em São Luís. Depois, publicou trabalhos em jornais do Recife e na Revista do Brasil de São Paulo. Foi redatora do periódico O Lyrio e membro da Academia Piauiense de Letras, além de patrona da cadeira 48 da ala Feminina da Casa Juvenal Galeno-Ceará. Influenciou a criação do jornal Borboleta, em Teresina, Piauí. Chegou a usar pseudônimos para ser aceita no mundo das Letras. Morreu em 17/11/1946 no Rio de Janeiro (RJ).


ANA CRISTINA CÉSAR Poeta, tradutora e jornalista nascida no Rio de Janeiro (RJ) em 02/06/1952, filha do sociólogo e jornalista Waldo Aranha,  fundador da Editora Paz e Terra, Ana Cristina Cruz César,foi sócia honorária da “Geração Mimeógrafo”, grupo de jovens que faziam circular seus versos em cópias mimeografadas. Morou em Londres, São Paulo e Rio de Janeiro. Começou a fazer poema aos seis anos de idade e a traduzir livros, aos 19 anos. Formada em Letras pela PUC, fez mestrado, publicou suas poesias em revistas e jornais alternativos. É autora de “A Teus Pés” (nome também de sua biografia), e editora do livro 'Luvas de Pelica'. Suicidou-se aos 31 anos, pulando da janela do apartamento dos pais em 29/10/1983, na rua Toneleros, em Copacabana. Antes do suicídio passava por uma crise nervosa que já durava 3 meses. Tinha dois irmãos: Felipe e Flávio, viúvo de Gabriela Leite, fundadora da Daspu. Em 2016 foi homenageada no Festival Literário de Paraty, tendo sido lançado um livro de fotografias da escritora. Muitas de suas cartas foram censuradas pela família, principalmente as enviadas ao escritor Caio Fernando Abreu. Seu acervo literário está guardado no Instituto Moreira Salles.





ANA MARIA MACHADO – Escritora nascida em 24/12/1941 no Rio de Janeiro (RJ), filha do político e jornalista Mário Martins, irmã do jornalista Franklin Martins, escreveu 105 obras infantis, entre elas ‘Um Maravilhoso Boi Voador’, ‘Bisa Bisa Bisa Bel’ e ‘Raul da Ferrugem Azul’. Recebeu o prêmio Hans Cristian Andersen, espécie de Nobel da Literatura infantil, que congrega 61 países. Em 1969 foi pioneira, ao publicar sua primeira obra infantil na revista Recreio, quando o governo passou a comprar muitos livros para as escolas públicas. Antes disso, não havia literatura infantil no Brasil, com exceção de Monteiro Lobato. Em 1964 se engajou na política depois do golpe militar e acabou exilada na Europa. Em 2001 recebeu o prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras. Em 2003 foi eleita para a cadeira número um da Academia que tinha sido ocupada pelo jurista Evandro Lins e Silva. Entre 2012 e 2013, foi diretora da Academia. Formada em Letras Neolatinas, estudou no Museu de Arte Moderna, no Rio e no Moma, de Nova Iorque. Foi professora na faculdade de Letras da UFRJ e em escolas públicas e particulares, e em faculdades estrangeiras. Foi chefe no jornal do Brasil e trabalhou para a revista Recreio, os jornais O Globo e Correio da Manhã, entre outros. Em 1977 ganhou o prêmio João de Barro pelo livro "História ao Contrário". Também foi editora. É casada com o músico Lourenço Baeta, do Quarteto Boca Livre, com quem teve uma filha.  Seu primeiro casamento foi com o médico Álvaro Machado, com quem teve dois filhos.


ANAIS NIN – Escritora nascida em Neuilly-sur-Seine, França, em 21/02/1903, filha do compositor cubano Joaquin Nin e de uma cantora francesa, Angela Anais Juana Antolina Rosa Edelmira Nin y Culmell, ficou conhecida pela voracidade sexual. Começou a escrever aos 12 anos de idade e durante 40 anos, escreveu suas ideias num diário pessoal. Com 30 anos, casada, passou a procurar amantes na elite parisiense e segundo dizem teria transado com o próprio pai. Foi amante de Henry Millher e foi casada com Rupert Pole e com Hugh Guiller (somente após a morte dele, é que ela permitiu que o diário fosse publicado). Seus romances falam sobre o universo feminino sob uma ótica psicanalítica. Escreveu ‘A Casa do Incesto’, ‘Collages’, ‘Os Diários de Anais Nin’, 'Delta de Vênus', entre outros. Foi bígama por 23 anos e quando morreu, seus obituários publicados em Nova Iorque e em Los Angeles (EUA) obtinham sobrenomes diferentes. Seus contos eróticos só foram publicados após sua morte, aos 73 anos, em 14/01/1977, que aconteceu em Los Angeles. Sua vida serviu de inspiração para o filme americano "Henry e June", de 1990.




ÂNGELA DO AMARAL RANGEL - poetisa e jornalista nascida no Rio de Janeiro (RJ) em 21/05/1725, de família rica, foi a primeira poetisa brasileira a ter seus versos publicados antes de 1822. Participou como membro da Academia dos Seletos, em 30/1/1752, sendo a única mulher a ser incluída na obra. Seus versos, em português e espanhol, foi reproduzido por José Aderaldo Castelo no Movimento Academicista no Brasil. Cega de nascimento, ficou conhecida como a ' Ceguinha'. Não se sabe a data de sua morte, nem muitos detalhes de sua vida, porque era uma pessoa muito discreta. Dá nome a uma rua do bairro Bangu, no Rio de Janeiro.




ANNA AKHMATOVA Poetisa, tradutora, advogada e biógrafa nascida na Rússia em 23/06/1889, Ana Andreyevna Gorenko lutou contra a falta de clareza e contra a obscuridade do simbolismo. Seus poemas falam de confissões líricas sobre o amor. Teve uma longa amizade com a poeta Marina Tsvetaeva, sua compatriota, com quem trocou correspondências poéticas. Foi casada com o poeta Nikolaï Goumilev, com quem teve um filho, o historiador Lev Goumilev. Seu marido foi executado em 1921 por causa de atividades consideradas anti-soviétiques, enquanto ela foi forçada ao silêncio, não podendo a sua poesia ser publicada por alguns anos. Com isso, passou dificuldades financeiras e passou a traduzir livros. Recebeu dois prêmios: Taormina e Oxford, em 1965. Começou a escrever poesia aos 11 anos e assinou seus primeiros trabalhos com o nome da sua bisavó, Tatar, por imposição do pai, que temia que o nome da família ficasse manchado. Aos 16 anos seu pai saiu de casa e ela continuou os estudos, entrando para a faculdade de Direito em 1907. Foi casada pela segunda vez, e novamente se divorciou. Morreu em Leningrado em 06/03/1966, aos 76 anos.


ANNE BRONTÉ - Novelista e poeta nascida em 17/01/1820, em Yorqueshire, filha de um pastor, é a caçula das irmãs Bronté. Sua mãe morreu de doença venérea, quando ela estava com um ano de idade, e foi criada pela tia, numa fazenda ladeada por montanha, que serviu de inspiração para as meninas, que aprenderam ainda música e desenho. Apaixonadas por literatura, as três passavam horas lendo os livros da biblioteca do pai. Antes de ser escritora, trabalhou como governanta numa casa rica, e foi dali que tirou inspiração para seu primeiro romance ‘Agnes Grey’. Na adolescência frequentou um internato em Mirfield, ao lado das irmãs. Aos 19 anos deixou o emprego para escrever e sua primeira publicação foi em 1846, um livro de poemas escrito com as irmãs. O livro foi um fracasso de vendas, mas elas não desistiram e só vieram a publicar novamente, anos depois, quando retornaram à casa dos pais, após tentar a vida trabalhando em outras cidades. Então, iveram a ideia de publicar os poemas que tinham escrito, sozinhas. Escreveu ‘A Castelã de Wildfell Hall',  considerado um dos primeiros romances feministas,  "Não vou Fazer Luto Por Ti, Meu Querido", uma homenagem a um rapaz por quem se apaixonou, entre outros. Usava o pseudônimo Acton Bell. Em 1848, num espaço de dez meses, três dos quatro irmãos Brontés morreram em casa, doentes. Morreu de tuberculose em 28/05/1849, aos 29 anos (as 3 irmãs foram vitimadas pela doença, morrendo com um mês de diferença). Foi enterrada em Scarborough e seu pai não chegou a tempo do funeral. Era a mais calada das irmãs e tinha dificuldades em fazer amizades.




ANAYDE BEIRIZ – Poetisa e professora nascida em João Pessoa, na Paraíba em 18/02/1905, escandalizou a sociedade dos anos 20 com sua maneira de enxergar a vida. Foi perseguida, criticada e teve seu nome excluído das páginas da história oficial da cidade, por causa de um romance escondido com o advogado João Dantas. O romance veio à tona quando o escritório dele foi saqueado e as cartas de amor que ela havia lhe escrito, foram espalhadas pelas ruas. João Dantas desconfiou do presidente da Paraíba João Pessoa, e o assassinou com 2 tiros no peito. Na cadeia, ele suicidou-se com um bisturi arrumado por Anayde. Ela fugiu para o Recife, onde se matou 16 dias depois, tomando arsênico, em 22/10/1930 (tinha 25 anos). Após sua morte,  grande parte de sua produção literária foi queimada. Sua vida é contada no filme ‘Parayba, Mulher Macho’, de Tizuka Yamazaki, no livro de José Jofilly, “Anayde – Paixão e Morte na revolução de 30” e no livro “Anayde Beiriz – Panthera dos Olhos Dormentes”, de Marcus Aranha. Formou-se em Magistério aos 17 anos e passou a alfabetizar pescadores da vida do Cabedelo. Também foi vencedora do concurso de beleza do Correio da Manhã, em 1925 e chamaram a atenção seus olhos negros, que lhe valeram o apelido. Era mau vista por frequentar saraus literários. Seu corpo está enterrado no cemitério de Santo Amaro, como indigente. Como cidadã, defendia as mulheres no campo político. Também chamava a atenção pelas roupas decotas e o cabelo à la garçonne.




ANNE FRANK Estudante judia nascida em Frankfurt, na Alemanha em 12/06/1942, Anneliese Marie Frank é autora do livro ‘O Diário de Anne Frank’, que se tornou best seller em 52 países. O livro conta o horror do Holocausto, que ela presenciou junto com a família (os pais e a irmã, três anos mais velha que ela), todos escondidos no sótão de um armazém, durante dois anos, no canal Prinsengracht. Acabaram descobertos e levados para o Campo de Concentração. Tinha 4 anos quando Hitler assumiu o poder, em 1933. Morreu em 31/05/1935 de tifo e inanição, aos 16 anos. De sua família, só restou o pai, Otto Frank, que guardou fragmentos do diário e o publicou em 1947. Com a morte de Otto em 1980, algumas páginas que não constaram no livro foram incluídas na nova edição. Nele, a menina reclamava dos conflitos que tinha com a mãe, e questionava sua própria sexualidade. A fundação 'Anne Frank' é herdeira legal dos manuscritos. Nunca se soube como o esconderijo foi descoberto pelos nazistas. Os relatos de Anne foram recuperados por um dos funcionários do armazém, que conseguiu escapar do campo de concentração. Nos anos 60 A Casa de Anne Frank passa a ser um museu. O diário, com capa xadrez em vermelho e branco, começou a ser escrito quando Anne tinha 13 anos (ela o ganhou de aniversário de uma amiga), e contém ainda frases de pessoas famosas e importantes, além de contos e os desejos da menina de se tornar escritora.


ANTONIETA DIAS DE MORAES – Poetisa, escritora, novelista nascida em 04/04/1916 em Santos (SP), Maria Antonieta Dias de Morais iniciou a carreira em 1948. Em 1957 representou o Brasil no mundo com seus livros infantis e em 1973 publicou ‘Três Garotos na Amazônia’ onde exaltava a importância da preservação do meio ambiente. Recebeu influência de Monteiro Lobato e um dos seus livros mais famosos foi ‘Tonico e o Segredo de Estado’, que vendeu mais de 400 mil exemplares e "O Jornal Falado", "Macaco Sabido", entre outros. O livro rendeu-lhe o Prêmio Nacional da Espanha. Achava que demorou a fazer sucesso por ter se filiado ao partido Comunista. Divorciada em 1957, deixou os três filhos adolescentes com seu marido, para viver na Europa e na Argentina. Morreu em São Paulo, em 04/04/1999, aos 83 anos de problemas circulatórios, no dia do seu aniversário.


ASTRID LINDGREN - Escritora nascida em 1889 em Odessa, Ucrânia, em 14/11/1907, autora de mais de 100 livros infantis traduzidos para 70 idiomas, Anna Andreievna Gorenko Akhmatova, pertencia ao clube dos grandes best-sellers mundiais com mais de 120 milhões de exemplares vendidos. Foi uma das fundadoras do acmeísmo, corrente literária russa do princípio do século XX que se situa entre o simbolismo e o futurismo. Escreveu 'Entardecer', 'O Rosário' e ‘Píppi Meialonga’, que virou filme. Seu poema 'Requiem' não foi publicado na antiga URSS até 1987, porque era dedicado à memória das vítimas de Estaline. Muitos de seus livros são baseados em sua vivência, na fazenda, na Suécia, onde passou parte da infância. Recebeu vários prêmios de Literatura. Em 1944 tirou o segundo lugar numa competição organizada pela editora Rabén & Sjogren, com o romance "Britt-Marie Desafoga Seu Coração". No ano seguinte ganhou o primeiro prêmio com o livro infantil "Píppi Meialonga, que havia sido rejeitado por uma editora. Em 1948 foi para os Estados Unidos para escrever crônicas para a revista feminina Damernas Varlimilo. Em 1976, irritada com os impostos suecos, publicou uma crônica no jornal Expressen, que provocou um acirrado debate durante a eleição e acarretou a queda do governo, pela primeira vez em 40 anos. Dez anos depois ganhou o prêmio Hans Christian Andersen da literatura juvenil. Em 1994 recebeu o Prêmio Nobel Alternativo por sua luta pelos direitos das crianças e dos animais e por oposição à punição corporal. Morreu em 28/01/2002 em Estocolmo, aos 94 anos. Quatro anos antes havia sido proclamada Personalidade do Ano, na Suécia, por um programa de rádio. Dá nome a uma satélite, o Astrid 1, lançado em 24/01/1995. Em 2005 a coleção dos seus manuscritos foi adicionada à lista de herança cultural da Unesco.



AUDRE LORDE – Escritora nascida em Nova Iorque em 18/02/1934, Audrey Geraldine Lorde aborda temas polêmicos como racismo, feminismo, sexualidade e direitos civis. Casada com Edwin Rollins, de 1962 a 1970, teve os filhos: Jonathon, Elizabeth. Míope com gravidade, era oficialmente considerada cega. Adotou o nome artístico, tirando o Y do nome, por acreditar que assim ficaria mais compreensível. Assumiu ser lésbica ao frequentar a Universidade Nacional do México, quando passou a participar ativamente do grupo LGBT de Greenwich Village. Teve um romance com a escritora Frances Clayton e com a escultora e pintora, Mildred Thompson. Obteve mestrado em Biblioteconomia na Universidade Columbia, e trabalhou como bibliotecária em Mount Vernon, Nova Iorque. Trabalhou na Universidade de Berlim, como professora. Escreveu: "The First Cities", "Cables to Rage", "Hanging Fire", entre outros. Foi apelidada de "Gambda Adisa" (Guerreira, em africano). Morreu de câncer de fígado, em 17/11/1992, com 58 anos, em Saint Croix, Ilhas Virgens Americanas


AUTA DE SOUZA – Escritora e poetisa nascida em Macaíba (RN) em 12/09/1876, filha do dirigente local do Partido Liberal e de uma dona-de-casa, irmã do poeta e deputado Henrique Castriciano, ficou órfã aos 2 anos, tendo sido criada pela avó, numa chácara. Estudou num convento, dos 11 aos 14 anos, onde aprendeu francês, inglês, literatura e desenho. Lá, escreveu seu livro ‘Hôrto’, de poesias, que fala de dor e sofrimento. Aos 12 anos, perdeu o irmão, que morreu numa explosão de um candeeiro. Em 1894 fundou o 'Clube do Biscoito' que promovia reuniões de declamação de poesias. Também colaborou com jornais , como 'O Paíz', 'A República' e 'A Tribuna', e revistas como 'Oásis'. Usava os pseudônimos Ida Salúcio e Hilário das Neves, prática comum na época. Aos 16 anos, foi professora de catecismo em Macaíba e escreveu versos religiosos. Frequentava o Club do Biscoito, associação de amigos que promovia reuniões dançantes e recitais de poemas famosos. Por volta de 1895, conheceu o promotor público João Leopoldo da Silva Loureiro, com quem namorou por um ano, mas teve que se afastar dele por determinação dos irmãos, preocupados com a doença dela, tuberculose, e o desgosto serviu de tema para algumas poesias. Morreu aos 25 anos em 07/02/1901, em Natal e está enterrada no cemitério do Alecrim. Seus restos mortais foram transportados para o jazigo da família, na parede da igreja Nossa Senhora da Conceição, em Macaíba. Em 1936 a Academia Norte-Riograndense de Letras dedicou-lhe a poltrona XX. Em 1951 foi feita uma lápide contendo versos extraídos de seu poema "Ao pé do Túmulo". Sua vida é contada no documentário "Noite Auta, Céu Risonho, de Ana Laudelina Ferreira Gomes, de 2008.





AYAAN HIRSI ALI – Escritora, roteirista e ativista política, nascida em Mogadiscio, Somália, África, em 13/11/1969 escreveu ‘Infiel”, livro que conta sobre a mutilação feminina que acontece entre alguns povos islâmicos. Na Holanda, para onde fugiu, foi parlamentar pelo Partido Liberal. Foi colaboradora do cineasta Téo van Gogh, escrevendo o roteiro do filme dele, "Submission" (após o filme os dois foram perseguidos, e o diretor assassinado, em 2004). A partir daí, ameaçada, ela passou a viver protegida por guarda-costas. Luta contra a mutilação genital, cultura de seu país e contra o machismo. Atualmente vive nos Estados Unidos. Em 2005, Ayaan entrou para a lista das 100 pessoas mais influentes do mundo, pela revista Times. É uma das fundadoras da organização de diretos das mulheres AHA Foudation. Recebeu vários prêmios por suas atuações políticas e em 2006 publicou seu livro de memórias, "Infiel". Desde 2013 trabalha para a universidade de Harvard. É casada com o historiador britânico, Niall Ferguson.


AYA RAND – Escritora, dramaturga, roteirista e filósofa nascida em São Petersburgo, Rússia, em 02/02/1905, ficou conhecida por desenvolver um sistema filosófico chamado Objetivismo, rejeitando a fé e a religião, em oposição ao coletivismo, ao anarquismo e ao estatismo. Já na arte, promoveu o realismo romântico e criticou os filófosos gregos.  Ela apoiou o egoísmo racional e ético e rejeitou o altruísmo. Mudou-se para os Estados Unidos em 1926, onde trabalhou com o roteiristas de filmes em Hollywood e peças teatrais na Broadway, entre 1935 e 1936. Escreveu os livros "Qué é John Galt?", "Vontade Indômita", "A Nascente", entre outros. Seus romances serviram de inspiração par ajogos eletrônicos e músicas americanas. Morreu em 06/03/1982, em Manhathan, Nova Iorque, Estados Unidos.

BÁRBARA CARTLAND– Escritora e jornalista nascida em 09/07/1901 na Inglaterra, Mary Barbara Hamilton Cartland começou a escrever para ajudar a mãe nas despesas, quando seu pai cometeu suicídio em 1918, ao falir nos negócios. Escreveu sua primeira novela aos 20 anos. Em 75 anos de carreira escreveu 723 livros românticos, traduzidos para o vários idiomas, e lhe valeu o título de 'rainha das novelas'. Recebia mais de 50 mil cartas por mês, e chegou a vender um bilhão de exemplares em todo o mundo. Usou também o pseudônimo de Barbara McCorquodale. Tornou-se uma das mais populares personalidades da mídia inglesa, aparecendo em eventos e na televisão, vestida sempre de cor-de-rosa e falando sobre amor. Era cliente da estilista da rainha Elizabeth, que continuou fazendo seus vestidos, que ao final da vida, se tornaram estranhos e passaram a ser criticados. Seus livros mostram, sempre, mulheres virgens e pobres que se casam com homens ricos, uma espécie de princesa da modernidade. Foi colunista do jornal London Daily Express e publicou seu primeiro romance, 'Jigsaw', em 1923. Também chegou a escrever e produzir peças teatrais picantes, entre elas "Blood Money", de 1926. Em 1983 entrou para o 'Who's who" britânico, publicações que contém informações de pessoas famosas e no mesmo ano entrou para o livro Guiness Bokk of World Records como a maior autora de best-sellers do mundo. Escrevia um livro a cada duas semanas. Foi casada com um oficial do Exército e herdeiro de uma tipografia, com quem teve a filha, Raine MacCorquodale e com o pai da princesa Diana, o conde John Spencer, e com um primo de seu ex-marido, com quem teve os filhos Ian e Glen. Morreu em Londres no dia 21/05/2000, aos 98 anos, de causas não divulgadas. Seu corpo foi enterrado em sua propriedade, embaixo de uma árvore. Sua vida é contada em sua autobiografia 'Barbara Cartland'.

BARBARA HELIODORA - Escritora, poetisa, ativista política e professora universitária nascida em 1758 em São João del Rey (MG), escreveu os poemas "Conselhos a meus filhos" e duas peças literárias, mas suas obras são atribuídas ao marido, o escritor Alvarenga Peixoto, com quem teve 4 filhos. Os dois, que já viviam juntos há muito tempo, e tinham uma filha de 3 anos, só se casaram em 1781, graças a uma portaria do bispo de Mariana. A menina, Maria Ifigênia, morreu aos 13 anos, após uma queda de cavalo. Teve importante participação no Movimento Inconfidente e por isso ganhou o título de "Heroína da Inconfidência Mineira". O marido morreu na África, para onde foi deportado. Para que o governo não confiscasse seus bens, foi declarada demente, tendo então sua assinatura se tornado inválida, já que havia vendido a fazenda para terceiros. Viveu seus últimos anos em São Gonçalo do Sapucaí, MG. Morreu de tísica (tuberculose), em 24/05/1819, em São Gonçalo da Campanha, MG, aos 60 anos. Seu corpo está enterrado na matriz da cidade.


BEATRIZ FRANCISCA DE ASSIS BRANDÃO - Poeta, musicista, escritora, tradutora e diretora de colégio para meninas, nascida em Vila Rica (atual Ouro Preto, MG) em 29/07/1779, filha do sargento-mor Francisco Sanches Brandão, foi a patrona da cadeira n°38 da Academia Mineira de Letras e pertenceu à Sociedade Promotora da Instituição Pública da Cidade de Ouro Preto. D. Beatriz, como era conhecida, colaborava com o jornal ‘Marmota Fluminense’. Em 1856 publicou seus versos 'Cantos da Mocidade’ no Parnaso Brasileiro. Casou-se aos 33 anos com o alferes Vicente Batista Rodrigues Alvarenga, sis anos mais jovem e não teve filhos. Com 60 anos, consegue o divórcio e se muda para o Rio de Janeiro, RJ. Morreu no Rio de Janeiro em 05/02/1868.



BELL HOOKS - Escritora, professora e filósofa, nascida em 25/09/1952 em Hopkinsville, Kentucky, EUA, Gloria Jean Watkins, seu pseudônimo foi inspirado em sua bisavó (bell, com letra minúscula, como ela gosta de usar). Publicou mais de 30 livros, com enfoque em sexualidade, mídia de massa, educação, arte, raça e história. Em 2014 fundou o bell hooks Institute, em Berea College, Kentucky. Recebeu o Prêmio American Book Award. Escreveu: "Olhares Negros", "Erguer a Voz: Pensar como Feminista, Pensar como Negra", entre outros. Tem 5 irmãs.





BERTA VON STUTNER Escritora, editora e compositora nascida em Viena, Tchecoslováquia em 09/06/1843, Bertha Felicie Sophie Grafin Kinsky von Wchinitz und Tettau, filha de um marechal e conde, ganhou o Nobel da Paz em 1905 por sua atividade como pacifista, sendo a primeira mulher a receber o prêmio. Aos 30 anos, ao trabalhar na casa de um barão como dama-de-companhia, se apaixonou pelo filho dele, Arthur von Suttner e foi demitida. Os dois se casaram escondido, anos depois e só voltaram para a Áustria, ao serem perdoados pela família dele. Em 1875 foi para Paris, onde trabalhou como secretária do industrial sueco Alfred Nobel. Estudou música com especialização em óperas e línguas. Escreveu quatro novelas e livros, entre eles "Inventário de uma Alma","Idade das Máquinas" e "Es Lowos". Em 1891 ajudou a organizar o primeiro Congresso Internacional de Paz, em Viena e fundou a Sociedade Austríaca dos Amigos da Paz. No ano seguinte fundou com A. H. o jornal "Abaixo as Armas", título de um de seus livros, que circulou até 1899, sendo substituído pelo jornal Friedenswarte. Em 1913, aos 70 anos, discursou no congresso internacional da paz em Haia, quando foi homenageada com o prêmio generalíssimo do movimento da paz. No mesmo ano, seu livro "Abaixo as Armas" foi adaptado para o cinema. Morreu em 21/06/1914, de câncer, na Áustria. Foi cremada em Gota e suas cinzas espalhadas ao vento.


BETTY FRIEDAN – Escritora, jornalista, psicóloga e ativista feminista judia nascida em 04/02/1921 em Peoria, Illinois (EUA), Betty Naomi Goldstein Friedan ajudou a deflagrar a explosão feminista com a publicação do livro “A Mística Feminina” em 1963, onde incentivava as mulheres a buscar a felicidade através do trabalho e da realização pessoal. O livro tornou-se a Bíblia do movimento feminista e vende 25.000 exemplares por ano em todo o mundo. Depois da publicação do livro, fundou a Organização Nacional das Mulheres e saiu em campanha pelo reconhecimento legal de direitos iguais para as mulheres. Auxiliou na criação do Varal, organização aos direitos reprodutivos, entre eles o aborto. Em 1981 publicou “O Segundo Estágio” onde contradiz os ensinamentos do primeiro livro, defendendo a aliança entre o sexo feminino e o masculino para a igualdade social. O terceiro livro, “A Fonte da Idade”, trata da mulher após a menopausa, que de acordo com ela, traz liberdade à mulher. Casou-se três vezes e teve 3 filhos. Em 2005 seu primeiro marido, com quem conviveu por 22 anos, disse que apanhava dela e por isso se separou. Morreu no dia de seu aniversário de 85 anos, em 04/02/2006, em Washington, EUA, em decorrência de problemas cardíacos.




BRONTÉ Sobrenome de três irmãs escritoras (Charlotte, Anne e Emilly) nascidas na Inglaterra, tiveram infância difícil no Condado de Nova Iorque. Começaram a escrever para ajudar o pai, nas despesas de casa, após a morte da mãe. No início, abriram uma escola infantil, mas não tiveram alunos por causa da má fama do irmão, que era alcoólatra. O cenário de seus livros era o quintal das casas onde moraram, que virou museu. Começaram a escrever a partir de histórias contadas pela tia, que as criou após a morte da mãe, ainda jovem, aos 27 anos. Todas morreram de tuberculose (ver o perfil de cada uma delas nesta página).


CAMILLE PÁGLIA – Escritora, crítica de arte e ensaista nascida em 02/04/1947 em Nova Iorque (EUA), Camille Anna Paglia é também professora de Humanidades na Universidade de Artes de Filadélfia. Ficou conhecida em 1990, quando lançou o livro “Personas Sexuais”. Foi chamada pelo jornal The New York Times, de "Primeira e mais importante educadora" e apontada como uma das cem mais importantes intelectuais populares. Critica o feminismo por achar que ele é na verdade, direcionado à garota burbuesa, que quer o mundo a seus pés.  Homossexual assumida, é casada com a artista plástica Allison Maddex.Por suas ideias contraditórias sobre o feminismo, recebe muitas críticas e até mesmo vaias quando participa de conferências ou debates, como o que ocorreu na Bahia, em 2017, tendo a atriz Bruna Lombardi como mediadora.





CAROLINA NABUCO - Escritora e tradutora nascida no Rio de Janeiro (RJ), em 09/02/1890, filha do escritor e político Joaquim Nabuco, Maria Carolina Nabuco de Araújo é autora do livro "A Sucessora", que foi transformada em novela pela TV Globo em 1977. A história teria sido copiada pela inglesa Daphne Du Maurier, com o nome de "Rebecca", tendo virado filme, mas ela não processou os editores por plágio. Escreveu ainda: 'Vida de Joaquim Nabuco', 'Chama e Cinzas', 'O Ladrão de Guarda-Chuva e Dez Outras Histórias', 'Oito décadas', 'Santa Catarina de Siena', 'Virgílio de Melo Franco' e 'Retrato dos Estados Unidos à luz da sua literatura', 'Meu Livro de Cozinha', entre outros.  Passou boa parte da infância em Petrópolis, RJ. Morreu em 18/08/1981, no Rio de Janeiro.

CARSON SMITH McCULLERS Novelista e contista nascida em 19/02/1917 em Columbus, Geórgia, EUA, Lula Carson Smith, filha de um rico joalheiro, é pioneira em assuntos como adultério, homossexualismo e racismo. Ganhou sua primeira máquina de escrever aos 15 anos de idade e com cinco, teve aulas de piano. Estudou Escrita na Universidade de Columbus e trabalhou no jornal The Ledger. Escreveu, entre outros livros: “O Coração é Um Caçador Solitário”, “Reflexos num Olho Dourado” e “Frankie Addams”. Foi casada com Reeves McCullers e com George Davis, o editor da revista Harper's Bazaar, de quem se separou para casar-se novamente com o primeiro marido. Os dois se conheceram quando ele servia como soldado voluntário do Exército, em 1935. Em 1948 recebe o título de "uma das dez mulheres mais importantes dos Estados Unidos", pela revista Mademoiselle. Em 1953 ele se suicida num hotel, após o fim do casamento, que aconteceu por causa das traições dele. Morreu em 29/09/1967, aos 50 anos de câncer de mama, após vários ataques cardíacos. 

CASSANDRA RIOS - Escritora nascida em Perdizes (SP) em 08/03/1932, filha de espanhóis, Odete Rios escandalizou o país por seu estilo pornográfico, falando de lesbianismo e sexo. Publicou seu primeiro livro aos 16 anos de idade, com a ajuda da mãe, que jamais leu sua obra, a pedido da filha. Nos anos 60 e 70, chegou a ser perseguida pela ditadura militar por causa do apelo erótico de suas obras. Escreveu mais de 40 livros best sellers, entre eles, “Volúpia do pecado”, “A Paranóica”, "Volúpia do Pecado", "Macária", "Crime de Honra" e "Eu Sou Lésbica". Alguns de seus livros chegaram a vender cerca de 300.000 exemplares por ano, um sucesso editorial que só seria igualado décadas mais tarde pelo escritor Paulo Coelho. Morreu de câncer, aos 69 anos, em 08/03/2002, no dia do seu aniversário. Em 2013 foi homenageada no documentário: 'Cassandra Rio: a safo de Perdizes', de Hanna Korich.


CARMEM DOLORES - Escritora e jornalista nascida no Rio de janeiro em 11/03/1852, Emília Moncorvo Bandeira de Mello foi pioneira na luta pela educação da mulher, direito ao trabalho e a favor do divórcio, mas não lutou pelo sufrágio feminino. Escreveu mais de vinte livros e colaborou em jornais como ‘O País’ e ‘Diários de notícias’ e as revistas ‘O mundo literário’, ‘Ilustração brasileira’, entre outras. Usou vários pseudônimos: Carmem, Chrisanthème, Elizabeth Bastos, Iracema, Amélia de Resende. É mãe da escritora Cecília Bandeira de Mello Rebelo de Vasconcelos, de seu casamento com com Jerônimo Bandeira de Melo. Começou a escrever por amor e depois por necessidades financeiras, tendo sido a jornalista mais bem paga do jornal O País. Sua obra mais famosa é "A Luta". Morreu em 16/08/1910, aos 58 anos.



CECÍLIA MEIRELES – Poetisa, jornalista, pintora e professora nascida em 07/11/1901 no Rio de Janeiro, filha de um bancário e de uma professora primária, Cecília Benevides de Carvalho Meirelles estreou na literatura em 1919, sendo a primeira grande expressão feminina no mundo das Letras. Estreou na literatura aos 18 anos e escreveu mais de 50 livros, entre eles ‘Espectros’, ‘Mar Absoluto’, ‘Viagem’, ‘Vaga Música’ e ‘Festa de Letras’. A partir de 1922 aproximou-se das correntes modernistas através da ligação com o grupo espiritualista da revista 'Festa'. Em 1938 ganhou o prêmio de poesia da Academia Brasileira de Letras, com ‘Viagem’. Teve poesias musicadas por Chico Buarque, Fagner, Francisco Mignone e Camargo Guarnieri. Participou do grupo literário da revista Festa, grupo católico, conservador e anti-modernista, que permeou seus trabalhos. Estudou no Colégio Estácio de Sá, onde recebeu, das mãos do poeta Olavo Bilac, a medalha de ouro por ser ótima aluna. Formou-se professora em 1917, pelo Instituto de Educação e trabalhou em várias escolas do Rio de Janeiro. Órfã desde criança, foi criada pela avó. Casou-se duas vezes: com o artista plástico Fernando Correia Dias, com quem teve duas filhas, entre elas a atriz Maria Fernanda, e com Heitor Grillo, pai de sua terceira filha. Morreu de tumor cerebral em 09/11/1964.



CHARLOTTE BRONTÉ Romancista, professora e poetisa nascida em 21/04/1816 em Thorton, Inglaterra, filha de um pastor anglicano, junto com as irmãs Anne e Emily, publicou anonimamente o livro ‘Poemas’, que não fez sucesso, mas em 1847, publicou ‘Jane Eyre’, sua obra-prima. Escreveu depois ‘Shirley’ e ‘Villette’. Com a morte da mãe, aos 27 anos, a família se mudou para Bruxelas e as três tentaram fundar uma escola, mas não tiveram alunos por causa da conduta escandalosa do irmão, que era alcoólatra. Então decidiram ser escritoras, para ajudar o pai nas despesas. Foram criadas pela tia, que lhes ensinou desenho, música e incentivou-as na literatura. Depois ela e as irmãs foram para um internato. No início da carreira, usou o pseudônimo Currer Bell e Wellesley. Lecionou na mesma escola em em que se formou. Ela e o pai foram os únicos sobreviventes da família e com o sucesso do Jane Eyre, foi convidada a visitar Londres e acabou revelando sua verdadeira identidade, e passou a frequentar a sociedade, fazendo amizades com outros escritores. Casou-se com Arthur Bell Nicholls, o coadjutor de seu pai, em 1854, engravidou logo em seguida e sua saúde ficou abalada por causa dos enjoos e desmaios, mas recusou o tratamento. Morreu grávida, provavelmente de subnutrição, em 31/03/1855, aos 38 anos,  em Haworth quando escrevia a novela ‘Emma’ (em seu atestado de óbito consta que foi vítima de tuberculose). Tinha apenas um ano de casamento. Antes, porém, havia se apaixonado por Héger, um homem casado e manteve segredo para não ser criticada, mas o fato foi revelado em sua biografia. Está enterrada no cemitério da igreja de São Miguel em Haworth, West Yorkshire, Inglaterra.

 
CLOTILDE DE VAUX – escritora nascida em 03/04/1815 em Paris, França, de família nobre, filha de um oficial do Exército, Charlote Clotilde Josephine Marie de Vaux escreveu ‘Lúcia’, 'Os Pensamentos de uma Fore, 'Infância', ‘Wilhelmine’, entre outros. Começou a escrever aos 25 anos, para ajudar o marido a pagar dívidas de jogo. Ao tentar separar-se do marido, foi impedida pela Justiça. Tornou-se, então, militante pela mudança da lei e a introdução do divórcio, publicando uma novela no jornal 'National', em 1845, cujo personagem, Lucie, vivia uma situação igual à dela. Mas a alteração da lei não ocorreu. Foi musa e a grande paixão do filósofo Auguste Comte, mas os dois nunca namoraram. Abandonada pelo marido, sem recursos, morreu pobre, de tuberculose, em 05/04/1846, com 31 anos. É considerada a mãe espiritual da igreja Positivista do Brasil e da Religião da Humanidade.





CHERYL RICHARDSON – Escritora nascida nos Estados Unidos, é autora de vários livros de auto-ajuda, entre eles ‘Sua Vida em Primeiro Lugar’, um best seller e ‘O Poder do Pensamento Construtivo’, foi a primeira presidenta da Federação Internacional de Treinadores Pessoais. Até 1987 foi consultora do Imposto de Renda, quando seu escritório pegou fogo e ela teve de recomeçar a vida. Como nos tratamentos para dependentes de álcool, elaborou um programa que lhe permitiu reaver tudo o que havia perdido e criou um programa de sete passos que tende a eliminar obstáculos que impedem o progresso pessoal.




CHRISTINA HOFF SOMMERS – Escritora, professora de ética e filósofa nascida em 1950, na Petaluma, Califórnia (EUA), é conhecida por suas críticas ao feminismo, em livros como "Quem Roubou o Feminismo? Como Mulheres traíram as Mulheres?" e "A Guerra contra os Meninos". Lecionou na Universidade Clark e trabalha no Instituto Empresarial Estadunidense para Pesquisas em Políticas Públicas, a AEI. É membro da Turma de Conselheiros da Fundação para Direitos Individuais em Educação, Fire. 







CLARICE LISPECTOR – Escritora, jornalista e advogada nascida em 10/12/1920 na Ucrânia, Haia Lispector escreveu seu primeiro romance 'Perto do Coração Selvagem' em 1943. Depois escreveu “A Paixão Segundo GH”, “Água Viva”, “A Maçã No Escuro”, “Laços de Família”, “A Hora da Estrela”, que virou filme premiado internacionalmente, entre outros. Em 1967 trabalhou para a Revista Manchete e para o Jornal do Brasil. Em 1975 participou do primeiro Congresso Mundial de Bruxaria em Bogotá, na Colômbia. É considerada um dos maiores mestres do gênero conto em língua portuguesa. Veio para o Brasil com 2 meses de idade. Aos 6 anos mudou-se com os pais para Recife e na juventude foi morar com as irmãs no Rio de Janeiro. Em 1952 mudou-se para Washington (EUA) e voltou em 1959, depois de separar-se do marido, o diplomata Maury Gurgel Valente, com quem teve 3 filhos. Morreu em 09/12/1977 de câncer no útero. É homenageada no curta-metragem "Aeroporto", dirigido por sua sobrinha-neta Nicole Algranti.


CLÁUDIA WERNECK – Escritora, palestrante e jornalista nascida no Rio de Janeiro (RJ), lançou 8 livros sobre deficiências diversas, tornando-se a primeira brasileira a ter obras recomendadas pelo Unicef e pela Unesco. Coordena oficinas em todo o país com a função de formar agentes multiplicadores de uma sociedade que não exclua nenhum cidadão. Começou a se interessar pelo assunto ao preparar uma reportagem para a revista ‘Pais e Filhos’, e ao se deparar com a falta de informação dos pais com síndrome de Down. Escreveu: 'Muito prazer, eu existo', 'Mas ele não é mesmo a sua cara?', entre outros. Seus livros foram traduzidos para diversos países. Fundou em 2002 a 'Escola da Gente', ONG premiada pelo governo e pelo Ministério da Cultura. É mãe da atriz Tatá Werneck.


COLETTE Escritora e atriz nascida em 28/01/1873 na França, Sidonie-Gabrielle Claudine foi a primeira mulher a pertencer à Academia Concourt em 1945. Estreou na literatura aos 27 anos com o pseudônimo de Willu, sobrenome de seu primeiro marido, que a obrigava a escrever. Depois, utilizou o pseudônimo Colette. Escreveu: ‘La Vagabonde’, ‘’Retraite Sentimentais’, “Gigi, Cherri”, entre outros, mas seus livros eram escondidos das adolescentes da época, e fizeram parte da lista do proibida do Vaticano. Sua vida foi recheada de escândalos: casou-se três vezes, uma delas com o escritor Henry Gauthier-Villars, teve vários amantes e uma ligação lésbica com a atriz Josephine Backer. Batalhou pela posse de sua obra. Chegou a ter um salão literário e uma enorme coleção de objetos de art Nouveau. Vítima de artritismo, escreveu até morrer, em Paris, aos 81 anos em 03/08/1954. Foi a primeira mulher francesa a ter direito a um funeral de Estado, mas o arcebispo de Paris se negou a rezar em sua cerimônia fúnebre. Teve uma filha. 


COLETTE DOWLING Jornalista nascida em 1938 nos Estados Unidos, ficou famosa nos anos 80 pelo livro “Complexo de Cinderela”, onde diz que o feminismo não libertou as mulheres de seu medo oculto da independência. Para ela, mesmo as mais feministas acalentavam o sonho de encontrar um príncipe que lhes pague as contas e tome as rédeas de sua vida. Visitou o Brasil em 1989 e foi recebida no aeroporto pelas fãs. Ganhou mais de um milhão de dólares com o livro, mas gastou tudo com a reforma da casa e outros luxos, assunto que lhe rendeu o segundo livro, “Complexo de Sabotagem”, sobre a dificuldade das mulheres em lidar com o dinheiro. É autora também do livro 'O Mito da Fragilidade', onde fala sobre a compulsividade que a levou à perder toda sua fortuna, 'Você Pode Curar a Depressão', entre outros. Formada em psicanálise, trabalha em sua clínica, em Nova Iorque, Estados Unidos, e colcabora com artigos em revistas e jornais.

CONDESSA DE LA FAYETTE Romancista nascida em 16/03/1634 em Paris, França, de família nobre, Marie-Madeleine Pioche de la Vergne escreveu “A Princesa de Cleves”, em 1678, considerado o primeiro romance moderno francês por abandonar as tramas cheias de aventuras. Escreveu também 'História de Enriqueta da Inglaterra', 'Zaide', entre outros. Estudou grego, latim e italiano. Órfá de pai, sua mãe se casou com um cavalheiro e aos 16 anos ela se tornou dama de honra da rainha Ana da Áustria, frequentando assim os salões do palácio, conhecendo pessoas importantes da literatura francesa, como Racine e Boileau, e fez de sua casa, ponto de reuniões dos intelectuais da época, como La Fontaine e o escritor/duque François de la Rochefoucauld, com quem teve um romance. Casada com François Montier, conde de Lafayette, teve dois filhos, e foi abandonada por ele. Morreu em 26/05/1693, em Paris, na França.






CONSUELO DE CASTRO – Dramaturga, roteirista nascida em 1946 em Araguari (MG), estudou Ciências Sociais e participou ativamente do movimento estudantil da faculdade, nos anos 60. Foi participante do movimento dos artistas pela Anistia. Suas peças contém uma análise crítica dos valores da classe média urbana. Escreveu: ‘Prova de Fogo’, ‘Á Flor da Pele’, ‘A Invasão dos Bárbaros’, ‘Iluminado ao Sol do Novo Mundo’, entre outros. Em 1974 recebeu o prêmio Molière, de melhor autor nacional. Também trabalhou como publicitária e redatora na Editora Abril. Morreu em 30/06/2016, em São Paulo, SP, aos 70 anos, de câncer de mama, depois de lutar por 6 anos contra a doença. É autora da novela "Um Homem muito Especial", na TV Bandeirantes, e co-autora da novela "Ribeirão do Tempo", na Record. Foi ganhadora dos prêmios Moliére e  APCT. Seu corpo está enterrado no Cemitério Vila Alpina. Tinha dois filhos:  a fotógrafa Ana Carolina Lopes e o jornalista Pedro Venceslau. Antes de morrer, escreveu o livro "Histórias para Vovó Dormir", dedicado ao neto.



CORA CORALINA – Doceira e poetisa nascida em 20/08/1889 em Goiás (GO), filha do desembargador Paula Lins, nomeado por D. Pedro II, Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, lançou o primeiro livro de poesias aos 75 anos, em 1965. Começou a escrever aos 14 anos, sendo a primeira mulher a ganhar o 'Prêmio Juca Pato', em 1983 com o livro 'Vintém de Cobre – Meias Confissões de Aninha'. No início do século 20 mudou-se para Jaboticabal, SP, com o marido, advogado e chefe de polícia, e lá teve os seis filhos (dois morreram ao nascer) e começou a participar ativamente de encontros com intelectuais e começa a escrever para o jornal "A Rosa". Em 1924 muda-se para São Paulo. Aos 70 anos decidiu aprender datilografia para preparar suas poesias e enviá-las aos editores. Só estudou até a quarta série do Ensino Fundamental. Ao ficar viúva, começou a vender doces e linguiças caseiras. Morreu aos 96 anos, de pneumonia, em 10/04/1985. Em 2001, durante o trabalho de reconstituição do acervo da escritora, foram encontrados 40 poemas inéditos. Em janeiro de 2002 sua casa, que virou museu, foi destruída pelas enchentes. Sua vida é contada no livro 'Cora Coragem Cora Poesia', escrito por sua filha, Vicência Brêtas Tahan.


CHRISTINE DE de PIZAN - Escritora, filósofa, poetisa e feminista, filha de médico e astrólogo, nascida em Veneza em 11/09/1363, trabalhou para a corte francesa de Carlos V, Defendeu a igualdade entre os sexos e chegou a fazer um discurso feminista, lançando depois "O Livro da Cidade das Mamas", um tratado sobre as mulheres e "Ditié de Jeanne d'Arc. Mudou-se com a família para a França com 4 anos de idade, casou-se aos 14 anos e teve três filhos. Foi encorajada pelo marido, a estudar. Ficou viúva com 25 anos e para sustentar os filhos, a mãe e uma sobrinha, passou a escrever, com a ajuda de mecenas. Criticou a dificuldade das mulheres viúvas em se sustentarem sozinhas, criticou o poeta Jean de Meung, lutou contra a misoginia e pelo direito à educação. Suas primeiras produções foram compiladas em "Le Livre de Cent Balladés". Escreveu sobre política, história, técnicas militares e religião. Viveu a velhice num mosteiro até morrer aos 67 anos, em Poissy em 1430. Foi a primeira mulher indicada como poeta do governo, na época e primeira mulher a se sustentar com a venda de seus livros.


DANIELLE STELL - Escritora e poeta norte-americana nascida em Nova Yorque em 14/08/1947, filha de um diplomata português, Danielle Fernandes Dominique Schuelein-Steel viveu a infância na França e começou a escrever na adolescência e lançou seu primeiro livro em 1973. É conhecida pelas histórias românticas, tendo vendido cerca de 600 livros em todo o mundo, além de ter alguns dramas transformados em filmes. Casou-se cinco vezes e teve nove filhos, e para passar bastante tempo com eles, chegava a dormir apenas 4 horas por noite. Em 2001 foi considerada uma das "30 Mulheres mais Poderosas da América" pelo jornal "Ladies Home". Entre seus livros, traduzidos para vários países, estão: "A Casa da Rua Esperança", em que conta sobre seu trabalho como voluntária em projetos que dirige. Em 1998 escreveu no livro "O Brilho de Sua Lua", a respeito do filho dela que suicidou-se por causa das drogas. Escritora voraz, chega a lançar 10 obras por ano. Também é autora de livros infantis.


DAPHNE du MAURIER – Romancista e novelista nascida em 13/05/1907 na Inglaterra, neta do artista e escritor George du Maurier, e filha do ator George Du Maurier, Lady Daphne Browning começou a escrever pequenos contos em 1928. Em 1931 publicou a sua primeira novela 'The Loving Spirit'. Escreveu ‘Gerald’, ‘Mary Anne’, ‘Minha Prima Raquel’, entre outros. Seu romance ‘Rebecca’, foi adaptado para o cinema e foi acusado de plágio, por conter a mesma história do livro "A Sucessora", da escritora brasileira Carolina Nabuco, que virou novela pela TV Globo em 1977. Foi casada com um oficial do exército inglês, que era seu fã. Os dois viveram numa mansão em Hampshire, onde ela escreveu a maioria de seus best sellers, escrevendo mais de 20 obras em toda sua carreira, cuja maioria virou filme. Foi nomeada Dama do Império Britânico. Morreu em 19/04/1989, em Fowey, no Reino Unido, aos 81 anos. Seu corpo foi cremado, conforme seu desejo e suas cinzas, espalhadas perto da sua casa, em Cornwall.Teve três filhos.


DINAH SILVEIRA DE QUEIROZ – Escritora e cronista nascida em São Paulo (SP) em 09/11/1901, filha do advogado e escritor Alarico Silveira, foi a primeira mulher a pleitear uma vaga na Academia Brasileira de Letras. Sua inscrição em 1970 foi rechaçada pelo presidente da entidade na época, Austregésilo de Athayde com base no regimento da ABL. O fato provocou polêmica nacional que levou a uma mudança no regulamento da casa (a primeira a beneficiar com a mudança foi a escritora Raquel de Queiroz, eleita para a Academia em 1977). Dinah só ganhou uma cadeira em 1980. Escreveu “Floradas da Serra”, que virou filme, “Eu Venho – Memorial de Jesus”, ‘‘A Sereia Verde’, “A Muralha”, que virou seriado na TV Globo, entre outros. Escrevia crônicas para a Rádio Nacional, foi membro do PEN Clube do Brasil, da Sociedade do Teatro de Arte, da União Brasileira de Escritores, da Academia Paulista de Letras e Adido Cultural da Embaixada do Brasil na Espanha. Em 1954 recebeu prêmio da ABL pelo conjunto de sua obra. Foi casada com o advogado Narcélio de Queiroz e com o diplomata Dário Moreira de Castro Alves. Morreu de câncer em 10/07/1982.


DORIS MAY LESSING – escritora e novelista nascida em Kermanshah, na Pérsia (atual Irã) em 22/10/1919, filha de um capitão e de uma enfermeira, Doris May Tayler é a 11a mulher a ganhar o Nobel de Literatura, em 2007, aos 89 anos de idade, e a pessoa mais velha a receber o prêmio. Aos 6 anos mudou-se com a família para Rodésia do Sul, onde passaram a cultivar milho e tabaco, mas o negócio não prosperou. Estudou em colégio para meninas e aos 15 anos saiu de casa para trabalhar como babá, época em que começou a ler sociologia e política e a escrever, vendo o sofrimento dos pais. Em 1937 mudou-se para Salisbúria para trabalhar como telefonista e dois anos depois casou-se. Alguns anos depois separou-se e deixou o casal de filhos com o ex-marido. Livre, frequentou o clube Left Book, grupo de inspiração comunista, onde conheceu o segundo marido, o alemão Gottfried Lessing, que mais tarde veio a ser embaixador da República Democrática Alemã na Uganda. Em 1945 eles tiveram um filho e se divorciaram (em 1979, Lessing foi assassinado durante uma rebelião). Por causa das campanhas contra as armas nucleares, e contra o regime de apartheid na África, Doris foi banida do país e foi embora para Londres com o filho. Seu livro “O Carnê Dourado”, tornou-se um marco da literatura feminista. Estudou na Rodésia e viveu na África do Sul. Escreveu também 'A Canção da Relva', entre outros. Chegou a usar pseudônimos para publicar suas obras. Recebeu várias condecorações.  Nunca gostou de ser considerada uma feminista. Morreu em 17/11/2013, em Londres. A maior parte de seus arquivos é mantida pelo Harry Ransom Humanities Research Center, embora ela não guardasse seus manuscritos.

EDITH STEIN – Escritora, teóloga, professora, filósofa e psicóloga judia nascida em 12/10/1891 em Breslau, Edith Theresa Hedwing Stein foi a segunda mulher a defender uma tese de doutorado em Filosofia, na Alemanha. Enveredou-se pela religião e em 1915 prestou serviço na Cruz Vermelha e converteu-se ao catolicismo, tornando-se freira Carmelita Descalça. Protestou contra a discriminação das mulheres na faculdade onde lecionava, mas a universidade acabou vencendo. Ficou órfã de pai aos dois anos de idade e durante a adolescência parou de estudar para se dedicar à religião. Em 1918 participou do Partido Democrático Alemão, mas se desiludiu com a política. Em 1925 traduziu obras de São Tomás de Aquino e Newman e publicou ‘Sobre o Estado’, ‘A fenomenologia de Husserl e a filosofia de Tomás de Aquino’ e ‘Ethos das profissões das mulheres’. Chegou a dar aulas em algumas escolas, mas foi impedida em outras, por ser mulher. Morreu, aos 51 anos, em 09/08/1942 numa câmara de gás, no campo de concentração de Auschwitz, para onde fôra levada, juntamente com os irmãos, que também morreram. Foi beatificada em 1987 como Santa Tereza Benedita da Cruz. Sua vida é contada no livro ‘Edith Stein: Judia, Atéia e Monja’.


EDNA FERBER – escritora, romancista e jornalista nascida em 15/08/1887 em Kalamazoo, Michigan (EUA), ficou famosa como romancista de grandes reconstituições históricas. Começou a carreira escrevendo histórias sobre mulheres de negócios, mas tornou-se popular com seus romances ambientados nos Estados Unidos do século 19. Escreveu ‘Cimarron” e ‘Gigante’, que virou filme e lhe valeu o prêmio Pulitzer de Ficção em 1924, 'Show Boat', que virou musical em 1927, entre outros. Estudou na Universidade de Lawrence e colaborou com alguns jornais, entre eles o da própria escola o 'Ryan Clarion', depois trabalhou no jornal 'Appleton Daily Crescent', no Crescent, onde foi demitida e no 'Milwaukee Journal Sentinel', antes de publicar seu primeiro romance. Fez a cobertura da Convenção Nacional Republicana e Convenção Nacional Democrática de 1920, para a United Press Association. Foi membro do 'Algonquin Round Table', um grupo que se reunia para o almoço todos os dias no Hotel Algonquin, em Nova Iorque (ela era inimiga de mesa-redonda, Alexander Woollcott, também participante do grupo). Em 2008, seu artigo  "Miss Ferber Views 'Vultures' at Trial" foi selecionado pelo The Library of America para ser inclído na retrospectiva dos dois séculos da American True Crime. Em 29 de julho de 2002, foi criado um selo em sua homenagem, com sua foto, pelos Correios da cidade de Appleton, em Wisconsin Não se casou nem teve filhos e há suspeitas de que tenha sido lésbica. Seus romances são marcados pelas personagens femininas fortes. Morreu em 16/04/1968, de câncer no estômago, aos 82 anos.


ELLEN GOLD WHITE - Escritora americana nascida em 26/11/1827, em Gorhan, Maine, Estados Unidos, filha de um fabricante de chapéus, foi uma das fundadoras da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Escreveu 49 livros e mais de 5 mil artigos sobre saúde, religião, educação, admnistração, nutrição e relações sociais, que foram traduzidos para vários países, sendo uma das escritoras mais traduzidas do mundo. Entre suas obras estão "Caminho a Cristo", "O Grande Conflito" e "O Desejado de Todas as Nações". Morreu em 16/07/1915, em Santa Helena, Califórnia (EUA), aos 87 anos. Aos 17 anos ficou desacordada por três meses, ao ser atingida por uma pedra, a caminho da escola, o que afetou sua maturidade escolar. Foi casada com o pregador religioso, James Springer White, com quem teve 4 filhos (dois morreram ainda na infância). Tinha 5 irmãos, entre eles a gêmea, Elisabete. É considerada visionária e milagrosa por alguns seguidores de suas obras, e criticada por causa de suas polêmicas. Suas visões teriam começado na adolescência e a tornaram muito conhecida no século 19.



ELFIEDE JELINEK - Escritora e novelista nascida em Murzzuschalag, Áustria, em 20/10/1946, de família rica, estreou na literatura em 1967 e ganhou o prêmio Nobel de Literatura em 2004, aos 57 anos, mas não participou da premiação, sob alegação de fobia social. Foi a décima mulher a ser premiada com o Nobel. Foi filiada ao Partido Comunista é é uma crítica feroz da nova extrema direita representada pelo Partido da Liberdade, do neonazista Joerg Haider.Também explora os temas da violência, do consumo exagerado e da opressão feminina. Em 1998 ganhou o prêmio George Buchner. Escreveu mais de 20 livros, entre eles "As Sombras de Lisa", traduzido para diversos países, e "A Professora de Piano", que virou filme de sucesso e foi duramente criticada em seu país pela obra "Os filhos dos mortos".


ELISA LUCINDA Poetisa, jornalista, professora, cantora e atriz nascida em Vitória (ES) em 02/02/1958, de família de classe média, filha de um professor, de origem luso-africana, Elisa Lucinda dos Campos Gomes, começou a escrever aos 11 anos, usando de fatos cotidianos para falar de amor e traição. Escreveu: “Eu te amo e suas Estréias”, "A Alua que Menstrua", “A Menina Transparente”, entre outros. Atuou nas novelas ‘Mulheres Apaixonadas’, 'Kananga do Japão', e 'Araponga''. Vive exclusivamente de seus livros e montagens teatrais de seus textos. Recebeu o prêmio de melhor atriz no Festival de Cinema Brasileiro, em 1989, foi premiada pelo filme 'A Última Estação', em 2010. Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1986, onde estudou teatro na CAL, Casa de Artes de Laranjeiras. Foi casada por duas vezes, com dois psicanalistas e tem um filho, Juliano. Em 2012 foi convidada a representar o Brasil no 'Ano Brasil-Portugal', pela Funarte. É fundadora da 'Casa-Poema', instituição que capacita profissionais através da poesia falada, dessenvolveu o projeto Palavra de 'Polícia, Outras Armas' em parceria com a Organização Internacional do Trabalho, onde ensina poesia aos policiais, e junto com Geovana Pires, criou a o grupo teatral Companhia da Outra.


EÇIZABETH BARRETT BROWNING poetisa nascida em Coxhoe Hall, uma aldeia, na Inglaterra em 06/03/1806, era a mais velha de 12 crianças, filha de fazendeiros de açúcar, escreveu ‘Sonetos em Português’, ‘Janelas da Casa Guidi’ e ‘Aurora Leight’. Foi educada em casa, e era apaixonada por Literatura Grega Clássica. Os jardins de rosas brancas, em sua fazenda, serviu de inspiração para alguns de seus poemas. Se tornou uma celebridade internacional, desde o lançamento de seu primeiro livro. Apesar de seu pai ter se tornado rico com trabalho escravo, ela combatia a escravidão, outro tema de suas obras. Também condenava o trabalho infantil e se interessava por política. Foi casada com o escritor Robert Browning, seis anos mais jovem do que ela e alguns romances, retratam a relação dos dois, que se conheceram através de cartas. Em 1838, mudou-se para Londres, por determinação médica, junto com seu irmão, que morreu afogado, piorando ainda mais sua saúde. Deprimida, passou a evitar a rua os amigos a visitavam em seu quarto, assim como o namorado. Os dois se casaram escondido e o pai a deserdou pelo casamento, assim como fez com outros seis filhos que também se casaram. Escreveu seu último poema em 1862, antes de sua morte por uma doença misteriosa, na época, em 29/06/1861, em Florença. Para aliviar os sintomas, tomou remédio à base de ópio, costume na época, e acabou viciada em morfina, contra a dor, aos 20 anos de idade. Ao todo escreveu 1844 poemas. Seu marido a chamava de 'Portuguesinha'. Teve apenas um filho, Robert, aos 43 anos. 


ELIZABETH BISHOP Poetisa nascida em 08/02/1911 em Worcester, Massachussets (EUA), ficou órfã de pai antes mesmo de nascer e a mãe foi internada num sanatório quando ela tinha 5 anos de idade e as duas nunca mais se viram. Passou a infância e a adolescência em Great Villagem, Nova Escócia, Canadá, tendo sido levada por parentes. Escreveu os livros: ‘Norte e Sul’ e 'Uma Primavera Fria’, com a qual ganhou o prêmio Pulitzer, em 1955 e ‘Questões de Viagem’, tendo recebido em 1976 o prêmio Literário Internacional Neustadt, o primeiro entregue a uma mulher, entre outras premiações ao longo da vida. Viveu por 20 anos no Brasil, em Santos (SP) e em Petrópolis (RJ). Sua vinda ao país aconteceu durante uma viagem de circunavegação da América quando encontrou a amiga Maria Carlota Costellat Macedo Soares, a Lota, que morreu em 1967. As duas tiveram uma longa relação amorosa. Sofria de asma e eczema, além de muitas alergias e depressão, o que a fez viciar-se em álcool. Em 1920 mudou-se para a França, onde namorou a herdeira de uma indústria de papel, Louise Crane, e estudou em Vassar. Começou a escrever num jornal da escola, que fundou junto com Mary McCarthy. Colaborou com a revista 'The New Yorker' e para a 'The New York Review of Books'.  Também deu aulas na universidade de Washington, na Universidade de Nova Iorque, no Instituto de Tecnologia de Massachussetts e em Harvard. Em 2016 a atriz Glória Pires a interpretou no cinema.Morreu em 06/10/1979, aos 68 anos. Seu corpo está enterrado no Cemitério Worcester Massachussetts.


EMILE BRONTÉ - Escritora nascida em 30/07/1818 em Yorkshire, Inglaterra, filha de um pastor, é a irmã mais nova da família Bronté e a quinta de seis crianças. Depois da morte da mãe, as três irmãs e o irmão Branwell criaram terras imaginárias (Angria, Gondal, Gaaldine), que aparecem nas estórias que eles escreveram. Escreveu ‘O Morro dos Ventos Uivantes’, considerado o maior romance da literatura inglesa, que virou filme. Em 1820, sua família mudou-se para Haworth, onde o pai de Emily foi um curador. Depois da morte de sua mãe, as três irmãs e o irmão Branwell criaram terras imaginárias (Angria, Gondal, Gaaldine), que aparecem nas estórias que eles escreveram. Morreu em 19/12/1848, de tuberculose, em sua cidade.


EMILLE DU CHATELET Marquesa, escritora nascida em 17/12/1706 em Saint-Jeean-en-Greve, França, de família rica, Gabrielle-Emilie Le Tonnelier de Breteuil foi uma das maiores intelectuais da Europa no século 18. Escreveu vários livros, entre eles 'As Instituições da Física' e “Discurso sobre a Felicidade” (o texto trata da felicidade feminina, que teria condições diferentes da felicidade masculina), que foi publicado 30 anos depois de sua morte. Também traduziu os princípios da matemática de Newton.Feminista, certa vez foi impedida de entrar num café de Paris por ser mulher. Aos 10 anos sabia 5 línguas, matemática e metafísica. Casada com Florent Claude, o marquês de Châtelet, o abandonou juntamente com os filhos, para viver ao lado de seu grande amor, o filósofo Voltaire. Aos 40 anos passou a ter outro amante, dez anos mais novo que ela, engravidou e morreu alguns dias depois do parto, em 10/09/1749.


EVA FURNARI- Escritora de livros infantis e ilustradora nascida em Roma em 15/11/1948, veio para o Brasil com os pais aos dois anos de idade e começou a desenhar ainda na infância. Na adolescência passou a fazer aulas de arte em São Paulo, onde morava e em 1976, formou-se em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo. Em 1971, seus trabalhos foram apresentados pela primeira vez, em uma mostra individual realizada na Associação Amigos do Museu de Arte Moderna. Estreou na literatura, em 1980, com a coleção “Peixe Vivo”, com narrativas visuais, sem texto. Publicou: “Todo Dia”, “Cabra Cega”, “De Vez em Quando” e “Esconde-Esconde”. Na década de 80, colaborou como desenhista em jornais como a Folha de São Paulo. Entre 1974 e 1979  foi professora de Artes no Museu Lasar Segall. Recebeu vários prêmios, entre eles, sete Jabutis e o Prêmio Abril de Ilustração em 1987. Escreveu, entre outros, “A Bruxinha Atrapalhada, “Nós”,“A Bruxa Zelda e os Oitenta Docinhos” e “Lolo Barnabé”.

FLORBELA ESPANCA – Poetisa e advogada nascida em 08/12/1894 em Vila Viçosa, Portugal, filha de uma empregada doméstica e do patrão dela, um fotógrafo, Florbela de Alma da Conceição Espanca, batizada como Flor Bela Lobo, só foi reconhecida pelo pai após a morte. Precursora do movimento feminista em seu país, escandalizou a sociedade com sua poesia sensual. Escreveu ‘Livro e Mágoas’, ‘Juvenília’, ‘Charneca em Flor’, ‘As Máscaras do Destino’, entre outros. Casou-se três vezes, mas não teve filhos. Desiludida e doente, retirou-se do convívio social e passou a colaborar em jornais e revistas. Em 1919 após sofrer um aborto, passou a ter problemas mentais. Seu pai foi um dos introdutores do "Vitascópio de Edison", em Portugal e adorava fazer filmagens caseiras. Casado com uma mulher estéril, Mariana, ele teve o consentimento de manter relações sexuais com a funcionária, para que ela engravidasse de seus filhos, entre eles, Florbela, que só foi reconhecida pelo pai, aos 18 anos. Mariana criou as crianças e as batizou como madrinha. Estudou no Liceu, em Évora, sendo uma das primeiras mulheres em Portugal a frequentar o curso secundário. Durante os intervalos ela frequentava a biblioteca, onde aprendeu a gostar dos escritores clássicos. Estreou como jornalista em 1916 na revista Modas e Bordados, e depois em Notícias de Évora e A Voz Pública. Formou-se nas faculdades de Letras e de Direito, em Lisboa, sendo uma das 14 alunas, num total de quase 44 estudantes.Após a morte do irmão Apeles num acidente de avião, suicidou-se com barbitúricos no dia de seu aniversário em 08/12/1930 aos 36 anos. Antes, porém, havia tentado o suicídio duas vezes, naquele ano. Seu poema “Princípio e Fim” foi musicado pelo cantor Fagner. Em Matozinhos, MG, Brasil, há uma biblioteca com o seu nome. Nomeia também uma rua em Alvalade, desde 1949. Em 2012 a rede de TV portuguesa RTP fez uma minissérie em três capítulos, contando sua vida, com o título 'Perdidamente Florbela'.


FRANCISCA JÚLIA MUNSTER poetisa nascida em 31/08/1874 em Xirica (SP), filha de uma professora, Francisca Júlia César da Silva Munster, nos seus versos procurou condensar a expressão diferente do seu sexo. Em seus poemas buscava a precisão e rimas raras. Colaborou na imprensa carioca e paulista e ganhou notoriedade com publicações em 'A Semana', 'Diário Popular' e 'O Álbum'. Na época leitores criticaram a escritora, acreditando tratar-se do crítico João Ribeiro e a verdade só apareceu quando ela explicou a situação, nos jornais. Escreveu os livros ‘Mármores’, ‘Esfinges’, ‘Livro da Infância’, destinado às escolas públicas do Estados de São Paulo, entre outros, além de obras infantis. Em 1904 foi proclamada membro efetivo do Comitê Central Brasil. Dois anos depois, em 1906, mudou-se para a casa da mãe dela, em Cabreúva e torna-se professora particular e de piano. Na ocasião ela se apaixona por um farmacêutico, considerado por ela como um louco. Desiludido, ele parte para o Rio de Janeiro e se casa com outra moça, terminando com Francisca, através de carta e devolvendo à ela, todas as correspondências, numa caixa de sapatos. De volta à São Paulo, exerce o Magistério e entra para a Academia Paulista de Letras. No mesmo faz, faz sua primeira conferência, no salão da Câmara Municipal em Itu, sobre o tema "A Feitiçaria sob o Ponto de Vista Científico". Suicidou-se com narcóticos, em 01/11/1920, em São Paulo (SP), no dia seguinte à morte do marido, Philadelfo Edmundo Munster, telegrafista da Estrada de Ferro Central do Brasil. Nomeia uma rua de São Paulo e a casa de repouso, em São José dos Campos, desde 1972. Sua estátua, que ficava em seu túmulo, passou a enfeitar a frente da Pinacoteca a partir de 2005.

FRANÇOISE SAGAN - Escritora nascida em Cajarc, França, em 21/06/1935, Françoise Queiroz estreou na Literatura aos 18 anos com o livro ‘Bom Dia, Tristeza’. Mudou-se com a família aos 10 anos. O pseudônimo Sagan foi retirado de uma obra de Proust. Aos 20 anos já tinha dois livros publicados, sendo o primeiro 'Boujor Tristesse', que foi best-seller em 20 países. Escreveu mais de 22 livros, entre eles a biografia de Sarah Bernhardt. Casou-se duas vezes e teve um filho. Era apaixonada por carros, velocidade, drogas e álcool e nos anos 60 foi presa por uso de cocaína, enquanto dirigia seu jaguar para Monte Carlo. Em fevereiro de 2002 foi condenada por sonegação fiscal. Morreu pobre e sozinha, em 24/09/2004, aos 69 anos, de embolia pulmonar, em Honfleur, Baixa-Normandia. Teve vários amigos famosos, como atores, escritores e intelectuais e políticos, mas nenhum deles compareceu ao seu funeral. Também teve amantes, como a estilista Peggy Roche, a editora da revista francesa Playboy, Annick Geille, a atriz Ava Gardner, o escritor Truman Capote e um homem casado, Bernard Frank.

GABRIELA MISTRAL – poetisa, educadora, feminista e diplomata nascida em Vicuña,  Chile em 07/04/1889, Lucila de María del Perpetuo Socorro Godoy e Alcayaga foi a primeira mulher latino-americana a ganhar o prêmio Nobel em 1945, o primeiro concedido a um escritor latino-americano. Adotou o pseudônimo de Gabriela Mistral ao se inscrever num concurso de poesia. Foi vencedora, mas teve de esperar sete anos para publicar seu primeiro livro, “Desolacion”. Em 1904 começou a dar aulas e participou da Reforma Educacional do México. Morou em Petrópolis, RJ, Brasil, em 1945, onde atuou como cônsul, além de Espanha e Estados Unidos como cônsul de seu país. Seu pai abandonou a família quando ela estava com três anos de idade e sua mãe morreu em 1929. Não casou nem teve filhos, mas chegou a ficar noiva (ele se suicidou em 1907). Seu pseudônimo foi uma homenagem aos poetas italianos Gabriele D'Annunzio e Frédéric Mistral. Em 1957 recebeu o Prêmio Nacional de Literatura do Chile. Morreu em 10/01/1957, em Nova Iorque (EUA). nos Estados Unidos.
 




GEORGE ELIOT – Escritora, romancista, tradutora e poetista inglesa, nascida em 22/12/1819, em Nuneaton, Inglaterra, Mary Ann Evans usava o pseudônimo masculino para assinar suas obras, emobra usasse o nome de batismo (feminino), em ensaios para jornais da época, como "Silly Novels by Lady Novelists", em que criticava romances açucarados escritos por  mulheres.  Estreou na literatura com a tradução de "A Vida de Jesus", de Davi Strauss. Traduziu também "A Essência do Cristianismo", de Ludwig Feuerbach, e escreveu "Adam Bede", "O Moinho à beira do Rio", "Silas Marner: o Tecelão de Raveloe", entre outros. Com a morte da mãe, na adolescência, e do pai, quando ela tinha 30 anos, mudou-se para Genebra, onde passou a viver sozinha. Foi casada com John Walter Cross e teve um relacionamento amoroso por mais de 20 anos com George Henry Lemes, que era casado. O romance foi considerado na época, poligamia, afastando o casal do convívio social e ao tomar ciência da traição, John tentou o suicídio pulando de uma varanda, mas sobreviveu. Morreu de problemas renais, agravados com uma infecção de garganta, com 61 anos, em 22/12/1880, em Chelsea, Londres, Reino Unido. Seu corpo está enterrado no Cemitério de Highgate. Em 1980, no centenário de sua morte, a Abadia de Westminster passou a ter uma pedra em memória da escrita.




GEORG SAND – Escritora, romancista e materialista francesa, nascida em 01/06/1804, na França, Amandine Aurore Lucile Dupin, a Baronesa de Dudevant, escreveu: ‘O Secretário Íntimo’, ‘Jacques’, ‘Maurpat’, ‘Consuelo’, ‘A Poça do Diabo’, ‘Pedra que Rola’, ‘Ela e Ele’. Chocou a sociedade ao fumar charutos em público e vestir roupas masculinas, sendo por isso, considerada homossexual. Casou-se com o barão de Dudevant e depois do nascimento de seu segundo filho, o deixou para morar em Paris. Teve romance com os escritores Alfred Musset (o traía com o médico Papagello), e Jules Sandeau, o dramaturgo Alexandre Manceau, o arqueólogo Prosper Mérimée e os compositores Frederic Chopin e Franz Liszt. Seu pai morreu numa queda de cavalo, quando ela era criança, e foi criada pela avó paterna, junto com seu irmão (filho da amante do pai). Estudou num convento e teve participação ativa na revolução de 1848. Nos cafés parisienses, gostava de falar de seus amantes de maneira cafajeste. Morreu em 08/06/1876, em Nohant, França. Sua vida é contada no filme 'Um Inverno em Malorca'. Alguns de seus sucessos se transformaram em filmes franceses e séries de TV, como "Mauprat" e "La Petite Fadette". É Considerada a maior escritora francesa e a primeira mulher a viver de direitos literários. Sua propriedade em Nohant foi doada ao governo francês, por sua neta Auror e está aberta à visitação pública. Foi enterrada n cemitério ao lado de sua casa.




GERTRUDE STEIN Escritora e poeta nascida em Pittsburgh, Estados Unidos, em 03/02/1874, desenvolveu um estilo inovador que se caracterizou por reiterações, sintaxe e pontuação. Chegou a Paris em 1903 aos 29 anos.  Em seu salão, reunia os escritores da época, mas fez inimizades com a maioria deles, já que adorava provocar as pessoas e com muitos, teve briga séria.  Durante a Primeira Guerra Mundial, ela a esposa, viveram uma aventura, alistando-se no FAFF, Fundo de Proteção aos Americanos, que viviam na Europa.  É um dos personagens do filme "Meia-noite em Paris", de Woody Allen. Ficou famosa pela frase “Uma rosa é uma rosa, é uma rosa”. Escreveu “Tender Buttons”, “A Formação dos Americanos”, “Três Vidas”, entre outros. Morreu em Paris, França, 19/07/1946, aos 72 anos, antes de ver sua coleção avaliada em 6 milhões de dólares.Está enterrada no cemitério ère Lachaise, ao lado da esposa, Alice B, Toklas, com quem viveu por 25 anos, e de quem fez uma biografia. Foi a criadora da expressão Lost Generation (Geração Perdida), que classificava o grupo de escritores americanos que viviam na Europa nos anos 1920.  

GILKA MACHADO Escritora nascida no Rio de Janeiro (RJ) em 12/03/1893, filha e neta de artistas, Gilka da Costa de Melo Machado foi a primeira mulher a introduzir o erotismo na poesia feminina brasileira, sendo que se interessou pela poesia ainda criança. Com 13 anos ganhou o concurso do jornal A Imprensa, arrebatando os três primeiros prêmios, com poemas assinados com seu nome e com pseudônimos, mas foi criticada pelos poemas, liberados demais para a época. Em 1910, ajudou a fundar o Partido Republicano Feminino. Aos 22 anos, em 1915, lançou seu primeiro livro e em 1930 suas obras foram traduzidas para o espanhol e no ano seguinte, ganha um concurso promovido pela revista "O Malho, onde é aclamada como a maior poetisa brasila, entre 200 intelectuais. Com tanto sucesso, é convidada na Argentina, Estados Unidos e Europa. Em 1916 foi publicada sua conferência “A Revelação dos Perfumes". Publicou 11 livros, entre eles, ‘Mulher Nua’, ‘Meu Glorioso Pecado’, “Cristais Partidos”, “O Grande Amor”, 'Carne e Alma', sendo pioneira na poesia erótica brasileira. A audácia comprometeu sua carreira literária: chegaram a dizer que seu trabalho era ‘próprio de uma matrona imoral’. Foi casada com o poeta Rodolfo de Melo Machado, com quem teve os filhos Helio (que morreu em 1976, o que fez que encerrasse sua carreira literária) e Eros, mas ficou viúva ainda jovem, com apenas 13 anos de casamento. Sem dinheiro, chegou a trabalhar como faxineira na Central do Brasil e abriu uma pensão que era frequentada por intelectuais e dançarinos, que influenciou sua filha, que ficou famosa internacionalmente como bailarina. Em 1979 recebeu o prêmio “Machado de Assis” da Academia Brasileira de Letras, mas recusou o convite de Jorge Amado para ser a primeira mulher a entrar para a Academia Brasileira de Letras. Morreu em 17/12/1980, no Rio de Janeiro, aos 87 anos. Nomeia uma rua em Belo Horizonte, MG. Sua vida é contada no livro Gilka Machado, de Nádia Batella Gotlib.


GRAZIA DELEDDA - Escritora e poeta nascida em 27/09/1871 na Sardenha, Itália, de família de classe média, de sete filhos, Grazia Maria Cosima Dledda, teve dificuldades com a língua italiana ao escrever seus livros. Na juventude, seu pai morreu de ataque cardíaco e a família passou dificuldades financeiras. Publicou ‘Almas Honestas’, ‘O Caminho do Mau’, ‘Pombas e Gaviões’, ‘A Justiça’, entre outros. Em 1926, recebeu o Prêmio Nobel de literatura por "Caniços ao Vento". Também colaborou com revistas italianas, como Sardenha, Pequena Revista e Nova Antologia. Chegou a usar o pseudônimo Illia de Saint Ismail. Casou-se com o funcionário do governo, Palmiro Madesani, dois meses após se conhecerem. Os dois tiveram dois filhos. Morreu em Roma, em 15/08/1936, aos 64 ano, de câncer de mama. Está enterrada na Igreja da Solidão, em Nuoro. A casa onde nasceu é visitada como um museu.


HANNAH ARENT – Filósofa alemã judia nascida em Hanoover, Estados Unidos, em 14/10/1906, cedo começou a se interessar por filosofia, teologia e literatura grega e foi influenciada pela mãe, uma mulher liberal para a época, que a criou sozinha, quando o marido faleceu. Na universidade de Marburgo conheceu Heidegger, que foi a referência para a formação de seu pensamento. Os dois foram amantes, quando ela tinha 17 anos e ele, casado, tinha 35 anos. Escreveu: ‘As Origens do Totalitarismo’, ‘A Condição Humana’, ‘Entre o Passado e o Futuro’, ‘Sobre a Violência’, ‘Sobre a Revolução’. Nos anos 30 morou em Berlim com o primeiro marido, Gunther Anders e participou de atividades políticas do movimento sionista. Em 1933 foi presa e fugiu para a França, onde viveu até 1941, época em que conheceu seu segundo marido, Heinrich Bluscher. No mesmo ano escapou de um campo de refugiados no sul da França e chegou a Nova York, onde passou a morar, trabalhando como jornalista e professora universitária, escrevendo para revistas e jornais, como o 'Weekly Aufba'. Morreu em 04/12/1975 aos 69 anos quando pesquisava a obra de Kant, que anos depois se tornou o livro ‘Lições sobre a Filosofia Política de Kant’. Foi casada duas vezes: com Heinrich Blucher e com Gunther Anders. Em 2006 foi lançado um selo em sua homenagem, na cidade onde nasceu. Sua vida é contada no filme francês, "Hannah Arent", de 2012.

HARRIET ELIZABETH BEECHER STOWE – escritora, romancista, abolicionista e ensaísta nascida em Litchfield, Connecticut, Canadá em 14/06/1811, Harriet Elizabeth Beecheré, era filha de um ministro da Congregação, e órfã de mãe, aos 4 anos.  Aos 13 anos estudou num colégio de meninas e em 1832, mudou-se com a família para Cincinatti, onde seu pai passou a ocupar o cargo de chefe do Seminário Teológico de lane. Em 1850 ela passou a lecionar no Bowdoin College, em Brunswich, Maine. É autora de mais de dez livros, entre eles, ‘A Cabana do Pai Tomaz’, que tornou-se importante na luta pela abolição dos escravos nos Estados Unidos.  A obra era publicada em forma de série, num jornal, entre 1851 e 1852 e teria influenciado a Guerra Civil. Era chamada pelo presidente Lincoln “a pequena mulher autora do livro que provocou uma grande guerra” (a guerra Civil Americana).Era casada com o professor, Calvin Stowe. Morreu em 01/07/1896, em Hartford, com 85 anos.


HELENA PETROVNA BLAVATSKY Escritora nascida em Ekaterinoslav, Rússia, em 12/08/1831, filha de um coronel e de uma escritora (sua mãe usava o pseudônimo Zeneida R-va nas publicações), Helena Petrovna von Hahn foi a responsável pela sistematização da moderna Teosofia e foi uma das fundadoras da Sociedade Teosófica. Órfã de mãe, foi criada pelo avô, com quem aprendeu a gostar de esoterismo, sempre presente em suas obras. Foi casada com Nikifor V. Blavatsky, vice-governador da província de Erevan, Armênia. Sua idéia era se tornar indepdente, com o casamento, mas como não deu certo, fugiu na lua-de-mel e viajou por vários países, numa turnê pelo mundo. Há suspeitas de que, na verdade, ela teria amantes, como o barão de Meyendorff, o príncipe de  Wittgenstein e o cantor de popera Metrovich, e as viagens eriam uma desculpa para os encontros amorosos. Em 1871 ela escapou de um naufrágio no navio que a levaria ao Egito. Alguns anos depois, mudou-se para os Estados Unidos e para se sustentar, fabricou bolsas e limpadores de canetas. Com a herança que recebeu do pai, morto em 1873, ela invetiu, com uma sócia, numa granja, que não deu certo e rapidamente foi à falência, acusando a amiga e levando-a aos tribunais, saindo-se vencedora. CAsou-se novamente com com Michael Betanelly, um exilado da Geórgia e pobre, bígamo como ela, já que não havia se separado do primeiro marido. Acabaram se divorciando algum tempo depois. Ao ser ferida na perna, que gangrenou, não aceitou amputá-la e afirmava ter sido curada pelo Espiritismo. Já de volta à Europa, obesa, não conseguia andar e começou a ter sérios problemas de saúde. Morreu em 08/05/1891 em Londres. A data de sua morte é celebrada como 'O Dia do Lotus Branco', por seus simpatizantes em todo o mundo, desde 1892. A data atende ao testamento da escritora. É autora de ‘A Doutrina Secreta’, 'Ísis sem Véu', 'A Chave para a Teosofia', entre outros.

HELEN KELLER Escritora, filósofa, jornalista, professora e ativista social, nascida no Alabama (EUA), em 27/06/1880, Helen Adams Keller, ficou cega e surda com um ano e meio de idade, por causa de escarlatina e aprendeu a linguagem dos sinais aos 7 anos de idade. Aprendeu a falar, ler e escrever com a professora Anne Mansfield Sullivan contratada por seus pais, que a acompanhou por 49 anos, tornando-se a governanta da família. Frequentou escolas, aprendeu idiomas e fez faculdade de Arte. Escreveu vários livros, entre eles, “A História da Minha Vida”, “O Mundo em Que Vivo”, “Otimismo” e “Diário de Helen keller”. Realizou conferências em todo o mundo e lutou pelo direito feminino de votar. Era membro do Partido Socialista da América e do Trabalhadores Industriais do Mundo, participando de campanhas pelo voto feminino, direitos trabalhistas, socialismo e outras causas de esquerda. Sua vida serviu de temas para diversos filmes e peças teatrais. Morreu em 01/06/1968, aos 87 anos, em Connecticut, Estados Unidos. Seu aniversário, 27 de junho, é comemorado como o 'Dia Hellen Keller', na Pensilvânia, desde 1980, centenário de seu nascimento, pelo então presidente Jimmy Carter.  Em 1971 foi introduzida no Hall da Fama pelo Alabama. Recebeu, em vida, várias condecorações, entre elas, a Ordem do Cruzeiro do Sul, no Brasil e a do Tesouro Sagrado, no Japão. Sua vida é contada nos filmes "O Milagre de Anne Sullivan" e "A História de Hellen Keller".


HENRIQUETA LISBOA Escritora e professora nascida em 15/07/1901 em Lambari (MG), irmã da escritora Alaíde Lisboa, foi a primeira mulher a ser eleita para a Academia Mineira de Letras, em 1963. filha do farmacêutico e deputado federal, João de Almeida Lisboa e de uma dona-de-casa, passou a adolescência em Campanha (MG) e em 1926 mudou-se com a família para o Rio de Janeiro, onde conheceu intelectuais da época, como Mário de Andrade. Entre seus poemas estão “Fascinação do Mar”, “Infância” e “Hora Eterna”, tendo recebido vários prêmios, entre eles o da 'Associação Paulista dos Críticos de Arte', em 1976 e o 'Machado de Assis', em 1984. Seu último livro, "Fogo Fátuo", foi lançado em disco, pelo Estúdio Eldorado. Também foi inspetora de alunos, professora de literatura e tradutora, tendo traduzido vários livros, entre eles, "Cantos", de Dante Alighieri e poemas de Gabriela Mistral. Morreu em 08/10/1985 em Belo Horizonte, aos 84 anos. Há uma estátua dela na praça da Savassi, em Belo Horizonte, MG. 

HILDA HILST – Escritora e advogada nascida em 21/04/1930 em Jaú (SP), filha única do jornalista Apolônio de Almeida Prado Hilst, de descendência portuguesa, elevou a pornografia à condição de arte. Estreou em 1950 com o livro de poesias “Presságio”. Depois escreveu ”Rutilo Nada”, “Contos de Escárnio”, “O Caderno Rosa de Lory Lambi”, entre outros. Teve obras traduzidas para o inglês, italiano e o francês e ganhou vários prêmios, como o Jabuti. Foi a única aluna do curso de Direito da Faculdade de São Paulo no meio de 40 colegas e foi lá que conheceu sua grande amiga, a escritora Lygia Fagundes Telles. Escreveu por quase 50 anos, tendo recebido vários prêmios, entre eles o PEN Clube de São Paulo, em 1962, o Prêmio Anchieta por uma peça teatral e o Jabuti.  Na juventude teve muitas paixões, entre elas o poeta Vinícius de Morais e foi casada com o escritor Dante Casarini, mas não teve filhos. Os dois viviam na Casa do Sol, sua propriedade, que recebeu diversos intelectuais, desde os anos 60. Morreu em Campinas, SP, em 04/02/2004 aos 73 anos de insuficiência cardíaca e pulmonar, após uma cirurgia no fêmur. Nos últimos anos vivia num sítio que herdou da mãe, com mais de 50 cachorros e reclamava da falta de reconhecimento de sua obra. Era prima do compositor Almeida Prado. Parte de seu arquivo pessoal foi comprado, em 1995, pelo Centro de Documentação Alexandre Eulálio, Instituto de Estudos de linguagem - IEL da Unicamp.  Alguns de seus textos foram traduzidos para o inglês, francês, italiano e alemão.


HIPÁCIA (ou Hipátia) Escritora, professora de ciências e filósofa nascida em Alexandria, Egito, em 370 d.C., filha de Theon, é tida como a primeira matemática do mundo. Chefe da escola platônica em Alexandria, aos 30 anos, também lecionou filosofia e astronomia. Escreveu comentários sobre Ptolomeu, Diofanto, entre outros, ficando conhecida como a principal mente da escola filosófica neoplatônica de Alexandria. Recebeu influência de filósofos gregos, como Platão e Aristóteles. Estudou na Academia de Alexandria sobre matemática, astronomia, filosofia, poesia, religião, oratória e retórica, sendo incentivada pelo pai, tendo como aluno, o filósofo e bispo Sinésio de Cirene (370-413).  Desenvolveu alguns instrumentos usados na Física e na Astronomia, como o hidrômetro, o mapeamento dos corpos celestes, e desenvolveu estudos sobre Álgebra. Foi assassinada em 08/03/415 d.C, em Alexandria, por fanáticos cristãos formada por monges e seguidores do bispo Cirilo, quando voltava de um museu. Na época, a Ciência era vista pelos cristãos como paganismo. Nunca se casou, recusou vários pretendentes e para se livrar de um deles, mostrou um lençol sujo de sangue, demonstrando que era virgem e que assim permaneceria. Não teve filhos e costumava dizer que já era casada com a verdade. Ficou conhecida como a solucionadora de problemas, mas não há registros de seus trabalhos. Sua vida é retratada no filme 'Ágora'.

ISABEL ALLENDE – Escritora e jornalista nascida em 02/08/1972 em Lima,  no Peru, filha do funcionário do governo, Tomás Allende, e sobrinha do presidente socialista Salvador Allende, escreveu vários livros, entre eles, ‘A Casa dos Espíritos’, que virou filme, ‘De Amor e de Sombras’, 'A Lagoa Azul', ‘Paula’, sobre a filha, que ficou doente. Seus livros tratam de temas políticos da América Latina. Recebeu vários prêmios por suas obras, entre eles, o 'Nacional de Literatura do Chile', em 2010, o 'Hans Christian Andersen', em 2012 e a 'Medalha Presidencial da Liberdade', em 2014. Casou-se duas vezes e tem dois filhos. Exilou-se por quase dez anos na Venezuela, após o golpe de Estado do General Pinochet. Vive na Califórnia, Estados Unidos.


IRENE LISBOA – Escritora, novelista, contista, pedagoga e professora primária nascida em Casal de Murzinheira, Portugal, em 15/12/1892, Irene do Céu Vieira Lisboa, estreou na Literatura em 1926 com ‘Cantarelos’. Colaborou com jornais e revistas, e no início da carreira usou os pseudônimos João Falco, Maria Moira e Manuel Soares. Escreveu: ‘Esta Cidade’, ‘Uma Mão Cheia de Nada’, Outra de Coisa Nenhuma’, entre outros’. Estudou Normal em Lisboa e concluiu os estudos na  França, Suíça e Bélgica. Como orientadora educacional, virou modelo de profissionalismo, tendo colaborado com melhorias na educação infantil de seu país. Iniciou no Magistério como professora de educação infantil e em 1932 recebeu o cargo de inspetora orientadora do ensino primário e infantil. Depois assumiu funções no Instituto de Alta Cultura e foi afastada, em 1940, do Ministério da Educação por se recusar a trabalhar em Braga e por ter idéias que incomodavam o governo.  Também colaborou em jornais sob o pseudônimo João Falco. Morreu em 25/11/1958, um mês antes de completar 66 anos. Em sua homenagem foi fundada a Federação Nacional dos Professores, em 1988.  Nomeia uma biblioteca em Arruda dos Vinhos. Seu corpo está enterrado no Cemitério de Arruda dos Vinhos, em Portugal. 
 

JACQUELINE SUSANN Escritora, atriz e romancista nascida em 20/08/1921 na Filadélfia, Pensylvânia, Estados Unidos, é autora do livro ‘O Vale das Bonecas’, virou filme e série americana. A obra reúne sexo, violência e drogas publicado pela primeira vez em 1966 com a marca de 28 milhões e 712 mil cópias, superando ‘E o Vento Levou...’, com 28 milhões. Escreveu também 'A Máquina do Amor', 'Dolores', 'Yargo', 'Uma Vez Só é Pouco', entre outros. Morreu em 21/09/1974, de câncer, aos 56 anos, em Nova Iorque, Estados Unidos.





JANE AUSTENRomancista e escritora nascida em 16/12/1775, em Steventon, Inglaterra, filha de um pastor, numa famíalia de 8 irmãos, é considerada uma das maiores escritoras inglesas do século XIX. Aprendeu a gostar de leitura com a mãe, que gostava de ler e escrever poemas para os filhos e começou a escrever aos 16 anos. Estudou num internato, em Reading, que teria servido de inspiração para ela escrever o livro "Emma". Publicou seu primeiro livro 'Razão e Sensibilidade', em 1811 e o dinheiro das vendas ajudou nas despesas, já que com a morte do pai, a família passou a ter dificuldades financeiras. Depois escreveu: “Mansfield Park”, “Persuassão”, “Orgulho e Preconceito”, entre outros. Estabeleceu as bases do moderno romance inglês, tornando-se um ponto de referência para outros romancistas. Foi a iniciadora da comédia de costumes na Inglaterra. Em suas obras é constante o desprezo pelos estúpidos. Em suas obras retrata com ironia a vida social e os costumes da aristocracia provinciana. Na juventude chegou a ter um breve namoro, mas nunca se casou, nem teve filhos. Morreu de um problema supra-renal (Doença de Addison), em Winchester, na Inglaterra em 18/07/1817. Deixou sua fortuna para a irmão, Cassandra. Sua casa, em Chawton, virou um museu e é aberta ao público para visitação. Sua vida é contada na biografia, "Jane Austen", escrita por seu irmão.



JOAN GARRITYpublicitária e escritora nascida em 1940, em Rye, Nova Iorque (EUA), Joan Thereza Garrity foi criada no Missouri, estudou na Flórida, e usou o pseudônimo ‘J’, em 1969, quando lançou o livro ‘A Mulher Sensual’, que “ensinava tudo necessário à formação de uma mulher integral”. O sucesso foi tanto que em três meses o volume vendeu 14 edições nos Estados Unidos. O livro propõe numa linguagem coloquial, uma série de exercícios de sensualidade. Foi criada em Lee's Summit, Missouri e estudou no Palm Beach Junior College, na Flórida. Chegou a trabalhar na editora Lyle Stuart e publicou um livro sobre compras em Nova Iorque. Em 1977 lançou o livro "Total Loving: Como Amar e Ser amado pelo Resto da Vida". Também usou o pseudônimo Terry Garrity. Morreu em sua casa, em 04/07/2017, com 78 anos. Era conhecida pelos amigos como Joe. Era membro do AA e era voluntária de uma entidade para animais, a ROAR. Tinha cinco irmãos.


J. K. ROWLING Escritora, roteirista e professora nascida em 31/07/1965, em Yate, Gloucestershire, Reino Unido, Joanne Kathlenn Rowling, filha de um engenheiro aeronáutico e de uma técnica de laboratório, é autora do livro 'Harry Potter' que virou filme de grande sucesso no mundo todo. Começou a escrever durante uma viagem de trem no começo dos anos 90 quando se mudou para Portugal e o primeiro livro foi finalizado num café de Edimburgo, ao lado do carrinho de bebê da filha. Em 1997, os direitos autorais de “Harry Potter e a Pedra Filosofal“ foram comprados por uma editora inglesa por apenas 4 mil dólares. Recebeu prêmios literários e a 'Ordem do Império Britânico', tendo sido considerada a 24ª celebridade do mundo pela revista Forbes. Foi autora do ano pela revista Time, do ano 2000. Em 2007 foi eleita pela revista Time como a 'Pessoa do Ano' e em 2010 foi nomeada a "Mulher mais Influente da Grã Bretanha". Foi casada com o jornalista português Jorge Arantes, com quem teve a filha Jéssica e que quem se separou por violência doméstica. Seu segundo casamento aconteceu em 2001 com o anestesista escocês Neil Murray e os dois têm um casal de filhos. É uma das mulheres mais ricas do Reino Unido, com ganhos estimados em 40 milhões de dólares por ano, enriquecendo-se em apenas cinco anos. Entre seus livros estão "Morte Súbita", Vocação para o Mal", "O Bicho-da-Seda" e o "O Chamado do Cuco", e muitos deles aparecem sob o pseudônimo de Robert Galbraith. Estudou Artes, Francês e Estudos Clássicos na universidade de Exerter, mas foi recusada pela Osford. Ajuda instituições de caridades, como a Comic Relief, a One Parent Families e a Multiple Sclerosis Society of Great Britain. Mora na Escócia, com a família.


JOSEFINA ÁLVARES DE AZEVEDO Poeta, jornalista e escritora nascida em  05/05/1851, em  Itaboraí (Recife), prima do poeta Álvares de Azevedo,  foi uma das pioneiras do feminismo no Brasil. Mudou-se para São Paulo em 1877 onde, com 37 anos, fundou o jornal ‘A Família’ que lutava pela emancipação da mulher, circulou por 10 anos e virou um jornal feminista. No ano seguinte, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde o jornal passou a circular. Em 1889, percorreu o Nordeste visitando escolas e buscando novas leitoras para seu jornal, e possíveis eleitoras. Escreveu uma peça teatral “Voto Feminino”, que foi encenada durante a Constituinte de 1890 e 1891 (O direito ao voto das mulheres só foi conquistado em fevereiro de 1932). Escreveu ainda as coletâneas 'Galeria ilustre: mulheres célebres', 'A mulher moderna: trabalhos de propaganda' e 'Retalhos'. Morreu em 1905. Sua vida é contada em sua biografia, de Valéria Andrade Souto-Maior.


JUDITH GAUTIER Escritora e poetisa nascida a 25/08/1846 em Paris, França, estreou em 1867 com o livro ‘A Princesa de Jade’ sob o pseudônimo de Judith Walther. Aprendeu japonês e sobre a cultura dos chineses. Publicou depois ‘O Dragão Imperial’, assinando Judith Mendes. Só depois passou a usar seu nome verdadeiro. Escreveu ‘O Usurpador’, ‘O jogo do Amor e da Morte’, ‘Memórias de um Elefante Branco’, entre outros. Foi casada com o escritor Catule Mendes. Morreu em 26/12/1917, em Dinard, França.






JÚLIA LOPES DE ALMEIDA Romancista e contista nascida no Rio de Janeiro (RJ) em 24/09/1862, filha de um médico, irmã da poetisa Adelaide Lopes Vieira, Júlia Valentina da Silveira Lopes de Almeida, foi a primeira mulher no País a viver exclusivamente dessa profissão. Pertenceu à Legião da Mulher Brasileira e publicou vários romances, entre eles “A Família Medeiros”, ‘A Intrusa’, ‘Eles e Elas’, ‘Contos Infantis’, ‘A Falência’, e “Cruel Amor”. Em 1885, passou a trabalhar como redatora do jornal “A Semana”, de Belo Horizonte, ao lado do marido e dos escritores Olavo Bilac e Artur Azevedo. Depois, colaborou no jornal “O País”. Defendia o divórcio e a Abolição. Foi presidenta honorária da Legião da Mulher Brasileira, sociedade criada em 1919, e participou das reuniões de formação da Academia Brasileira de Letras, mas foi excluída por ser mulher. Foi casada com o poeta Filino de Almeida, com quem teve o filho, o poeta Afonso Lopes de Almeida. Morreu em 30/05/1934.


JULIETTE ADAM - Escritora nascida em Verberie, França, em 06/10/1836, Juliette Lambert começou a escrever em 1868 a sua casa tornou-se um foco de republicanismo. Em 1879 fundou a revista Nouvelle Revue onde intelectuais da época expunham suas idéias favoráveis ao republicanismo. Escreveu ‘Païnne’ e 'Chrétienne', além de livros de viagens. Se envolveu na Associação Avant-Courriére, fundada em 1893, que pedia o direito das mulheres em várias questões pessoais, sociais e políticas. Escreveu artigos políticos. Ficou conhecida como 'A Grande Francesa', por defender o republicanismo. Foi casada com o médico La Messine e após a morte do marido, casou-se com o prefeito da polícia, Antoine Edmond Adam. Em 1882 comprou uma propriedade em Gif-sur-Yvette, em Callian, onde morou até morrer, em 26/08/1936, com cem anos. Sua vida é contada no livro francês "Juliette Adam".


KAREN BLIXEN Escritora nascida em Rungstedlund, Dinamarca, em 17/04/1885, filha de escritor, Karen Dinesen, que cometeu suicídio por causa da sífilis, quando ela tinha dez anos, estreou na literatura em 1934 com o pseudônimo de Isak Dinesen e Pierre Andrezel.  Seus livros contam aventuras na África e sua infância. Escreveu: “Sete Contos Fantásticos”, “Fazenda Africana”, “Sombras na Relva”, “A Festa de Babete” (virou filme) e “Farah”, dos quais alguns viraram filmes. Durante a entrega do prêmio Nobel, em 1954, o escritor Ernest Hemingway disse que em seu lugar deveria estar Karen Blixen. Seu livro "Ou of Africa", virou filme de grande sucesso em Hollywood. Foi casada com o barão Bror von Blixen-Finecke e forma morar no Quênia, onde ele tinha uma propriedade de café e ela acabou contraindo sífilis do marido, que era mulherengo. Na época, já separada, apaixonou-se Seu segundo marido foi Denys Finch Hatton, de quem engravidou duas vezes e perdeu os bebês (ele morreu em 1931, num acidente de avião). Passou dificuldades financeiras ao lado da mãe e dos quatro irmãos, mas todos estudaram em escolas renomadas, graças a ajuda de familiares e amigos. Em 1950 sua saúde piorou e ela teve um pedaço do estômago retirado por causa de uma úlcera e sem se alimentar direito, morreu em 07/09/1985, aos 77 anos, com apenas 35 quilos.Foi homenageada com o nome do asteróide 3318 Blixen. Sua vida é contada em sua biografia em há um museu com o seu nome na Dinamarca.



LEANDRO DUPRÉ – Escritora, feminista e professora nascida em Botucatu (SP) em 02/05/1905, Maria José Fleury Monteiro usava o pseudônimo de Leandro Dupré, tendo escrito, entre outros ‘O Romance de Tereza Bernad’, ‘Éramos Seis’, com o qual ganhou o Prêmio Raul Pompéia, da ABL, ‘Gina’, ‘Os Rodriguez’, entre outros. Em 1939, publicou o conto 'Meninas tristes', no Estado de São Paulo, com o pseudônimo de Mary Joseph. Seus romances falam da vida cotidiana e muitas de suas obras viraram novela. Alfabetizada pela mãe, também estudou pintura e música. Cursou a Escola Normal Caetano de Campos, em São Paulo, onde passou a adolescência. Em 1943 começou a publicar obras infantis, ganhando o prêmio Jabuti, em 1969. Foi membro diretivo da Sociedade Paulista de Escritores, vice-presidente da Creche Baronesa de Limeira e da entidade beneficente Gota de leite e lutou pelas conquistas femininas. Foi casada com o engenheiro Leandro Dupré. Morreu em 15/05/1984, no Guarujá, em São Paulo, com 79 anos. 

LIZ CALDER - Editora e ex-modelo nascida na Inglaterra, em 20/01/1938, filha de criador de ovelhas, viveu nos Estados Unidos e no Canadá, onde lançou vários escritores, e morou no Rio de Janeiro, Brasil, entre 1964 a 1968 com o primeiro marido e as duas filhas. No começou dos anos 70, voltou à Inglaterra e começou a construir sua carreira editorial que culminou na fundação da editora Bloomsburry. Mora em Parati (RJ), onde lançou em 2003 o festival literário na cidade. Em 2004 recebeu a Ordem do Mérito Cultural. Foi a editora da escritora J. K. Rowling, criadora de Harry Potter, que lucrou mais de 40 mil dólares, em vendas em todo o mundo.


LOUISA MAY ALCOTT Escritora nascida em 29/11/1832 na Pensilvânia,   filha de uma assistente social e do filósofo e professor Amos Bronson Alcott, Louise Pote Alcottfoi foi educada pelo pai e foi influenciada por  vários autores que frequentavam sua casa. Começou a escrever aos 15 anos para ajudar a família, que passava fome e chegou a pensar em se suicidar. Seu primeiro livro foi publicado em 1854. Trabalhou também como costureira, empregada doméstica e professora, assim como suas irmãs. Escreveu entre 1862 e 1863 cartas que foram reunidas e publicadas sob o título ‘Hospital Sketches’. Depois escreveu ‘A Modern Mephisofeles’, ‘Eigh Cousins’, ‘Rose in Bloom’, entre outros. Dedicou-se principalmente à literatura infantil. Tinha o sonho de ser atriz. Mudou-se com a família para Boston em 1834, onde seu pai criou uma escola e se juntou ao clube dos Transcendalistas". Em 1840 se mudaram para uma fazenda em Massachussets e três anos depois se mudaram novamente, para uma comunidade, em Concord. Seu livro "Mulherzinhas", de 1868, virou filme em 1917, e serviu de inspiração para seriados, desde então. Morreu em Boston em 06/03/1888, aos 55 anos, de derrame cerebral, dois dias após a morte do pai. Sua saúde era frágil, com diagnóstico difícil para as erupções da pele, vertigem epossível envenenamento por mercúrio, remédio que costumava usar. Nunca se casou nem teve filhos. Seu corpo foi enterrado no Cemitério Sleepu Hollow, em Concord.


LOU ANDRÉS SALOMÉ Romancista, pensadora e psicoterapeuta nascida em 12/02/1961 em São Petesburgo, Rússia, Louise von Salomé lutou contra a moral tradicional e a favor da emoção humana. Se formou pela universidade de Zurique. Seus olhos azuis despertaram paixão em Nietzche e Freud e outros dois homens mataram-se por ela. Em 1882 foi fotografada chicoteando os intelectuais alemães Paul Ree e Nietzche. Escreveu 'Reflexões sobre o problema do amor, Religião e Cultura', ' Meu Agradecimento a Freud', 'A Humanidade da Mulher'. Com fama de sedutora, teve vários amantes e suas obras estão ligadas a seus envolvimentos amorosos. Morreu em 05/02/1937em Gottinger aos 76 anos. Sua vida é contada no livro “Minha Vida”.





LÚCIA VERA MIGUEL PEREIRA Romancista, tradutora, biógrafa e pensadora nascida em 12/12/1901 em Barbacena (MG), filha de uma dona-de-casa e um médico, passou a infância no Rio de Janeiro, estudou num colégio para moças finas. Foi considerada a maior crítica literária brasileira de sua época. Estreou na literatura em 1931 na revista ‘Boletim de Ariel’. Traduziu livros de Marcel Proust, Fiodor Dostoievski e Irving Stone. Escreveu artigos para vários jornais como Estado de Minas, e O Estado de São Paulo e os livros ‘Maria Luísa’, ‘Amanhecer’, ‘Machado de Assis’, ‘Prosa de Ficção’, entre outros. Participou de grupos católicos, como os da revista 'A Ordem', tendo sido chamada de 'intelectual católica'. Foi casada com o historiador Octávio Tarquínio de Souza. Morreu em 22/12/1959 aos 58 anos, juntamente com o marido, num acidente de avião. Após sua morte, a família cumpriu seu desejo e queimou todos os seus manuscritos.


LYA LUFT - Escritora, pedagoga e tradutora nascida em 15/09/1938 em Santa Cruz do Sul (RS), Lya Fett, de descendência alemã, filha de do juiz Arthur Germano Fett, começou a escrever em 1979 após sofrer um acidente de automóvel, que a fez rever a vida, mas desde a infância gostava de poesias. Por suas ideias contestadoras, chegou a ser levada para um internato. É autora de 'Perdas e Danos', 'A Asa Esquerda do Anjo', 'O Rio do Meio', 'entre outros. Formada em Pedagogia e Letras, é colunista mensal da revista Veja. De 1970 a 1982 foi professora de Linguística na FAPA, Faculdade Porto-Alegrense, e obteve grau de mestra em Linguística e em Literatura Brasileira. Já traduziu mais de cem livros e escreveu mais de 23 obras. Foi casada com o professor Celso Pedro Luft, com quem teve 3 filhos (os dois se conheceram na faculdade, sendo ele 19 anos mais velho do que ela), e com o psicanalista e escritor Hélio Pellegrino, de quem ficou viúva. Casou-se novamente com o primeiro marido, Celso, que morreu em 1995. Recebeu vários prêmios literários, entre eles o União Latina, em 2001, pela tradução de "Lete: Arte e Crítica do Esquecimento" e o ABL em 2013 pela obra "O Tigre na Sombra".





LYGIA BOJUNGA NUNES Escritora e atriz nascida em 26/08/1932, em Pelotas (RS), aos 8 anos, mudou-se com a família para o Rio de Janeiro e começou a atuar no teatro e no rádio em 1951. Escreveu ‘Os colegas’, ‘Angélica’, ‘A casa da madrinha’, 'O sofá estampado’, entre outros.  Suas obras foram traduzidas para diversos países e um deles, "Corda Bamba", virou filme na Europa.  Recebeu vários prêmios, entre eles, o Jabuti em 1973, o Memorial Astrid Lindgren, em 2004 e o Han Christian Andersen em 1982, sendo a primeira escritora fora do eixo Estados Unidos-Europa a recebê-lo. Tem sua própria editora, que leva seu nome e sua Fundação que desenvolve ações para popularizar o livro. Em 2011 recebeu a Ordem do Mérito Cultural. Casada com um inglês, vive entre o Rio de Janeiro e a Inglaterra. Com 33 anos, mudou-se para uma propriedade no interior do Rio, onde o casal fundou a escola rural 'Toca'.


LYGIA FAGUNDES TELLES Escritora, romancista, contista, advogada e professora de educação física nascida em São Paulo (SP) em 19/04/1923, filha de um advogado e uma dona de casa, Lygia  de Azevedo Fagundes foi funcionária pública, e colaborou em jornais e revistas. Escreveu ‘Flower Fables', “A Estrutura da bolha de Sabão”, “Ciranda de Pedra”, que virou novela, ‘Praia Viva’, ‘Porão e Sobrado’, entre outros. Suas personagens principais são femininas. Recebeu vários prêmios literários, entre eles, o Afonso Arinos pela ABL, o do Instituto Nacional do Livro em 1958, o Jabuti em 1965 e o Camões, em 2005, de Portugal. Em 2016, aos 92 anos, tornou-se a primeira mulher a ser indicada ao prêmio Nobel de Literatura. É membro da Academia Brasileira de Letras e representante do Movimento Pós-modernismo. Viúva do jurista Paulo Emílio, tem um filho, Godofredo.


MAINTENA BURUNDARENA - Chargista, nascida em Buenos Aires, em 01/05/1962, filha de um ex-ministro, Maitena Inés Burundarena  começou a carreira como ilustradora gráfica em jornais e revistas e depois passou a escrever contos eróticos e argumentos para televisão. É autora de livros como "Mulheres Alteradas", "Superadas" e "Segredos de Menina" e alguns de seus contos foram reunidos no livro "Flo".  Por mais de 25 anos, suas tirinhas fizeram sucesso em revistas femininas, sempre utilizando o bom humor como pano de fundo para as histórias. Sua página humorística na revista argentina 'Para ti', é publicada em vários jornais do mundo. Vive com a família em La Pedrera.  Antes de ser escritora, tinha um quiosque 24 horas. Tem seis irmãos e está em seu quarto casamento. Casada com o produtor Daniel Kon, tem três filhos.


MADAME DE STAEL Romancista, crítica, ensaísta, ativista política e poetisa nascida em 22/04/1766, em Paris, França, filha de um banqueiro suíço, Anne Louise Germaine Necker Stael Holsein começou na literatura aos 21 anos. Escreveu ‘A Literatura Considerada nas suas Relações com as Instituições Sociais’, ‘Influência das Paixões sobre a Felicidade dos Indivíduos’, ‘Delfina’, ‘Corina’, entre outros. Sua obra “De l'Allemagne” foi queimada por ordem de Napoleão, que a considerou anti-francesa. Exilada pela revolução, foi para a Itália, Alemanha e Rússia. Com a queda de Napoleão, retornou a Paris. Foi casada com o Barão de Stael-Holstein, com quem teve 3 filhos, e com o oficial suíço, Rocca. Teve um romance com Benjamin Constant, escritor e político francês que despertou seu interesse pela cultura alemã e foi amante do ministro Luís de Narbonne. Com a queda de Napoleão, desiludiu-se com a política e morreu em 14/07/1817, com 51 anos.


MARGARETH MITHCELL – Escritora e jornalista nascida em 18/11/1900 em Atlanta, Geórgia (EUA), filha do advogado, Eugene Mitchell, e da sufragista, Maybelle Stephens, que morreu de gripe espanhola, Margareth Munnerlyn Mitchell nunca foi uma aluna exemplar, mas é autora do livro ‘...E o Vento levou’, que venceu o prêmio 'Pullizzer', em 1937 e que se transformou em filme de Hollywood, em 1939. Com a obra, ela se tornou rica e começou a ajudar em projetos de filantropia, encerrando sua carreira literária. Estudou em Northampton, Massachussets. Levou mais de 2 anos para escrever esse romance. Recebeu 13 indicações para o Oscar e levou oito. Foi casada com George Marsh e com o jogador de futebol americano, Berrien "Red" Upshaw (que era contrabandista de bebidas e violento), e noiva do tenente Clifford Henry, que morreu em combate na França, em 1919, durante a Primeira Guerra Mundial. Trabalhou como repórter do jornal Atlanta Sunday Magazine, para ajudar o prieiro marido com as despesas da casa e acabou reencontrando seu ex-namorado, John R. Marsh, que tinha sido seu namorado. Já divorciada, os dois se casaram em 1925. Morreu cinco dias depois de atropelada, em 11/08/1949, com 48 anos. Marsh morreu três anos depois e os dois estão enterrados no cemitério Oakland, em Atlanta, Estados Unidos. Em 1991 o livro "Scarlett", de Alexandra Ripley, foi lançado, como uma continuação de "E o Vento Levou", mas não obteve sucesso.



MARGARET ATWOOD Escritora, romancista e crítica literária, filha de uma nutricionista e de um entomologista, nascida em 18/11/1939, em Otawwa, Margaret Eleanor Atwood, é autora do livro "O Conto de Aia", em que o personagem heróico deixa de ser masculino para ser feminino. Escreveu ainda: "A Odisséia de Penélope", "O Ano do Dilúvio", "A Vida Antes do Homem", "Olho de Gato", entre outros. Começou a escrever aos 16 anos. Recebeu vários prêmios literários: o Arthur C. Clarke Award em 1987, o Man Booker, em 2000, o Princesa das Astúrias em 2008 e o PEN Pinter em 2016. Desde 1976 é membro fundadora da organização não governamental Writer's Trust of Canada, que apóia escritores iniciantes. Em 2001 foi incluída na Canada's Walk of Fame de Toronto. É casada com Jim Polk.



MARGUERITE DURAS Escritora, diretora de cinema, novelista e roteirista de filmes nascida em 04/04/1914 em Gia Dinh, Saigon, Vietnã, Marguerite Donnadieu escreveu mais de 40 livros e ganhou o prêmio “Gancout” pelo romance autobiográfico “O Amante”. Aos 17 anos, foi para a França e tornou-se um dos mais respeitados nomes do “nouveau roman”. É roteirista dos filmes “Hiroshima, Meu Amor”, "O Amante", "Uma Tão Longa Ausência", entre outros, em que também foi diretora de alguns deles. Escreveu a peça teatral "La Música". Recebeu o prêmio Goncourt, em 1984 e era participante do movimento literário Nouveau roman. Estudou Direito na França, para onde sua família se mudou e mudou o sobrenome para Duras, em homenagem à rua onde seu pai viveu. Morreu em 03/03/1996 aos 81 anos de câncer, em Paris. Sua vida é contada no filme “Uma Vida por Escrito”.


MARGUERITTE YOURCENAR – Escritora, ensaísta e memorialista nascida em Bruxelas em 08/06/1903, em Bruxelas, Bélgica, Marguerite Antoinette Jeanne Marie Cleenewerck de Crayencour foi a primeira mulher eleita para a Academia Francesa de Letras em 1980. Ainda na infância aprendeu grego e latim com o pai. Seu romance mais famoso, “Memórias de Adriano” foi publicado em 1951. Ganhou muitos prêmios, entre eles o “Femina” em 1968 com o livro “Obra em Negro” e o "Erasmus". Foi para os Estados Unidos em 1937 mantendo dupla cidadania. Órfã de mãe desde que nasceu, nunca frequentou a escola mas, teve aulas com de latim e grego o pai, com quem viajou pelo Oriente. Viveu 40 anos com a namorada, Grace Frick. Em 1980, aos 77 anos, casou-se com Jerry Wilson de 30 anos, que morreu de aids seis anos depois. Foi apaixonada pelo escritor André Fraigneau e durante muito tempo levou uma vida boêmia pela Europa. Morreu aos 84 anos em Mount Desert Island, Maine, nos Estados Unidos em 17/12/1987.


MARIA AGUSTINA BESSA-LUÍS romancista, autora de peças de teatro, escritora e biógrafa nascida em Amarante, Vila Meã, Portugal, em 15/10/1922, filha de um empresário, introduziu na prosa portuguesa um clima romanesco reduzindo figuras humanas a símbolos mitológicos. Com o romance ‘A Sibila’ conquistou o prêmio Delfim Guimarães, de Lisboa e o prêmio Eça de Queiroz em 1954. Escreveu ainda: ‘Mundo Fechado’, ‘Contos Impopulares’, ‘A Muralha’, ‘O Inseparável’, ‘Ternos Guerreiros’, Embaixada a Calígula’, ‘Sermão do Fogo’ e ‘Os Super-Homens’. Muitos de seus livros foram traduzidos em diversas línguas, e adaptados para o cinema. Foi casada com um estudante de Direito, Alberto Luís, que conheceu através de um anúncio de jornal, publicado por ela, que procurava alguém para se corresponder. Os dois tiveram uma filha, Mônica Bessa-Luís Baldaque, que é pintora, museóloga e escritora. Foi membro do Conselho Directivo da Comunitá Europea degoli Scritton, em Roma, de 1961 a 1962. Colaborou em várias publicações periódicas, e de 1986 a 1987 foi diretora do diário "O Primeiro de Janeiro", do Porto.  Entre 1990 a 1993 foi diretira do Teatro Nacional D. maria II, em Lisboa. Foi também membro da Alta autoridade para a Comunicação Social e é membro  da Academie Européenne des Sciences, des Arts et des Lettres, em Paris e membro da Academia Brasileira de Letras e da Academia das Ciências de Lisboa.  Em 1981 foi homenageada com o grau de Grande-Oficial da Ordem Militar de Santiago da Espada. Em 2004 recebeu o prêmio literário Camões.

MARIA ALICE GIUDICE BARROSO SOARES Romancista, jornalista e biblioteconomista nascida em Miracema (RJ) em 1926, foi diretora da Discoteca Pública do Estado da Guanabara em 1968 e do Instituto Nacional do Livro em 1955. Escreveu: ‘Estamos Sós’, ‘Um Simples Afeto Recíproco’ e ‘Um Nome para Matar’, que ficou em segundo lugar no II Prêmio Walmap de Literatura de 1967. Ganhou o 31o Prêmio Jabuti na categorai Romance, em 1989 com "A Saga do Cavalo Indomado". Para lançar seu primeiro livro, "Os Poseiros", economizou dinheiro por dois anos. Chegou a ser perseguida, em Miracema, por causa do teor de seus livros. Como jornalista ganhou dois prêmios Esso. Morreu em 2012, de infarto, aos 86 anos, em Juiz de Fora, MG.


MARIA FIRMINA DOS REIS Escritora, professora e autora de folguedos nascida em São Luís, no Maranhão em 11/10/1825, filha bastarda e mestiça, prima do escritor maranhense Francisco Sotero dos Reisfoi a primeira romancista brasileira com a publicação do livro 'Úrsula' em 1859. Negra e bastarda, seus livros denunciam a escravidão e usava o pseudônimo Uma Maranhense. Escreveu depois "13 de Maio", o conto "A Escrava" e o livro "As Mulheres: Um Protesto por uma Mãe", que criticava o mercado de trabalho insignificante da classe feminina. Também colaborou em jornais e compunha músicas para folguedos. Aos 55 anos, um ano antes de aposentar-se do magistério, fundou em Guimarães uma escola mista e gratuita para crianças pobres. Lecionou até aposentar-se em 1881. Nunca se casou nem teve filhos, mas adotou algumas crianças. Morreu em Guimarães, cega, aos 92 anos em 11/11/1917. 

MARIA GRAHAM escritora, tradutora e editora de livros, desenhista, pintora, ilustradora e viajante nascida em Cockermouth, Inglaterra em 19/07/1785, Lady Maria Dundas Graham Callcot escreveu e ilustrou o livro ‘O Diário de Uma Viagem ao Brasil e ' Residência Durante Parte dos Anos de 1821, 1822, 1823'. Em 1819 morou na Itália e em seguida foi para ao Chile e chegou ao Brasil em 1921, ao lado do marido,  o capitão da Marinha Thomas Graham, sempre escrevendo em seu diário sobre os locais que passava. Ao ficar viúva voltou ao Brasil e tornou-se governanta da princesa Maria da Glória, filha de D. Pedro I, mas por causa de intrigas no palácio, voltou para a Inglaterra, onde casou-se com o lorde Calcott e voltou a escrever, tendo publicado o livro Viagem ao Brasil em 1824 e vários desenhos sobre o país, que foram doados pelo marido a um museu, após sua morte. Foi intermediária das relações da Corte imperial com Lorde Cochrane. Em 1831, durante uma viagem à Itália, ela rompeu um vaso sanguíneo e tornou-se inválida, até a sua morte, em 21/11/1842, com 57 anos, em Kensington, Londres, Reino Unido. Calcott morreu dois anos depois.

MARINA COLASANTI escritora, colunista, tradutora, jornalista e ilustradora nascida na Eritréia, África, em 26/09/1937, com dois anos mudou-se com a família para a Itália, e chegou ao Brasil com 11 anos, onde estudou Belas Artes. Escreveu vários livros entre eles “Zoilógico”, “Amor”, “A Nova Mulher”, e “A Morada do Ser”, pelo qual ganhou o Primeiro Prêmio da Crítica em São Paulo. Seu primeiro livro, "Eu Sozinha", foi lançado em 1968. Ingressou na imprensa em 1962 como redatora e por muitos anos trabalhou para a Revista Nova. Recebeu o prêmio Portugal Telecom de Literatura e o Prêmio O Melhor para o Jovem, da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil. Em 2010 recebeu o Prêmio Jabuti pelo livro "Passageira em Trânsito". É casada com o jornalista, Afonso Romano de Sant'Ana, com quem tem duas filhas. É irmã do ator Arduíno Colassanti.


MARION ZIMMER BRADLEY Escritora nascida em 03/06/1930 em Albany, Nova Iorque (EUA), Marion Eleanor Zimmer Bradley é autora da série “Darkover” e do livro “As Brumas de Avalon”, onde fala da lenda do Rei Arthur sob a ótica feminina. Teve que começar a trabalhar muito cedo, chegando a ser garçonete, faxineira. Começou a escrever com 16 anos, ao ganhar uma máquina de escrever da mãe. No início produzia romances sensacionalistas, de cunho sexual,  para ganhar dinheiro e sustentar os filhos, época em que se juntou a um grupo de lésbicas ativistas, o Daughters of Bilitis. Casada duas vezes, teve dois filhos. Em 2014, foi acusada pela filha, Moira Greyland, de tê-la molestado sexualmente, entre os 3 e 12 anos, e de ter abusado de outras crianças, junto com seu pai, Walter H. Breen e que só não os denunciou por medo de ter sido mal interpretada pelos fãs da mãe. Morreu de problemas cardíacos, em Berkeley, Califórnia, em 25/09/1999, aos 69 anos.

MARQUESA DE ALORNA Tradutora e poetisa nascida em Lisboa, Portugal em 31/10/1750, neta da Marquesa de Távora, Leonor de Almeida de Portugal Lorena e Lancastre, foi dama de honra de Carlota Joaquina e começou a escrever aos 11 anos, trocando cartas com o pai, que as assinava com sangue. Deixou várias traduções: ‘Oberon’, ‘Ensaio sobre a Crítica’, ‘Estações’ e ‘Dartula’. Aos 8 anos foi para um convento junto com a mãe e a irmã por causa da execução dos pais e dos avós implicados no atentado contra D. José I e saiu de lá com 27 anos. Casou-se três vezes, sendo uma delas com o oficial alemão naturalizado português, o Conde de Oyenhausen, com quem teve 5 filhos. Viúva, voltou a Portugal e dedicou-se à administração de seus bens, fundou a Sociedade da Rosa (contra a ameaça napoleônica) e foi exilada em Londres, onde viveu quase na miséria. Voltando à Lisboa, foi empossada no título e nos bens do Marquesado de Alorna. Sua família foi perseguida pelo Marquês de Pombal. Ficou conhecida como condessa de Assumar e de Oeynhausen, Alcippe, 4a Marquesa de Alorna e Stael Portuguesa (por causa de sua amizade com a escritora Madame Stael). Além de Literatura, gostava de pintura, desenho e de estudar línguas (sabia falar várias). Morreu na casa do neto, em 11/10/1839, com 88 anos (20 dias antes de completar 89 anos). Está enterrada no Cemitério dos Prazeres.


MARTA BRUNET Romancista nascida em 09/08/1897 no Chile, escreveu ‘Montanha Adentro’, ‘Bestia Danina’, ‘Fumaça pelo Sul’, ‘Maria Hadie, entre outros. Começou a escrever aos 14 anos. Em 1923 publicou sua primeira novela, 'Montanha adentro'. Um ano depois, com a morte do pai, sua mãe passou a ter problemas mentais e ela parou de escrever, só publicando receitas culinárias. Em 1933 ganhou o 'Prêmio da Sociedade de Escritores do Chile, por suas obras. De 1934 a 1939 dirigiu a revista 'Família'. Em 1961 recebeu o Prêmio Nacional de Literatura. Morreu em 27/10/1967, em Montevidéo.






 
MARTHA MEDEIROS - Jornalista, aforista, publicitária e escritora nascida em 20/08/1961 em Porto Alegre (RS), começou a carreira em agências de propaganda e lançou seu primeiro livro "Strip Tease" em 1985. Depois escreveu “Meia Noite e um Quarto”, “Geração Bivolt”, “Topless”, “Persona Non Grata”, entre outros. Em 1993, foi morar no Chile por nove meses, onde se dedicou à poesia. Seu livro “Trem Bala”, de 1997  fez grande sucesso e foi adaptado para o teatro. Colabora com o jornal Zero Hora e com a revista Época. Recebeu o título de Cavaleira da Ordem do Mérito Cultural, em 2012. Começou a escrever, no chile, quando se mudou para acompanhar o marido, o publicitário Luiz Telmo de Oliveira Ramos, com quem tem duas filhas, Laura e Júlia Ramos.





MARY ELLEN CHASE - Cientista, professora e escritora nascida em Blue Hill, Estados Unidos, em 24/02/1887, foi uma educadora muito popular. Considerada uma das figuras literárias mais importantes do século XX, lecionava sobre a Bíblia como Literatura, nos anos 20. Cursou a universidade de Maine, e a Universidade de Minnesota. Lecionou no Smith College, de 1926 a 1955, quando se aposentou. Escreveu mais de 30 livros, entre eles "Seu Aniversário", "Ventoso" e "O Portão Branco", além de sua autobiografia "A Goodly Fellowship". Viveu com sua companheira, Eleanor Ducket até a morte, em Northampton, Massachussetts, EUA, em 28/02/1973, com 86 anos.



MARY McCARTHY escritora nascida em 21/06/1912 em Seatlle (EUA), de família judia pelo lado paterno (os pais morreram de gripe espanhola em 1918), neta do dono da empresa Preston  Gates & Ellis, Mary Therese McCarthy dedicou-se ao estudo do universo feminino em ensaios, livros e reportagens. Ficou órfã aos seis anos, quando os pais morreram de gripe espanhola e ela e os três irmãos foram criados por tios agressivos e abusivos. Casou-se 4 vezes, entre elas com o ensaísta Edmund Wilson e teve apenas um filho, com seu amante Philip Rahv. Chegou a dar aulas em duas escolas americanas. Escreveu: "Dize-me com quem andas", "Pássaros da América", "O Oásis", "O Grupo", entre outros. Sua vida é contada no livro “Memórias de Uma Menina Católica”. Morreu em 25/10/1989, em Seatle (EUA), com 105 anos. Teve muitas amizades com intelectuais, sendo a mais famosa com a filósofa Hannah Arent.


MARY SHELLEY - Escritora nascida em 30/08/1797 em Londres, filha da escritora Mary Wollstonecraft e do filósofo William Godwin, Mary Godwin Shelley escreveu vários livros, entre eles, ‘Franks’ (que inspirou o filme Frankstein), ‘História de uma excursão de seis semanas através da França’, 'A Vida e as Aventuras de Castruccio', 'Matilda' e 'Principe de Lucca'. Escreveu Frankstein aos 19 anos, e a obra foi publicada pela primeira vez, em 1818, sem o nome da autora na primeira edição, após ter sido rejeitada por duas outras editoras. O romance, de grande sucesso na época, gerou um novo gênero de horror. Foi casada com o poeta Percy Shelley, com quem fugiu aos 17 anos para viverem juntos. Dois anos depois a primeira mulher de Percy apareceu morta num lago, numa situação nunca esclarecida. Os dois então fizeram uma competição sobre quem escreveria a pior história de terror, surgindo assim "Frankstein". Morreu em 01/01/1851, de tumor cerebral, em Londres.


MARY WOLLSTONECRAFT - Escritora, tradutora, filósofa, jornalista e professora nascida em Spitalfields, Inglaterra, em 27/04/1759, é considerada a fundadora do Feminismo Filosófico, com sua obra "Reivindicação dos Direitos da Mulher", de 1792, que inspirou a brasileira Nísia Floresta a escrever o livro "Direito das Mulheres e Injustiça dos Homens", dois séculos depois. Ficou famosa dois anos, antes, quando lançou “A reivindicação dos direitos dos homens”. De família pobre, chegou a fazer trabalhos manuais e trabalhou como governanta, para se sustentar. Analfabeta até os 16 anos, aprendeu a ler sozinha, e a falar alemão e francês, o que facilitou sua inserção na sociedade, embora causasse escândalo por causa de suas atitudes e frases. O pai violento e alcóólatra, a obrigou a abrir mão da herança, para gastar o dinheiro com a bebida. Para proteger a mãe de serem agredida, chegava a deitar no chão, em frente a porta do quarto dela. Ela também protegia as duas irmãs e ajudou uma delas a fugir do marido, mas o ato teve consequências terríveis e a irmã acabou na miséria e discriminada pela poluação local. Mãe da escritora Mary Shelley (autora de Frankstein), foi casada com o filósofo William Godwin, mas moravam em casas separadas, pois gostava da liberdade e não queria ser sustentada por um homem. Teve um romance com Henry Fuseli, casado, e  com Gilbert Imlay, com quem teve a filha, Fanny Imlay (nome de uma grande amiga da escritora). Por causa dele, tentou o suicídio duas vezes - a primeira tomando láudano (ele chegou a tempo de salvá-la), e a segunda pulando no rio Tâmisa, tendo sido retirada com vida (a época ela estava grávida da primeira filha e não sabia). Escreveu 20 livros, além de tratados como "Cartas Escritas Durante uma Breve Viagem à Suécia, dinamarca e Noruega". Morreu aos 38 anos, em Londres, 10/09/1797, 11 dias depois da filha, Mary, nascer (sua placenta, que não fora expulsa pelo corpo, causou-lhe uma infecção generalizada).


MAURA LOPES CANÇADO Escritora e aviadora nascida em São Gonçalo do Abaeté, MG, em 27/07/1929, considerada uma das maiores contistas do país, foi colaboradora do Suplemento Literário do Jornal do Brasil. Escreveu “O Sofredor do ver”, “O Hospício é Deus”, entre outros. Casada aos 14 anos com um colega do aeroclube, teve o filho, o jornalista Cesarion Praxedes, com 15 anos. Aos 18 anos separou-se do marido e mudou-se para o Rio de Janeiro, onde internou-se com quadro de esquizofrenia. Ao sair, passou a freqüentar boates e a beber. De volta ao hospício Doutor Eiras, matou uma paciente e foi condenada por homicídio, ficando presas por 6 anos. Antes de ser escritora, passou a publicar suas obras no Jornal do Brasil e Correio da Manhã. Morreu no Rio de Janeiro em 19/12/1993, aos 64 anos, de ataque cardíaco.

MAY LOUISA ALCOTT Escritora nascida em Germantown, Pensilvânia (EUA) em 29/11/1832, filha da assistente social, Abby May e do filósofo Amos Branson Alcott, numa família de 4 irmã, foi educada pelo pai, tendo a oportunidade de conviver com intelectuais que frequentavam sua casa. Tinha o sonho de ser atriz, mas acabou tornando-se escritora, dedicando-se principalmente à literatura infantil. Escreveu: con ‘Flower Fables’, ‘Work’, ‘Eight Cousins’, ‘Rose in Bloom’, ‘Silver Pitchers’, entre outros. Seu romance mais famoso é "Mulherzinha", que virou filme e séries para TV, desde seu lançamento em 1917. Algumas de suas cartas escritas em 1862 e 1863 foram reunidas e publicadas sob o título ‘Hospital Sketches’. Morreu em Boston, em 06/03/1888, com 55 nos, em Boston, Massachussetts, Estados Unidos.

NADINE GORDIMER Escritora nascida em 20/11/1923 em Springs, África, filha de imigrantes judeus, ganhou o prêmio Nobel de Literatura em 1991, aos 68 anos. Começou a escrever aos 9 anos e publicou seu primeiro conto aos 15, na revista ‘Forum’. Seu primeiro livro ‘Face a Face’ foi lançado em 1949. Na década de 50 ficou mundialmente conhecida ao publicar uma série de três romances: 'The Lying Days', 'Um Mundo Estranho na África', 'Occasions for Loving', que falam sobre o conflito racial na África. Membro do Congresso Africano, partido de Nelson Mandela, teve vários livros censurados e proibidos e chegou a ser presa. Sua luta é marcada pela luta contra o apartheid. Mesmo assim, não se considera uma escritora política. Escreveu 'Convidado de Honra', 'O Povo de Julho', 'A Voz Suave da Serpente', Uma mulher sem igual', entre outros. Casada com um antiquário, teve dois filhos.  Recebeu ainda os prêmios "James Tait Blacj Memorial, em 1971 e o ManMorreu em 13/07/2014, em Joanesburgo, África, aos 90 anos.



NÉLIDA PINON Romancista e jornalista nascida em 03/05/1937 no Rio de Janeiro (RJ), filha de um comerciante, foi a quarta mulher a entrar para a Academia Brasileira de Letras e a primeira a dirigir a instituição, em 100 anos. Seus livros foram traduzidos em 25 países, sendo elogiados em jornais estrangeiros. Recebeu títulos como o de “Doutora Honóris Causa” pela Universidade da Flórida e o prêmio de Literatura “Juan Rulfo “ (foi a primeira mulher a recebê-lo). Escreveu ‘O Calor das Coisas’, ‘Sala de Armas’, ‘A Força do Destino’, ‘entre outros. Recebeu os prêmios Jabuti, Príncipe das Astúrias em 2005 e Casa de las américas em 2010. Foi redatora dos Cadernos Brasileiros e colunista do jornal 'O Dia', e professora de criação literária da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Seu nomem é um anagrama do nome do avô, Daniel. Cursou Jornalismo na PUC do Rio de Janeiro e estreou na literatura com o romance "Guuia-mapa de Gabril Arcanjo", em 1961. Faz parte da Academia das Ciências de Lisboa e da Real Academia Galega e lecionou em faculdades americanas. Suas obras foram traduzidas para vários países. Não se casou nem teve filhos.

NELLY SACHS Poetisa, escritora e autora teatral judia, nascida em 10/12/1891 em Berlim, Nelly Leonie Sachs escreveu suas obras tendo como pano de fundo, o nazismo. Filha de um rico industrial, começou a escrever aos 17 anos e colaborar com jornais, com seus poemas românticos. Em 1940 foi mandada para um campo de trabalho forçado, mas  conseguiu ajuda da amiga, a escritora Selma Lagerlof, na Suécia, que morreu antes de Nelly chegar ao país, com a mãe. As duas então, alugaram um apartamento de um quarto, onde viveram escondidas até o fim da guerra. Para sobreviver, Nelly aprendeu alemão e passou a traduzir poemas, e depois, a escrever a angústia das vitimas do Nazismo. Em 1958 recebeu o prêmio de Poesia da Associação Sueca de Escritores, o Nobel de Literatura em 1966 e o Prêmio da Paz do Comércio de Livro Alemão, em 1965. Ficou bastante tempo sem escrever, ao saber que seu amor havia morrido nos Campos de Concentração. Entres seus livros estão: "Eli: Uma Misteriosa Peça dos Sofrimentos de Israel ", de 1951) e "As Lareiras". Antes de ser escritora, pensava em se tornar bailarina e estudou música, literatura e dança. Seu primeiro livro foi lançado em 1921, sob sugestão de um amigo escritor. Morreu aos 79 anos em 12/05/1970 em Estocolmo, vítima de cancro. Seu corpo está enterrado no cemitério Norra Begravningsplatsen.


NÍSIA FLORESTA BRASILEIRA AUGUSTA Escritora nascida em 12/10/1810 em Papari (RN), Dionísia Gonçalves Pinto foi a primeira escritora brasileira a publicar um livro feminista: “Direitos das Mulheres e Justiça dos Homens”, em 1922, inspirada num volume da inglesa Mary Wolisonecraft, “Vindications of the Rights Of Woman”. Durante muitos anos, escreveu em jornais tratando da condição feminina, enfocando a República e a Abolição da Escravatura. Em 1842, lançou o livro “Conselhos à Minha Filha”, sobre a educação feminina. Casou-se pela primeira vez aos 13 anos. Um ano depois abandonou o marido e voltou para a casa dos pais. Com 18, foi morar com o estudante de Direito, Manuel Augusto de Faria Rocha, que morreu em 24/04/1885 na França, deixando-a com 2 filhos pequenos.




NORA ROBERTS - Escritora americana nascida em 10/10/1950, Eleanor Marie Robertson começou a escrever aos 30 anos, ao ficar presa numa nevasca, com os filhos pequenos, e hoje é uma autora de vários best sellers, sendo a primeira mulher a figurar na lista dos romancistas do "America Hall Fame". Usa também os pseudônimos J.D. Robb, Jill March e Sarah Hardesty. Entre seus livros estão: Álbum de Casamento", "Amor Lírio Vermelho", "Mentiras Genuínas" e "O Baile dos Deuses", traduzidos para vários idiomas. Os temas, geralmente, são conflitos familiares. Cerca de oito de seus livros viraram filme em Hollywood. Casou-se duas vezes e tem dois filhos. Em 1997, a escritora Janet Dailey admitiu que plagiou várias obras de Nora, depois que uma leitora desfonfiou das histórias muito parecidas no livro das duas. Processada, Janet foi obrigada a pagar indenização à editora e os livros, retirados de circulação.




OLYMPE DE GOUGES Escritora, ativista política, feminista e abolicionista francesa nascida em Montauban, sudoeste da França, em 07/05/1748, filha de um açougueiro e de uma lavadeira, Marie Gouze escreveu "Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã", em 1791, usando pseudônimo, por medo de represálias. Casou-se em 1765 com Luis Aubry, com quem teve um filho, Pierre. Escreveu a peça de teatro "L'Esclavage des Nègres", sobre a escravidão, "O Contrato Social", sobre casamentos, além de ensaios sobre os direitos da mulher. Em 1791 ingressou no Cercle Social, uma associação que discutia sobre a igualidade política e os direitos femininos. Morreu na guilhotina, em Paris, em 03/11/1793. Foi enterrada numa cova comum e por isso não se sabe onde se encontram seus restos mortais. Era contra a pena de morte. Em 06/03/2004, foi homenageada ao nomear uma praça de Paris, a Place Olympe de Gouges. 






PAGU Escritora, desenhista, crítica de arte, ilustradora e jornalista nascida em 09/06/1910 em São João da Boa Vista (SP) de família classe média, formada por imigrantes alemães, Patrícia Rehder Galvão, foi correspondente internacional de grandes jornais do Rio de Janeiro e São Paulo, nos anos 30. Filha de um jornalista, foi a primeira escritora brasileira a publicar regularmente ‘pulp fiction’ em revistas. Escreveu o romance ‘Parque Industrial’ (primeiro romance brasileiro a tratar de questões sociais), ‘O Mistério do Navio Perdido’, ‘Safra Macabra’, ‘A Mão Viva da Morta’, 'Detetive', entre outros. Freqüentadora dos meios intelectuais, foi adotada pelo grupo dos modernistas como a “musa Antropofágica” e foi a musa do Modernismo. Casou-se com o escritor Oswald de Andrade, apesar de ser amiga da esposa dele, a escritora Tarsila do Amaral (ele escreveu sobre o assunto: "Se o lar da Tarsila vacila, é pelo angu da Pagu"). Criou o primeiro Suplemento Literário no Diário de São Paulo. Fundou ‘A Famosa Revista’ e o jornal ‘A Vanguarda’. Usou os pseudônimos Pagu, Patsy, Ariel, Zazá, Pat, Pt, Léonei, King Shelter Gim, Solange Sohl e Mara Lobo. Perdeu a virgindade aos 12 anos e aos 14, engravidou e abortou (na época não havia pílula e ela questionava sobre a decisão de levar adiante uma gravidez indesejada). Teve dois filhos de dois casamentos. Militante política, chegou a ficar presa por cinco anos, por defender operários. Teve a vida contada no filme “Eternamente Pagu” e no livro de mesmo nome. Seu apelido foi dado pelo poeta Raul Bopp. Antes de ser famosa, Pagu já era extravagante: fumava em público, usava blusas transparentes e os cabelos eriçados e falava palavrões. Começou a escrever aos 15 anos de idade. Morreu de câncer, em 12/12/1962 em Santos (SP). Em 2003, fotos de Pagu foram jogadas no lixo pela ex-nora e encontradas por uma catadora de papel, que entregou-as a uma faculdade local.


PEARL BUCK Romancista, novelista, psicóloga e sinologista nascida em 26/06/1892 em Hillsboro, na Virgínia (EUA), filha de missionários, Publicou sua primeira novela, ‘Vento do Leste, vento Ocidental’, aos 38 anos. Foi criada na China e estudou em Xangai até os quinze anos, tendo trabalhado num abrigo chinês para mulheres escravas e prostitutas. Morando nos Estados Unidos, recebeu o prêmio de Pulitzer em 1932, e o Nobel de Literatura em 1938. Escreveu A Primeira Mulher e Outras Histórias’, ‘Anjo da Luta’, ‘Retrato de uma Alma’ e ‘A Novela Chinesa’. Mestre em Literatura pela Universidade de Cornell, em 1926, muitos de seus livros viraram filmes. Foi casada duas vezes: com John Lossing, com quem teve a filha Carol, deficiente mental, e com Richard Walsh. Adotou a filha Janice. É também conhecida como Sai Zhen Zhu, nome chinês. Fundou e dirigiu o "Movimento de Auxílio à China e lutou pelos direitos das mulheres, nos Estados Unidos. Morreu em Danby, Vermont em 06/03/1973, aos 80 anos. Seu corpo está enterrado em Green Hills Farm Grounds, em Perkasie, Pensilvânia, EUA.




RACHEL DE QUEIROZ Jornalista e escritora nascida em Fortaleza (CE) em 17/11/1910, foi a primeira mulher a entrar para a Academia Brasileira de Letras. Depois da seca de 1915, mudou-se com os pais para o Rio de Janeiro e depois para Belém. De volta à Fortaleza colaborou com jornais e publicou seu primeiro romance ‘Os Quinze’, que lhe valeu o Prêmio de Romance da Fundação Graça Aranha. Foi um dos fundadores do Jornal ‘O Povo’ do Ceará. Foi casada com José Auto da Cruz Oliveira, com quem teve uma filha, que morreu com um ano de idade, e com o médico Oyama Macedo. Não tiveram filhos, mas adotaram a irmã mais nova de Rachel, Maria Luíza. Na juventude, foi comunista ligada ao Partido Comunista Brasileiro e chegou a ser candidata a deputada estadual, mas sua eleição foi impedida pelo Estado Novo. Rompeu com o partido depois que seus dirigentes exigiram que ela fizesse alterações em seu romance 'João Miguel'. Em 1964, apoiou o golpe militar junto com outros intelectuais. Morreu em 11/2003, aos 92 anos de infarto, enquanto dormia.


REBECCA AMATO LEVY Historiadora e escritora nascida em 08/03/1912, na ilha de Rodes, Grécia, ficou famosa com o livro “I Remember Rhodes”, de 1987, sobre a herança dos judeus sefardistas. Em 1939 fugiu das tropas de Hitler, para Maselha, na França e para Tanger, no Marrocos. A maioria de seus familiares foram mortos nos Campos de Concentração, em Auschwitz, em 1944. Foi casada duas vezes: Moshe Hasson, que morreu em 1974 e com Victor Levy, com quem teve a filha, Mati. Morreu aos 89 anos, em Los Angeles, em 04/08/2001. Foi enterrada no Parque Memorial da Casa da Paz, Los Angeles. É avó do cineasta Gregori Viens, que em 1999 fez um documentário sobre a vida de Rebecca, exibido pela BBC.


ROSÁRLIA DE CASTRO Poetisa e romancista galega nascida em 24/02/1837, em Santiago de Compostela, Galiza, de uma relação extra-conjugal, Maria Rosália Rita de Castro foi considerada, junto com o marido, o jornalista e escritor Manuel Murguia, um dos maiores representantes do renascimento literário em sua terra. Ela teria sido filha de um sacerdote e fôra criada pelas tias paternas, já que a mãe a abandonou, voltando a resgatá-la com cinco anos de idade. Em 1856 foi para Madri viver com uma prima e dois anos depois casou-se com Manuel Murguia, investigador, cronista e jornalista e por causa do emprego dele, viveram em vários países. O casal teve sete filhos, sendo dois gêmeos, que morreram em anos diferentes (um deles, após uma queda), e uma menina nascida morta. Estudou música e literatura e é considerada a fundadora da literatura galega e por isso, o dia 17 de Maio é o Dia das Letras Galegas, data da edição de sua primeira obra, ‘Cantares Gallegos’. Escreveu depois ‘Folhas Novas’, ‘O Cavaleiro das Botas Azuis’, entre outros. Morreu de cancro em 15/07/1885, em Padrón, Espanha. Em 1891 seus restos mortais foram transladados, em cerimônia pomposa para o Pantéon de Galegos Ilustres no convento de São Domingos, em Santiago de Compostela. Em 1949 foi homenageada pelo governo, passando a nomear uma rua, em Avalade. Sua casa virou museu e há em Porto Portugal, na Praça de Galiza, uma estátua em sua homenagem, feita em 1954.


ROSE MARIE MURARO Escritora, física e pensadora nascida em 11/11/1930, de família rica, introduziu o feminismo no Brasil. Em 1971 trouxe ao País a feminista Betty Friedan. Em 1975 fundou no Rio de Janeiro o Centro da Mulher Brasileira. Escreveu mais de 40 livros, entre eles, “Sexualidade da Mulher Brasileira”, "Educando Meninos e Meninas para um Mundo Novo" e “Corpo e Classe Social no Brasil”. Por suas ideias, passou a ser perseguida pela Igreja, nos anos 80. Foi proprietária da editora ‘Espaço e Tempo’, e diretora da editora Vozes, da qual foi expulsa por determinação do Vaticano. Estudou Física e Economia. Foi eleita por nove vezes, a "Mulher do Ano" e recebeu da revista Desfile, o título de 'Mulher do Século', e recebeu do Senado, o Prêmio Teotônio Vilela, em comemoração aos 20 anos da anistia do Brasil. Durante muitos anos foi palestrantes em universidades americanas e editou o selo 'Rosa dos Tempos', da Editora Record. Também foi cidadã honorária de Brasília em 2001, ganhou o Prêmio Bertha Lutz em 2008 e em 2005 foi nomeada Matrona do Feminismo Brasileiro. Nascida praticamente cega, recuperou a visão após uma cirurgia, aos 66 anos e viu seu rosto pela primeira vez.  Divorciada, teve 5 filhos. Morreu em 21/07/2013, no Rio de Janeiro, aos 83 anos, de câncer na medula óssea. Na ocasião, ela já não enxergava, andava com auxílio de andador e precisva de ajuda de uma secretária para escrever dois livros. Seu corpo foi cremado no Cemitério do Caju, no Rio de Janeiro.  O Instituto Rose Muraro guarda seus acervos pessoais.

RUTH FULTON BENEDICT escritora e antropóloga nascida em 05/06/1887 em Nova Iorque (EUA), filha de professora, usou o pseudônimo de Anne Singeton ao escrever biografias das feministas Margaret, Mary Wollstonecraft e Schereiner. Escreveu os livros ‘Testes Padrões de Cultura’, que foi traduzido para várias línguas, ‘Zuni Mythology’, ‘Raça: Ciência e Política’ e o ‘Chrusanthemum e a Espada’. Seus livros falam das diferenças entre as culturas em torno do mundo. Estudou no Vassar College e na Universidade de Columbia, graduando-se em 1919, tornando-se Phd e membro da instituição. Foi casada com um professor e teve um romance com Margaret Mead, sua aluna na faculdade. Foi um dos principais antropólogos recrutados pelo governo americano para estudar o impacto da Segunda Guerra Mundial na humanidade.  Morreu em 17/09/1948, em Nova Iorque. Dois meses antes havia alcançado o cargo de professora plena da universidade, onde lecionava. Em 1995 foi feito em Nova Iorque, uma selo impresso em sua homenagem.


RUTH ROCHA - Pedagoga, editora, escritora de livros infantis e cientista política, nascida em São Paulo (SP) em 02/03/1931, filha do médico Álvaro de Faria Machado e de uma dona-de-casa, Ruth Machado Lousada Rocha lançou seu primeiro livro, 'Palavras e Muitas Palavras", em 1976. Colaborou com as revistas Cláudia e Recreio, desde 1967, escreveu 130 livros, que foram traduzidos para 25 línguas e dialetos, entre eles ‘Marcelo, martelo, marmelo’, que já vendeu mais de um milhão de cópias e ‘Escrever e criar... uma nova Proposta’. Membro da Academia Paulista de Letras desde 2007, ocupando a cadeira 38, tem mais de 13  obras publicadas. Lançou livros no parlamento brasileiro e na sede da ONU, Organização das Nações Unidas, em Nova Iorque. Formada pela PUC e Universidade de São Paulo, foi aluna do escritor Sérgio Buarque de Holanda, trabalhou no colégio Rio Branco como orientadora educacional por dez anos, e em 2000 gravou a série "Quem Conta um Conto", para a TV Futura, que reproduz o poema do escritor clássico, Homero. A partir de 1973 trabalhou na Abril como editora e coordenadora do departamento de publicações infanto-juvenil. Em 1998 foi condecorada com a Comenda da Ordem do Mérito Cultural, do Ministério da Cultura e ganhou vários prêmios, em sua carreira, como o Jabuti (ganhou 8 vezes) e e o da Associação Paulista dos Críticos de Arte, da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil, e em 2002 foi escolhida como membro do PEN CLUB. Tem uma irmã e uma filha, Mariana. Aprendeu a gostar de literatura, na infância, com a mãe e o avô. Foi casada com um colega da faculdade, Eduardo Rocha, que morreu em 2012.


SAFO DE LESBOS Poetisa, professora, ativista política e compositora de músicas para casamentos nascida em na ilha de Lesbos em 620 a.C., filha de aristocratas, passou a vida em Mitilene.  suas poesias falavam das suas relações sexuais com amigas e possivelmente com o irmão Caraxo. Sobraram apenas dois poemas líricos encontrados no Egito em 1898 e publicados no livro ‘Safo de Lesbos’. Os arqueólogos não sabem como os poemas foram publicados e circularam na Antiguidade. Passou a maior parte de sua vida na ilha de Lesbos, onde era líder de um clube onde se reuniam moças para escrever e recitar poesia. No local, era possível expressar as paixões homossexuais (o termo lesbianismo surgiu daí). Faz parte dos nove poetas do período arcaico. Casada com Cércilas, teve uma filha, Cleis. Por causa de suas posições políticas, foi exilada em Lesbos, onde criou uma escola de Artes para mulheres, que participavam ainda de recitais, banquetes, cultos religiosos e concursos de beleza. As alunas eram chamadas de companheiras (hetarai) e há indícios de envolvimento amoroso entre elas. Suas poesias tinham cunho erótico. Viúva aos 40 anos, foi banida da Grécia junto com outros aristocratas. Foi cunhada em moedas no século III d.C. Morreu em 580 a.C.Tinha três irmãos.

SELMA LGERLOF romancista nascida em 20/11/1858 numa fazenda, em Marbaka, Varlândia, Suécia, filha de um militar e de uma dona-de-casa, neta de um rico industrial, Selma Ottilia Lovisa Lagerlöf Suécia,  foi a primeira mulher a receber o Prêmio Nobel de Literatura, em 1909 com uma obra baseada em lendas. É um dos escritores suecos mais lidos e com maior sucesso internacional. É membro da Academia Sueca desde 1914, cuja cadeira é a de número 7. Escreveu “A Saga de Goesta Berling”, “Jerusalém” e o livro infantil “A Viagem Maravilhosa de Nils”, que lhe deu fama internacional. Nasceu com um problema articular na perna esquerda e aos três anos foi impedida de andar, passando a infância se distraindo com livros e histórias contadas pela babá, que influenciaram sua paixão pelas Letras e aos 15 anos começou a escrever poemas. Em 1880 a situação financeira da família declinou e ela começou a trabalhar e a estudar Normal, tendo atuado também como professora de História em Ladskrona, lutando pela independência da mulher. Como protesto, aos 27 anos, cortou os cabelos em tranças longas, que usava, num gesto considerado escandaloso, para a época. Em 1885 a família perdeu a propriedade em Márbaka e ela então resolveu lançar seu poemas na revista feminista Dagny, para recuperar a fazenda. Em 1891 saiu-se vencedora do concurso literário, ganhando o prêmio em dinheiro, pela obra "A Saga de Gosta Berling". Escreveu depois "Os Invisíveis", "A Penugem", "Os Milagres de Anticristo", entre outros. Na velhice, publicou vários livros sobre a infância. Morreu em 16/03/1940. Está enterrada no cemitério de Ostra Amtervik. Desde 1992, estampa a nota de 20 coroas suecas.

SHERE HITE Escritora, sexóloga e ex-modelo nascida em 02/11/1942 em Saint Joseph, no Missouri (EUA), engajou-se no movimento feminista em 1970, quando era estudante de mestrado em História. Na ocasião, foi fotografada ao lado de uma máquina de escrever, num anúncio em que se lia: “Esta máquina é tão inteligente que ela não precisa ser”. A frase irritou as feministas, que se manifestaram em frente à empresa. Formou-se nas universidades da Flórida e de Colúmbia, tendo feito doutorado pela Universidade de Nihon, e, Tóquio (Japão) e em Sexologia Clínica pela Universidade de Maimonides, em North Miami Beach, na Flórida (EUA). Entre 1972 e 1978, foi diretora do Projeto Sexualidade Feminista da Organização Nacional para as Mulheres. Em 1976, causou escândalo ao lançar seu primeiro livro, ‘Relatório Hite: um Estudo da Sexualidade Feminina’, no qual derrubava o mito do orgasmo vaginal. Por causa do protesto, mudou-se para a Alemanha e trocou de nacionalidade. Em 2000, lançou ‘O Amor e os Negócios’, em que defende o relacionamento entre colegas de trabalho. Foi casada com Friedrich Horicke, entre 1985 a 1999. Lecionou em várias universidades em todo o mundo, como Sorbone, Harvard e Colúmbia e publicou vários artigos em revistas. Atualmente é diretora do Hite Reserarch Internacional.


SIGRID UNDSET Escritora nascida em 20/05/1882, em Kalundborg, Dinamarca, escreveu novelas baseadas nas lendas e folclore de seu país. Com dois anos, mudou-se com a família para a Noruega, por causa de uma doença do pai, que morreu quando ela tinha 11 anos. Antes de ser escritora, foi secretária e datilógrafa, para sustentar a mãe e duas irmãs, após a morte do pai. Seu primeiro romance, aos 22 anos, foi recusado pela editora, e só dois anos depois, ela escreveu o segundo, "Fru Marta Aulie, que obteve sucesso com a ajuda de um escritor famoso. Com as vendas, abandonou o escritório e fez uma viagem à Europa, ficando nove meses na Itália. Casada com o pintor norueguês Anders Castus Svarstad, teve três filhos, sendo que a menina era deficiente mental. Em 1928 recebeu o Prêmio Nobel de Literatura por " Olav Audunsson". Em 1940, fugiu do Nazismo, para os Estados Unidos, onde escreveu e discursou contra esse regime, que matou seu filho mais velho em combate contra tropas alemãs. Após a guerra, voltou à Noruega, mas não escreveu mais. Morreu em 10/06/1949, aos 67 anos, em Lillehammer.

SIMONE DE BEAUVOIR - Escritora e filósofa nascida em 09/01/1908 em Paris, França, numa família burguesa de duas meninas, filha de um advogado, Simone Lucie-Ernestine-Marie-Bertrand de Beauvoir foi uma das inspiradoras do feminismo. Estudou numa escola católica privada até os 17 nos, cursou Matemática, Línguas e Filosofia, em Paris. Ao conhecer o namorado Jean-Paul Sartre, ligou-se ao existencialismo, movimento filosófico que ele participava. Os dois fundaram a revista ‘Les Temps Modernes’. Escreveu ‘A Convidada’, seu primeiro livro, em 1943, ‘O Segundo Sexo’, ‘Os Mandarins’, ‘Memórias de uma Moça Bem Comportada’, entre outros, tendo recebido os prêmios literários Goucourt, em 1954 e Jerusalém, em 1975. Dizia que nunca encontraria felicidade fazendo serviços domésticos ou tendo filhos. Mas, nos anos 90 foram descobertas cartas endereçadas ao amante, o autor Nélson Algren, em que contava a vontade de fazer comida para ele, lavar pratos e arrumar a casa. Os dois se conheceram nos Estados Unidos em 1947 e ficaram juntos por 18 anos. Na década de 1970 participou do Movimento de Libertação das Mulheres Francesas e assinou o Manifesto 343, em 1971, uma lista de famosas que alegavam terem feito aborto, na época prática ilegal no país (o aborto foi legalizado na França, em 1974). Em 2016 ela foi tema do Enem, no Brasil, e houve polêmicas a respeito de sua opção sexual, sob acusação de que teria paquerado com algumas aluna, quando era professora na universidade. No livro de memórias, a ex-aluna, Bianca Lamblin disse que tinha sido abusada por Beauvoir, que acabou recebendo suspensão do trabalho, na época. Outra acusação partiu da ex-aluna, Natalie Sorokine, então com 17 anos e as denúncias levaram a filósofa a ser proibida de lecionar na França. Há suspeitas de que ela e Sartre abusavam das garotas, num pacto que chamavam de "Trio". Morreu de pneumonia, aos 78 anos em 14/04/1986. Seu corpo está enterrado, junto com Sartre, no Cemitério de Montparnasse.




SIMONE WEIL - Escritora, pensadora e professora de filosofia nascida em 03/02/1909 em Paris de família judia, Irmã do matemático André Weil, Simone Adolphine Weil, renunciou ao ensino em 1934 para trabalhar como operária numa fábrica de automóveis, onde ficou por dois anos e acabou tendo infecção na pleura. Como operária, participou de protestos e aprendeu sobre a vida das funcionárias, tema de um de seus livros, em que, critica o poder do estado. Lançou na época o jornal "Diário da Fábrica". Escreveu ‘Reflexões sobre as origens do hitlerismo'’, ‘Poema da força’, ‘Deus em Platão’, entre outros. Aos 12 anos já falava grego arcaico, e em 1931 tornou-se professora de uma escola secundária para moças em Le Puy, onde recebeu o apelido de "Virgem Vermelha", por suas convicções políticas, ao mesmo tempo em que defendia sua virgindade. Lutou na Guerra civil Espanhola e acabou acometida por tuberculose. Morreu em 24/08/1943 no sanatório de Ashford, em Londres, após uma greve de fome em apoio a seus conterrâneos.




SOFIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN Poetisa e escritora nascida em 06/11/1919 no Porto, Portugal, parente do conde de Mafra, começou na Literatura em 1944 e sua obra caracteriza-se pelo despojamento e objetividade. Com seus livros criticou o regime salazarista. Estudou Filosofia na Universidade de Lisboa, mas não concluiu o curso, no entanto, participou ativamente de movimentos universitários, lutou contra o Estado Novo e foi candidata pela oposição Democrática nas eleições legislativas de 1968, além de ter sido fundadora da comissão Nacional de Socorro aos Presos políticos. Em 1975 foi eleita para a Assembléia Constituinte pelo círculo do Porto.  e em 1964 recebeu o Grande Prêmio da Poesia pela Sociedade Portuguesa de Escritores. Em 1999, recebeu o Prêmio Camões, sendo a primeira mulher a recebê-lo. Ao longo da carreira, também recebeu muitas honrarias e outros prêmios de literatura. Escreveu: ‘Dia do mar’, ‘Coral’, ‘Mar Novo’, ‘Geografia’, entre outros, e traduziu para o português, obras de escritores clássicos. Casada com o jornalista Francisco Sousa Tavares, teve 5 filhos. Morreu em 02/07/2004, em Lisboa. Seu corpo foi sepultado no Cemitério de Carnide. Em 20 de fevereiro de 2014, a Assembleia da República a homenageou com honras de Panteão, e desde 2005, seus poemas podem ser lidos no Oceanário de Lisboa.


STELLA FLORENCE Escritora e ex-secretária executiva, nascida em São Paulo em 1967, em suas obras, critica o feminismo xiita, abordando com humor assuntos como aborto, estupro e vingança. Escreveu “Hoje Acordei Gorda”, “Porque os Homens não Cortam as Unhas dos pés?”, “Ele me Trocou por Uma Porca Chauvinista” e ‘Escrava de Quem?’ Foi colunista da revista Criativa e tem um blog com seu nome. Casada, tem uma filha. É escritora voluntária do projeto Pode Gritar, que denuncia a violência sexual, e colobora com o blog Exnap.

- SUSAN SONTAG - Crítica de arte, ativista social e escritora nascida em 16/01/1933 em Nova Iorque (EUA), foi uma das principais intelectuais americanas. Estudou filosofia, literatura e teologia em Harvard e destacou-se por sua defesa dos diretos humanos. Escreveu romances, contos, peças de teatro e ensaios, que foram traduzidos para 32 idiomas, recebendo muitos prêmios literários, como o 'National book Award'. Também escreveu e dirigiu quatro filmes, e colaborou com artigos para revistas como The New Yorker e The New York Review of Books. Presidiu o American Center of PEN (1987-1989), organização internacional de escritores dedicada à liberdade de expressão, na qual liderou uma série de campanhas a favor de escritores presos ou perseguidos. Mudou-se para Sarajevo em 1993. Foi casada com o Capitão Nathan Sontag e com o instrutor de sociologia Philip Rieff. Morreu de síndrome mielodisplásica, seguida de leucemia, em 28/12/2004 de leucemia, aos 71 anos, nos Estados Unidos.

SVETLANA ALLILLUYEVA Escritora, professora e tradutora nascida em 28/02/1926 filha mais nova do ditador Joseph Stalin, criada por uma enfermeira, perdeu a mãe, aos seis anos de idade e há suspeitas de que tenha se suicidado, por causa do marido, violento em casa. Começou a carreira de escritora, usando o pseudônimo Lana Peters. Em 1967 foi para os Estados Unidos após pedir asilo político. Aos 16 anos apaixonou-se pelo cineasta judeu Aleksei Kapler, de 40 anos, e o romance seria a causa de ele ter sido enviado pelo pai dela, à Gulag, campo de trabalho forçado em Vorkuta. Casou-se duas vezes: com Grigori Morozov, pai de seu filho, Joseph e com Yuri Zhdano, com quem teve a filha Ekaterina. Namorou com Brajesh Singh, que morreu antes de se casarem. Após a morte do pai, em 1953, adotou o nome da mãe. Sua vida é contada em sua autobiografia 'Vinte Letras a um Amigo'. Morreu de câncer de colo de útero, em 22/11/2011, aos 85 anos, em Richland Center, Wiconsin, Estados Unidos. Estava divorciada e pobre, renegada pela família.

SYLVIA PLATH Poetisa e romancista nascida em 27/10/1932 em Massachusetts (EUA), filha de um professor de zoologia, que morreu de diabetes uma semana e meia depois de ela completar oito anos, e uma dona-de-casa, escreveu “Um Navio de Inverno”, “Colosso”, “Ariel”, “Atravessando a Água”, "Redoma de Vicro" e “Árvores de Inverno”. Publicou seu primeiro poema "Papai", em Winthrop, aos 8 anos de idade e por causa disso, o túmulo de seu pai ficou famoso. Em 1942 muda-se com a mãe e os irmãos para Masschussets. Na faculdade começou a trabalhar como editora na revista "Mademoiselle" e morou um mês em Nova Iorque, época em que tentou o suicídio tomando narcóticos. Internada numa clínica psiquiátrica, financiada por uma amiga, formou-se em 1955 no Smith College. Aluna brilhante, conseguiu bolsa integral na Universidade de Cambridge na Inglaterra, onde conheceu o futuro marido, o poeta inglês Ted Hughes, com quem teve os filhos, Frieda e Nicholas. Em 1961 ela sofre um aborto da terceira gravidez e descobre um caso extra-conjugal do marido. Deprimida, suicidou-se em 11/02/1963 aos 30 anos, inspirando gás de cozinha em sua casa. Para proteger as crianças do cheiro forte, ela cobriu  a cabeça delas com toalhas molhadas, abriu as janelas e deixou perto de suas camas, leite e pão. Foi encontrada, morta, na manhã seguinte pela enfermeira que havia contratado (as crianças estavam com frio, mas sobreviveram). Sua vida é contada no filme americano 'Sylvia - Paixão Além das Palavras'. Em "The Bell Jar", usa o pseudônimo Victória Lucas, para contar em detalhes a respeito de sua luta contra a depressão. Em 2009 seu filho, Nicholas, também se suicidou, em decorrência de depressão. Biólogo e professor universitário em Fairbanks, Alasca, solteiro e sem filhos, enforcou-se em sua casa.

TASLIMA NASRIM – Escritora feminista e ginecologista nascida em Bangladesh em 25/08/1962, Nasrim Jahan Taslima de Rajab Ali e Idul Ara, saiu foragida de seu país, onde foi ameaçada de morte por extremistas muçulmanos, desde que concedeu uma entrevista a um jornal indiano, em que propôs revisão radical do Alcorão. Em 1990, começou a se destacar por artigos publicados em jornais feministas, nos quais denunciava a posição subalterna da mulher no mundo muçulmano. Foi a primeira escritora muçulmana a usar a palavra ‘vagina’ num poema erótico. A recompensa pela cabeça da escritora foi fixada em 4 mil dólares, o que é muito no país. Aos 32 anos pediu socorro a países estrangeiros através de fax. Casada três vezes, chegou a defender o direito das bengalesas terem 4 maridos, uma vez que isso é permitido aos homens. Recebeu vários prêmios, entre eles, "Sakharov", "Simone de Beauvoir", "Ananda Puraskar", "UNESCO-Madanjeet Singh Prize".



TATIANA BELINSKY - Escritora infanto-juvenil e roteirista nascida em Petersburgo, Rússia, em 18/03/1919, foi tradutora de grandes obras russas e adaptações de livros para a TV, como "O Sítio do Picapau Amarelo". Veio para o Brasil na infância, em 1929, com a familia, fugindo da guerra na União Soviética. Estudou Filosofia pela faculdade mas não concluiu o curso, em São Bento (SP), trabalhou como secretária bilíngue e taquígrafa antes de ser escritora e representante de produtos de celulose, empresa da família. Foi casada com o médico e educador Julio Gouveia. Também atuou como atriz no grupo "Teatro Escola de São Paulo, Tesp, onde adaptou várias obras de Monteiro Lobato. Fez o roteiro para o programa "Teatro da Juventude", nome de seu livro lançado em 1984 e colaborou com jornais sobre teatro e literatura. Em 1985 lançou "A Operação Tio Onofre e "Medroso!Medroso". Também traduziu "Alice no País das Maravilhas" e recebeu vários prêmios literários, como o Jabuti em 1994 e o da Fundação Nacional do Livro Infanto e Juvenil em 2003. Em 2009 foi eleita para a Academia Paulista de Letras, cadeira 25. Morreu em 15/06/2013, em São Paulo.


THEODORA KROEBER - Escritora, psicóloga e antropóloga americana, nascida em 24/03/1897, em Denver, Colorado (EUA),  Theodora Covel Kracaw Kroeber Quinn começou a carreira aos 60 anos de idade, abordando temas feministas e relatando a cultura nativa da Califórnia. Entre sFoi casada com o antropólogo Alfred Louis Kroeber, com quem teve 2 filhos, entre eles, a escritora, Úrsula K. Le Guin. Teve dois filhos do primeiro casamento. Morreu aos 82 anos, em 04/07/1979, em Berkeley, Califórnia, Estados Unidos.





ÚRSULA K. LE GUIN - Escritora, roteirista, tradutora, poetisa, ensaísta estadudinense, filha da escritora Theodora Kroeber, nascida em 21/10/1929, em Berkley, Califórnia, Estados Unidos, é autora de mais de 100 livros de romance, ficção científica, poesia, contos e ficção, entre eles "Os Despossuídos", "Lavinia", e "A Mão Esquerda da Solidão". Recebeu vários prêmios literários por suas obras. Começou a carreira em 1961. Em 2003 foi eleita Grã-Mestre de Ficção Científica da Science Fiction and Fantasy Writers of America, a SFWA, primeiro título concedido a uma mulher. Em 2014, ganhou a Medalha da National Book Fundation, por sua contribuição no mundo literário estadunidense, e no ano seguinte, criticou o comércio eletrônico da Amazon, ano em que um documentário sobre sua vida foi premiado no programa financeiro do governo, o National Endowment fo the Humanities. com. Em 2016 foi descrita pelo jornal The New York Times, como a "maior escritora viva de ficção científica dos Estados Unidos. Começou a se interessar por literatura ainda na infância, cuja casa era lotada de livros. Casada com o historiador, Charles Le Guin, teve 3 filhos: Theodore, Elizabeth e Caroline. Morreu aos 88 anos, em 22/01/2018, em Portland, Oregon, Estados Unidos. 



VIOLET PAGET Escritora nascida em Château St Leonard, em Loulogne, França, em 14/10/1856, escreveu vários livros com o pseudônimo de Vernon Lee. Feminista, lésbica, apaixonada por música, tocava cravo escreveu sobre o tema em "Estudos do Século XVIII na Itália. Publicou também: "O Príncipe das Cem Sopas: Um Show de Marionetes na Narrativa", "A Condessa de Albany", "Miss Brown", entre outros. Teve romance com três mulheres, entre elas a escritora britânica Amy Levy, e teve como amante, Kit Anstruther-Thompson. Morreu em 13/02/1935. Sua biblioteca foi deixada para o Instituto Britânico de Florença e é aberto ao público.




VIRGÍNIA WOOLF Escritora nascida em Londres, em 25/01/1882, filha de um editor, Adeline Virginia Stephen Woof, renovou a literatura moderna. Aprendeu a escrever com os pais, já que ela e os irmãos não frequentaram a escola. Foi integrante do grupo de intelectuais, Bloomsburry, que após a Primeira Guerra Mundial, questionava as tradições literárias, políticas e sociais. Publicou seu primeiro livro em 1915, mas conseguiu sucesso em 1925 com ‘Mrs. Dalloway’. Por mais de 25 anos, escreveu novelas e romances, como ‘As Ondas’, ‘O Farol’, ‘Orlando’, ‘Entre os Atos’, ‘Um Teto Todo Seu’. Seu livro ‘O Quarto’ é um clássico do movimento feminista. Teve uma vida atribulada, com depressões e amores e por isso alternava oss romances com composições mais leves para acalmar. Foi incentivada a escrever pelos pais. Em 1912 casou-se com o escritor Leonardo Woolf, e com ele fundou uma editora de livros, Hogarth Press, que lançou vários escritores. Suicidou-se em 28/03/1941, entrando num rio com os bolsos cheios de pedras. Deixou nos bolsos um bilhete em que se despedia das pessoas que amava. Segundo alguns médicos, ela teria sofrido abuso sexual dos irmãos, o que explicaria sua mente depressiva e a razão do suicídio.

VIVIANE FORRESTER Escritora, ensaísta, romancista e novelista nascida em 29/09/1925 em Paris, França, Viviane Dreyfus, foi um dos maiores fenômenos das livrarias em todo o mundo, tendo batido todos os recordes da editora Unesp, com seu livro “O Horror Econômico”, em que fala sobre as conseqüências da economia neoliberal globalizada, desemprego e trabalho. O livro lhe rendeu o Prêmio Medicis de Ensaio, em 1996. Pelas biografias de Van Gogh e de Virgínia Wolf, ganhou os prêmios Goncouver em 2009 e o Femina, em 1983. Sua obra foi traduzida para mais de 20 países. Também colaborou com revistas e é autora do Ensaio 'O Crime Ocidental, sobre o conflito no Oriente Médio. Foi membro e fundadora do grupo antiglobalização Attac. Escreveu ainda "Ainsi des Exilés" e "Vestiges". Foi casada com o pintor zelandês, John Forrester, com quem teve dois filhos. Morreu em 30/04/2013, aos 87 anos, em Paris.


ZELDA SCOTT FITZGERALD – Escritora e bailarina nascida no Alabama (EUA) em 24/07/1900, caçula de seis irmãos, Zelda Sayre Fitzgerald escreveu apenas um romance, ‘Essa Valsa é Minha’, em 1932, e atuou como cronista em revistas. Adorava escrever, mas foi desencorajada pelo marido, o escritor John Scott Fitzgerald, conhecido como 'O Grande Gatsby', que a chamava de 'a primeira melindrosa americana'. Os dois se conheceram num baile e se casaram em 1920. Ele não se importava de ela ter saído com outros homens, o que na época era um escândalo, e aproveitou-se dessa paixão para escrever vários livros. Gostavam de beber, dançar e andar sobre as capotas dos táxis e serviram de inspiração para livros, filmes e até um jogo da Nintendo, em 1986, já que usaram a literatura para se agredirem verbalmente. Tiveram uma filha, e em 1922 há suspeitas de que ela tenha abortado na segunda gravidez. Jornais da época diziam que ela gostava de garotos, natação, e de dançar o charleston. Aos 27 anos resolveu se tornar uma bailarina e chegou a estudar várias horas por dia, num ato obsessivo. Em 1930 começou a sofrer de doença mental e acabou internada no sanatório Sheppard Pratt, em Towson, Maryland, onde foi diagnosticada como bipolar e depois como esquizofrênica. Morreu aos 47 anos, num incêndio no hospital onde estava internada, em 10/03/1948. Sua morte foi pouco notada e o casal está enterrado em Rockville Union Cemetery, Maryland Em 1992 foi introduzida no Hall da Fama e se tornou um ícone feminista, ao ser retratada como uma vítima de um marido autoritário, em sua biografia, publicada em 1970. 


ZÉLIA GATAI Escritora nascida em 02/07/1916 em São Paulo, filha de imigrantes italianos, caçula de 5 irmãos, Zélia Gattai Amado de Faria começou a carreira aos 63 anos. Escreveu 14 livros, entre eles "Um Chapéu para Viagem", "Pássaros noturnos de Abaeté", "Senhora do Baile", “Anarquista, Graças a Deus”, que virou minissérie na TV Globo.  Casou-se aos 19 anos com Aldo Veiga, com quem teve o filho Luiz Carlos, e com o escritor Jorge Amado, por 56 anos, com quem teve os filhos João Jorge e Paloma. Os dois se conheceram em São Paulo, durante o Primeiro Encontro de Escritores Brasileiros e em 1945 mudaram-se para o Rio de Janeiro. Inicialmente ela ajudava Jorge na datilografia de seus livros, até que tomou gosto pela literatura e passou a escrever. Nos anos 60, engajou-se no Partido Comunista e teve que exilar-se com o marido e filhos na Europa, Paris, Polônia, Tchecoslováquia e outros países. Estudou na Sorbone, formando-se em Civilização Francesa, Fonética e Língua Francesa. De volta ao Brasil, em 1952, moraram no Rio de Janeiro novamente e compraram uma casa em Salvador, Bahia, onde viveram até a morte. Se casaram oficialmente em 1979. Em 1985, na França recebeu o título de Cidadã de Honra da Comuna de Mirabeau. Também recebeu o Prêmio Paulista de Revelação Literária, e em 2001, com a morte do marido, ocupou o lugar dele na Academia Brasileira de Letras. No mesmo ano foi homenageada pela prefeitura de Taperoá (BA), que deu seu nome à Fundação de Cultura e Turismo. Morreu em 17/05/2008.


ZÍBIA GASPARETTO - Escritora especializada em espiritismo e mediunidade, nascida em 29/07/1926, em Campinas (SP), filha de italianos, Zíbia Alencastro Gasparetto, começou a escrever na junventude, quando de madrugada começou a falar em alemão, língua que não conhecia. Casou-se aos 20 anos e tem 4 filhos, entre eles o apresentador e psicólogo Luiz Antônio Gasparetto, que morreu de câncer em 2018, aos 68 anos de idade, mês em que ela perdeu o filho mais velho, Marcelo e foi diagnosticada com câncer. Escreveu, entre outros "O Amor Venceu", "Ninguém é de Ninguém", "Nada é Por Acaso", "Tudo Vale a Pena". Morreu em 2019, meses depois da morte do filho. Os dois tinham câncer.


WISLAWA SZYMBORSKA Poetisa, crítica, editora, tradutora e socióloga nascida em Kórnik, Polônia em 02/07/1923, filha de um funcionário do governo, Maria Wislawa Anna Szymborska lançou seu primeiro livro em 1945. Recebeu vários prêmios, entre eles o Nobel de Literatura em 1996. Seus livros foram traduzidos para várias línguas, como o inglês, francês e espanhol. Ex-comunista, acabou desiludindo-se com o Partido Comunista e abandonou a militância. Participou deo grupo literário "Ao contrário", estudou Filologia inicialmente, mas mudou o curso para Sociologia, mas não concluiu a faculdade por falta de dinheiro. Começou a desenhar livros e a escrever, antes da Segunda Guerra, e quando esta explodiu, trabalhou nos caminhos-de-ferro. Alguns de seus livros foram proibidos de serem lançados por uma editora, mas conseguiu a publicação de algumas obras num jornal de Cracóvia, o 'Dziennik Polski'. Colaborou com a revista "Kultura", publicada em Paris e participou ativamente da política, inclusive assinando uma carta de protesto, a Carta dos 59, contra mudanças na Constituição de seu país. Escreveu 'O fim e o Principio', 'Paisagem com Grão de Areia', Instante', entre outros. Morreu em 01/02/2013, na Cracóvia, por consequências de uma cirurgia. É conhecida como a 'Mozart da poesia', mas foi muito criticada quando era ligada aos 'Borbulhentos', grupo de jovens escritores polacos da década de 40/50, propagadores do realismo socialista.



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