OLHAR FEMINISTA

O BLOG CONTA UM POUCO SOBRE A MULHER, SEM PRETENSÕES ACADÊMICAS. NA PRIMEIRA PÁGINA, HÁ TEXTOS DO COTIDIANO. AO LADO HÁ LINKS COM PERFIS DE MULHERES IMPORTANTES, CURIOSIDADES E SERVIÇOS. AS INFORMAÇÕES FORAM EXTRAÍDAS DE REVISTAS FEMININAS, LIVROS, INTERNET E PUBLICAÇÕES ANTIGAS.

NA CIÊNCIA E SAÚDE


Ada Byron – Cientista e matemática nascida em 10/12/1815 na Inglaterra, filha do poeta Lord Byron, Augusta Ada Byron King foi a primeira programadora de computador. Seu pai abandonou a família um mês após seu nascimento e morreu quatro meses depois, sem conhecê-la. Herdeira de uma fortuna, sua mãe não queria que ela enveredasse pela poesia, como o marido, e por isso a inscreveu em escolas de música e de matemática. Escreveu a respeito da máquina analítica do colega, Chalés Bababage, e por isso esse processo recebeu seu nome (o trabalho foi divulgado num seminário em Turim, Itália, em 1841). Inventou o conceito de subrotina: uma seqüência de instruções que pode ser usada várias vezes em diferentes contextos, descobriu o valor das repetições - os laços (loops). Casada com Earl of Lovelace, teve três filhos. Morreu de câncer, em 27/11/1852, aos 36 anos, tendo sido enterrada ao lado do pai que não conheceu. Ficou conhecida como 'a condessa de Lovelace'. Sua vida é contada no livro “Ada, a Encantadora de Números: Uma Seleção das Cartas da Filha de Lord Byron e Sua Descrição do Primeiro Computador”.



 Alice de Toledo Ribas - Enfermeira e feminista nascida em Ouro Preto (MG) em 09/01/1886, criou em 1927 o Instituto de Ciências e Artes Santa Augusta, em São Paulo, que oferecia às moças do interior do Estado, cursos profissionalizantes e de agricultura para moças do interior paulista. Em 1931, numa palestra na Associação Cristã de Moços de São Paulo, prometeu criar no Brasil, o Dia das Mães, que já existia nos Estados Unidos e introduziu ainda o Dia Internacional da Mulher em 1947. Lutou pelo direito de voto feminino e em 1945, com o apoio do Partido Comunista Brasileiro, criou as Uniões Femininas contra a Carestia. Em 1946 tornou-se presidente do Instituto Feminino de Serviço Construtivo. Em 1949 ela e outras colegas foram presas durante uma passeata promovida pela Associação de Mulheres de São Paulo e para libertá-las surgiu a campanha nacional  “onde está Alice?”. No mesmo ano fundou, ao lado da sua filha, Maria Augusta Tibiriçá Miranda, a Federação de Mulheres do Brasil, que presidiu até a sua morte. Na área da saúde criou fundou em 1926, a Sociedade de Assistência aos Lázaros e Defesa contra a Lepra, e sugeriu o nome da doença - lepra - para hanseníase. Por ter sido mal interpretada e pelo tratamento indigno aos pacientes, lançou o livro “Como eu vejo o problema da lepra” em 1934. Também fez campanhas de combate à tuberculose e criou uma sociedade de apoio aos cegos. Na área política, participou ativamente da campanha “O Petróleo é Nosso”, ocupando a vice-presidência do Centro de Estudos e Defesa do Petróleo. Morreu  de câncer em 08/06/1950, no Rio de Janeiro, aos 64 anos. Teve dois filhos.









Ana Aslan – Cientista e médica nascida em Braila, Romênia em 01/01/1897, descobriu os efeitos milagrosos da procaína, um anestésico usado pelos dentistas, e desenvolveu um tratamento de beleza à base de Gerovital H3 (GH3), na década de 40. Como diretora do Instituto de Geriatria de Bucarest, recebeu medalhas e condecorações por sua competência (menos o Nobel). Em 1968 tornou-se membro do quadro da Academia de Ciências de Nova Iorque e dez anos depois foi nomeada delegada nacional de Gerontologia para a Assembléia nas Nações Unidas. Escreveu vários livros. Morreu em 20/05/1988, em Bucareste, Romênia, em condições misteriosas. Há suspeitas de que tenha sido assassinada, mas a polícia nunca investigou o crime.




Anna Bonus Kingsford - Médica, mística e escritora nascida em Stratford, Londres em 16/09/1846, filha de John Bonus, foi  uma das primeiras mulheres inglesas a se formar em Medicina. Lutou contra a sociedade machista de de sua época e contra a utilização de animais em experiências e a favor do vegetarianismo. Fundou a Sociedade Teosófica, na Inglaterra e lutou por nova interpretação das escrituras sagradas cristãs, o qual chamou de "Novo Evangelho da Interpretação". Escreveu "O Caminho Perfeito", "Vestida com o Sol" e "O Credo do Cristianismo", "Beatrice um Conto dos Primeiros Cristãos", entre outros. Morreu em 22/02/1888.




Anna Freud – Psicanalista e pedagoga nascida em 03/12/1895 em Viena, Áustria, sexta filha do pai da Psicanálise, Sigmund Freud, mais tarde foi colaboradora dele. Estudou a infância, tendo seu trabalho divulgado em 1827. Onze anos depois publicou ‘O Ego’ e ‘Os Mecanismos de Defesa’, no qual vincula infância, adolescência e idade adulta. Formada aos 17 anos em Magistério, aprendeu várias línguas. Tornou-se psicanalista sem se formar em Medicina. Em 1927 publicou Introdução à Técnica da Análise da Criança. Em 1936 publicou ‘O Ego e os Mecanismos de Defesa’. Em 1938 fugiu do Nazismo com o pai, onde abriu a Clínica de Terapia Infantil Hampstead. Foi condecorada com um certificado de honra pela Universidade Hebraica de Jerusalém, no “Bedford College”, em 14 de julho de 1976 . Seu nome foi uma homenagem a Anna Lichtein, filha de um amigo de Freud. Apesar do psicanalista desejar um filho homem, Anna acabou sendo sua grande companheira. Teve cinco irmãos. Não se casou, nem teve filhos. Morreu em 09/10/1982.




Barbara McClintock - Botânica geneticista nascida em 16/06/1902 em Hartford, Connecticut, Estados Unidos, filha de médico, recebeu o Prêmio Nobel de Medicina em 1983 pela descoberta do fenômeno conhecido como transposição genética e elementos genéticos móveis. Formou-se em 1923 e trabalhou como professora de universidades, e atuou como presidenta da Genetics Society of America, em 1945. Morreu aos 90 anos, em 1992, em Nova Iorque. Na década de 40 realizou experiências com variantes de milho e descobriu que "a informação genética nunca fica imobilizada", utilizando corantes no processo. Passou a infância na casa de familiares, enquanto seu pai se restabelecia na profissão. Após o Nobel, atuou como líder e pesquisadora no Cold Spring Harbor Laboratory em Long Sland, Nova Iorque. Recebeu várias condecorações e prêmios, como a Medalha Nacional de Ciências em 1970, o Prêmio Wolf de Medicina em 1981 e o Charles-Leopold Mayer. Estudou na Universidade de Cornell. Morreu de causas naturais em Huntington, Nova Iorque, em 02/09/1992, aos 90 anos, solteira e sem filhos.





Carmem Portinho - Engenheira civil nascida em 26/01/1903, em Corumbá, Mato Grosso, Carmem Velasco Portinho, filha de boliviana e gaúcho, foi a terceira mulher a se formar na Escola Politécnica da Universidade do Brasil, em 1925, tendo, na época, que enfrentar brincadeiras dos colegas machistas. Mudou-se para o Rio de Janeiro aos 8 anos de idade. Foi professora, no Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro e o fato de dar aulas para meninos foi considerado um escândalo na época e sua nomeação mereceu impedimento do ministro da Justiça, mas ela não se deu por vencida e acabou no cargo. Junto com Bertha Lutz, fundou a União Universitária Feminina, que lutou pelo direito do voto. Em 1950 representou o Brasil no congresso Feminino Pró-Paz, na França. Como engenheira, desenhou o primeiro projeto da capital federal no Planalto Central, em 1938. No Rio, construiu o Museu de Arte Moderna e dirigiu, durante 27 anos, a Escola Superior de Desenho Industrial. Foi uma das co-fundadoras e vice-presidente da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino. Na década e 20, lançou panfletos em defesa do sufrágio feminino. Morreu em 25/07/2001, aos 98 anos, no Rio de Janeiro, RJ. Teve quatro irmãs formadas em Direito e disse que o pai sempre incentivou as filhas a estudar. Seu diploma de urbanista foi assinado por Mário de Andrade.




Christiane Nusslein-Volhard - Cientista e bióloga nascida em 20/10/1942 em Magdeburg, Alemanha, filha de arquitetos, recebeu o prêmio Nobel de medicina, em 1995, por apontar genes encontrados na mosca da fruta. Em 1991 recebeu o Prêmio Albert Lasker de Pesquisa Médica Básica. Em 1986, ela foi homenageada com o Prêmio Gottfried Wilhelm Leibniz a Deutsche Forschungsgemeinschaft. Em 2005 recebeu da Universidade de Oxford (EUA), o título de doutora honorária em Ciência. Em 1994 criou a fundação Christiane Nüsslein-Volhard que ajuda cientistas mulheres a desenvolverem seus projetos científicos.  Escreveu vários livros. Chegou a se casar com uma mulher, mas separou-se precocemente e nunca teve filhos. Foi diretora da divisão de genética do Instituto Max Planck.  Na década de 1990 seus estudos com o peixe-zebra permitiu estudos para  o processo de criação de sangue humano. Desde 2001, é membro do Ethikrat Nationaler (Conselho Nacional de Ética da Alemanha).





Dian Fossey – Bióloga e doutora em zoologia, nascida em 16/01/1932, em São Francisco, Estados Unidos, dedicou-se ao estudo e à defesa dos gorilas da África Central, desde que seu gorila de estimação foi morto para que as mãos do animal fossem usadas como cinzeiro, costume da África. Derrubou o mito do King Kong, mostrando os primatas como animais pacíficos e vegetarianos. Aos 35 anos, montou a Estação Experimental de Krisove, em Ruanda, onde viveu por 18 anos. Foi encontrada assassinada em sua cabana na floresta, em 26/12/1985 e suspeita-se que tenha sido vítima de um caçador de gorilas, pois o criminoso nunca foi encontrado. O filme ‘Montanhas dos Gorilas’ foi baseado em sua vida.Sua biografia foi lançada em 1988.





Dorothy Mary Crowfoot Mayer – Física e bioquímica nascida em 12/05/1910 no Cairo, Egito, em 1928, aos 18 anos, entrou para a faculdade de Oxford, só para mulheres. Nos Estados Unidos, desenvolveu um trabalho na área de Física nuclear, a Cristalografia de raios X, que lhe rendeu um prêmio Nobel de Física, em 1964. Em 1969, após 35 anos de trabalho decifrou a estrutura da insulina e sua importância para a Diabetes. Em 1937 concluiu o doutorado na Universidade de Cambridge e  determinou a estrutura da vitamina B12 . No mesmo ano se casou com o historiador Thomas Lionel Hodgkin. Ganhou ainda vários prêmios e medalhas pelos feitos nas áreas da saúde. Morreu em 29/07/1994, com 84 anos, devido a um AVC, depois de muitos anos usando uma cadeira de rodas por causa de artrite reumatóide, que deformou suas mãos e pés.





Gabrielle-Emilie Le Tonnelier de Breteuil - Cientista e matemática nascida em 17/12/1706 em Paris, filha de Louis Nicolas le Tonnelier de Breteuil, secretário principal do rei Louis XIV, conhecida como marquesa de Châtelet-Laumont traduziu para o francês o ‘Principia Mathematica’, de Isaac Newton. Sua mãe, Gabrielle-Anne de Froulay, criada e educada em um convento não aprovava as atividades  intelectuais da filha. Aos doze anos Émilie era fluente em grego, latim, italiano e alemão. Também adorava dançar, tocar cravo, cantar ópera, interpretar e tentar a sorte em jogos de azar. Aos 19 anos casou-se com o marquês Florent du Chatelet, que a introduziu na alta sociedade intelectual parisiense. Após o nascimento dos filhos, ela e o marido passaram a morar em casas, cada um com direito a manter seus amantes, o que era comum na época.  Os dois construíram uma coleção de 21.000 obras e publicaram vários livros sobre Física e Matemática. Passou a se interessar por ciências, tornando-se íntima de Voltaire. Teve quatro filhos. Morreu em 10/09/1749, aos 42 anos, em Lunéville, na França, de febre puerperal, após dar a luz seu último filho.






Graziela Maciel Barroso – Botânica brasileira nascida em 11/04/1912 em Corumbá (MT), trabalhou por mais de 30 anos no Jardim Botânico do Rio de Janeiro, com o objetivo de identificar as mirtáceas fluminenses, um gênero de plantas numeroso e diversificado. Foi a primeira mulher a fazer um curso de graduação nesta área no Brasil. Em 1999 recebeu a medalha Millenium Botany Award, no Congresso Internacional de Botânica, nos Estados Unidos. Em 2002, o Ministério do Meio Ambiente criou o ‘Ano Graziela Barroso’. A planta pata-de-vaca (bauhinia grazielae) é uma das que foram batizadas em homenagem à cientista. Professora, formou 60 mestres e 15 doutores. Apesar de aposentada, dava expediente 3 vezes por semana no Jardim Botânico. Casou-se aos 16 anos, com o agrônomo Liberato Joaquim Barroso, com quem teve dois filhos, Manfredo e Mirtila (nome de uma flor). Morou em vários lugares do país por causa de seu trabalho. Começou a estudar aos 30 anos, após a criação dos filhos. Morreu em 05/05/2003, aos 91 anos, de insuficiência cardíaca, no Rio de Janeiro. É conhecida como a "Primeira Dama da Botânica no Brasil". Publicou três livros, entre eles, "Frutos e Sementes" publicado em 1999. Mais de 25 espécies vegetais identificadas nos últimos anos foram batizadas com seu nome. Aos 47 anos, entrou para a faculdade de biologia da Universidade do Estado da Guanabara, atual UFRJ. Sua obra mais conhecida é "Sistemática de Angiospermas do Brasil, em três volume. Morreu em 05/05/2003, um mês antes de sua posse na Academia Brasileira de Ciências.











Gertrude Belle Elion - Cientista e bioquímica nascida em 23/01/1918 em Nova Iorque (EUA), descendente de imigrantes da Lituânia, é especialista em tratamentos de leucemia e gota. Entrou para a faculdade em 1939, sendo a única mulher graduada na Universidade de Nova Iorque naquele ano, e obteve mestrado em Química em 1941. Entre 1967 e 1983 foi chefe do Departamento de Terapia Experimental. Em 1988 foi co-vencedora do Prêmio Nobel de Fisiologia e Medicina, junto com James Black, farmacólogo britânico. Foi pesquisadora do Wellcome Research Laboratories, Research Triangle Park, NC, especialista em tratamentos de leucemia e gota, sendo descobridora de tratamentos contra estas doenças. Trabalhou na Organização Mundial da Saúde. Após a aposentadoria, passou a fornecer consultoria e atuar como cientista emérita e professora pesquisadora em Medicina e Farmacologia da Universidade de Duke. Nunca se casou, nem teve filhos, mas teve um longo romance com um colega de faculdade, Leonard, que morreu vítima de uma infecção nas válvulas do coração. Morreu em 21/02/1999, aos 81 anos. Além da Ciência, era apaixonada por viagens, música e fotografia.






Gerty Theresa Radnitz Cori – Bioquímica nascida em 15/08/1896 em Praga, Áustria, naturalizada americana, ficou famosa pela descoberta da conversão glicogênio-glucose. Filha do cientista, Otto Radnitz, emigrou para os Estados Unidos em 1922, onde se dedicou às pesquisas no campo da bioquímica. Tornou-se médica aos 16 anos, com incentivo de um tio pediatra, após frequentar um liceu para meninas (antes estudava em casa). Recebeu o prêmio Nobel de Medicina, em 1947, junto com o marido, o cientista Carl Ferdinand Cori pela descoberta do mecanismo da interconversão de açúcar e glicose. Os dois se graduaram em 1920 e casaram-se em seguida, após a conversão dela ao catolicismo. Em Viena, para onde se mudaram, trabalharam no hospital infantil por dois anos, época em que ela conduziu pesquisas com regulação de temperatura e tratamento da tireóide. Quando o marido ingressou no Exército, ela passou fome e chegou a ficar doente por falta de alimentos. Os dois tiveram apenas um filho. Morreu em 1957 em Saint Louis, em 26/10/1957, dez anos depois de lutar contra a mielofibrose idiopática, doença da medula óssea (durante dois anos ela estudou sobre os efeitos do Raio-X no corpo humano, o que deve ter contribuído para sua enfermidade). Recebeu várias homenagens, como a nomeação da Cratera Cori, na Lua e em Vênus.  Três anos depois, Carl se casou de novo em 1960 e trabalhou como professor de faculdade, até sua morte aos 88 anos.





  Grace Murray Hopper - Oficial da marinha americana e  matemática nascida em 09/12/1906 em Nova Iorque (EUA), foi pioneira em 'data processing', programadora no Mark I, primeiro computador americano produzido em larga escala e um precursor dos computadores eletrônicos, e desenvolveu o primeiro compilador, um programa de conversão do inglês para linguagem de máquina. Também participou do desenvolvimento do programa de linguagem, COBOL. Graduou-se em 1928 em Matemática e Física e concluiu Mestrado em 1930, na Yale University. Em 1983, passou a servir como consultora da Digital Equipment Corporation. Foi a criadora da linguagem de programação Flow-Matic, já extinta. Recebeu vários prêmios e escreveu livros sobre automação. Foi casada por 15 anos de Vincent Foster Hopper, mas não teve filhos. Nunca se casou de novo, mas manteve o sobrenome do ex-marido. Para se alistar como voluntária na Marinha, precisou de uma autorização porque estava com baixo peso e em 1944 formou-se como tenente-júnior, sendo designada para a Bureau of Ships Computation Project da Harvard University. Morreu na Virginia, EUA em 01/01/1992.




Helena Rubinstein – Empresária nascida em 25/12/1870 na Cracóvia, Polônia, é considerada a primeira cientista da beleza, se tornando um das mulheres mais ricas da época. Começou suas experiências, misturando pomadas e fórumlas médicas. Emigrou para a Austrália, aos 18 anos, onde abriu seu primeiro salão, o primeiro do mundo. Em seguida abriu outros salões, em Londres, Paris e Nova Iorque. Criou as bases para a indústria cosmética e fez sucesso ao criar o Crème Valaze à base de ervas para a pele. Em 1915 mudou-se depois para a Inglaterra, abriu salão em Londres e Paris. Seus produtos são conhecidos mundialmente. Introduziu a classificação entre peles seca, normal e oleosa, usado até hoje pela indústria de cosméticos. Também lançou hidratante, pó-de-arroz e base, e foi a primeira a produzir uma linha de cosméticos exclusiva para os homens. Em 1953 criou a Fundação Helena Rubinstein, em Nova Iorque, que patrocina projetos que visam os direitos e o bem-estar das mulheres e das crianças, e o desenvolvimento da educação, da ciência e da cultura. Foi casada com o jornalista Edward Titus, com quem teve dois filhos, Roy e Horace, e com o príncipe Artchil Gourielli-Tchkonia. Morreu em 01/04/1965 em Nova yorque. Fundfadora da Helena Rubinstein, Incorporated é autora dos livros "My Life for Beauty" e "Food for Beauty".



Hilda Brandão - Ex-primeira-dama de Belo Horizonte, casada com o então prefeito de Belo Horizonte, o médico Mário Werneck, dá nome à uma maternidade pública da capital mineira, fundada em 1916. O hospital fica no bairro Santa Efigênia e atende, principalmente, grávidas de baixa renda. Juntamente com outras mulheres da alta sociedade, angariava fundos para projetos de caridade. Chamada de "zeladoras", elas faziam grupos de cinco pessoas para promover bingos, loterias, quermesses, etc para arrecadar donativos, alimentos e materiais cirúrgicos para o hospital. Foram as precursoras das "Damas de Caridade". No seu discurso de inauguração, o prefeito exalta as qualidades de Hilda e diz que o hospital é para todas as mulheres: viúvas, abandonadas, prostitutas, pobres, mães solteiras, etc.







Henriqueta Lacks – Dona-de-casa descendente de escravos nascida em 08/1920, em Clover, Virgínia, Estados Unidos, deu nome às células HeLa, suas iniciais. Negra, passou a vida ajudando o avô nas colheitas de tabaco e era impedida de frequentar hospitais, escolas e restaurantes dos brancos. Aos 20 anos casou-se com um primo, Day, com quem teve cinco filhos. Em 1951 descobriu que tinha câncer de colo de útero e morreu oito meses depois. Durante seu tratamento, os médicos retiraram parte do tumor, sem avisar a paciente e seus familiares e a amostra foi enviada ao cientista George Gey, que manteve as células da dona-de-casa em tubos de ensaio cobertas com sangue de frango para nutri-las. Com a alta-reprodução das células, havia sido criado a primeira linhagem de células imortais cultivadas em laboratório. O cientista então passou a enviar a colegas de todo o mundo, parte do material e em 1954 a empresa americana Amicrobiological Associates passou a vender amostras por 50 dólares, dando início ao um milionário comércio de células humanas. Seu corpo está enterrado num cemitério clandestino nos fundos de sua casa e serve de estudos para cientistas, biólogos e médicos, pois suas células continuam vivas e se reproduzindo. Graças às suas células, foi possível avanços importantes como a criação da vacina contra a poliomelite, a identificação do DNA humano e a reprodução de células humanas em laboratórios, sem que os filhos dela soubessem da verdade, até que em 1973 os cientistas os procuraram para conseguir DNA parecidos com o da dona-de-casa (os cientistas disseram que o material seria para avaliar se outros familiares teriam o câncer de Henriqueta, mas na verdade, o sangue foi comercializado). O marido da doadora se casou de novo, sua filha Elsie morreu quatro anos depois da mãe e o caçula, Joseph, acabou preso por matar um homem. A vida de Henriqueta é contada no livro de Rebecca SKloot “A vida Imortal de Henriqueta Lacks” (Companhia das Letras). Após lançamento do livro, a escritora criou uma fundação com o nome da dona-de-casa, para custear a educação e a saúde dos descendentes de Henriqueta.






Hipácia de Alexandria (ou Hipátia)- Matemática, folósofa e política nascida em 370 d.C., filha do matemático e astrônomo Teón de Alexandria, estudou as obras de Platão e Aristóteles e tentou aplicar o raciocínio matemático ao conceito neoplatônico de Uno. Escreveu ‘Comentário a Aritmética de Diofanto’, ‘Sobre as cônicas de Apolonio’ e ‘Corpus Astronômico’. Lecionou Filosofia, Álgebra, Geometria e Astronomia. Acusada de perseguição pelos cristãos, foi assassinada na rua por um grupo de fanáticos liderados por um religioso chamado Pedro. Foi a primeira matemática do mundo. Um de seus alunos era o bispo Sinésio. Morreu em 08/03/415 d.C, de forma trágica, ato comum na época: foi tirada de sua carruagem, no centro da cidade, quando ia para o Museu, espécie de faculdade, levada para um templo, apedrejada até a morte e esquartejada por militantes que discordavam de suas idéias.Sua vida é contada no filme "Alexandria", de 2009 e no livro "Hipátia de Alexandria, de Joshua Mark.





Irene Joliot-Curie – cientista física e química, enfermeira e política nascida em Paris em 12/09/1897, filha dos cientistas Pierre e Marie Curie, transformou-se doutor da ciência em 1925, preparando uma tese nos raios do alfa do polonium. Estudou Química na Faculdade de Ciências de Paris, onde também atuou como professora. Sozinha ou com o marido, fez trabalho importante sobre a radioatividade natural e artificial, a transmutação dos elementos, e física nuclear. Dividiu com ele o prêmio de Nobel em 1935. Foi diretora do Instituto do Radium em 1946, e subsecretária do Estado, em 1936. Em 1945 foi nomeada Comissária da Nova comissão de energia Atômica, CEA. Militante, antifascista, lutou apoiou os refugiados espanhóis na Guerra e assinou o Apelo de Estocolmo em 1950 contra o uso militar da energia atômica e o Manifesto para Paz de Russell-Einstein em 1955 e atuou como membro da União das Mulheres Francesas. Em 1957 foi recusada pela Academia de Ciências. Durante sua carreira, recebeu muitos prêmios e condecorações, como a Medalha de Ouro Matteucci da Sociedade Italiana de Ciências, o título honoris CAusa da Oberlin College de Ohio nos Estados Unidos e o Oficial da Legião de Honra. Foi casada com Frédéric Joliot, com quem teve dois filhos, Helene e Pierre. Em 1930 foi internada num sanatório por causa de uma tuberculose. Morreu em 17/03/1956, em Paris, França, com 58 anos, de leucemia, por exposição ao raio X e ao polônio, a mesma doença que matou sua mãe. Dá nome à várias escolas e um prêmio do governo dedicado às mulheres cientistas.





Johana Dobereiner – Cientista e engenheira agrônoma nascida em 28/11/1924 em Aussig, Tchecoslovákia, Johanna Liesbeth Kubelka Döbereiner foi recordista nos índices das publicações científicas internacionais e a sétima mais citada nas revistas especializadas, recebendo indicação ao Prêmio Nobel em 1997. Formada em Agronomia pela Universidade de Munique, chegou ao Brasil em 1950. Estudou o papel da bactéria rhizobium na fixação do nitrogênio pelas plantas, o que permitiu uma forma de a soja gerar o próprio adubo, dispensando o uso de fertilizantes minerais. A descoberta gerou economia para o Brasil. Na juventude, perdeu a mãe nos campos de concentração. Foi casada com um colega de faculdade, com quem teve dois filhos (um morreu assassinado por bandidos num assalto), e uma filha adotiva. Foi naturalizada brasileira em 1956 e lecionou na Universidade Rural do Rio de Janeiro. Atuou como consultora da FAO e vice-presidente da Academia Brasileira de Ciências, foi membro da Academia Brasileira de Ciências. Em 1979 recebeu o prêmio Bernardo Houssay da Organização dos Estados Americanos, e em 1989 foi ganhadora do Prêmio de Ciências. Morreu em 05/10/2000, de insuficiência respiratória, aos 75 anos, em Seropédica, Rio de Janeiro, Brasil. 



Lise Meitner – Física, química e matemática nascida em Viena, Áustria, em 27/10/1878, numa família de oito irmãos, descobriu o elemento protactínio, junto com o colega Otto Hahn. Em 1923 descobriu a fissão nuclear. Em 1938 fugiu para a Suécia. Em 1944 Hahn recebeu o Prêmio Nobel da Química, enquanto ela foi ignorada pelo Comitê Nobel porque ele não a mencionou na pesquisa, erro que nunca foi corrigido. Em 1946, recebeu o título de "Mulher do Ano" pelo National Women's Press Club, dos Estados Unidos, e em 1949 recebeu a Medalha Max Planck da Sociedade Alemã de Física. Tornou-se membro do Instituto Kaiser Wilhelm em Berlim, hoje Instituto Max Plack. Em 1966, ela e Hann, além de Fritz Strassman receberam o Prêmio Enrico Fermi. Estudou na universidade de Viena e lecionou na universidade de Berlim. De família judia, fugiu para a Suécia com a família e converteu-se ao protestantismo em 1908. Morreu em 27/10/1968, aos 89 anos. O elemento 109, meitnério, tem esse nome em sua homenagem. Está enterrada em St. James Churchyard, em Hampshire, Inglaterra.




Madame Curie – Cientista nascida em Varsóvia em 07/11/1867, Maria Sklodowska  Curie conseguiu isolar o radium, conquistando o Nobel de Química em 1911. Perseguida pela polícia e acusada de conspiração pela independência de seu país, abandonou a cidade. Em 1891, foi a Paris continuar seus estudos e lá conheceu o professor e cientista Pierre Curie, que realizava pesquisas sobre cristais. Os dois tornaram-se amigos e casaram-se em 1895. Nessa época ela trabalhava numa tese de doutoramento sobre a radioatividade e demonstrou que entre os elementos conhecidos, apenas o urânio e o tório tinham propriedades radioativas. Pierre, entusiasmado com a descoberta, passou a trabalhar com a mulher. Quatro anos depois isolaram daquele minério o elemento químico polônio, assim chamado em homenagem à terra natal de Marie. Descobriram o rádio, dois milhões de vezes mais radioativo do que o urânio. Em julho de 1903, Marie doutorou-se em Ciências Físicas e conquistou o Prêmio Nobel de Física. Em abril de 1906, aos 47 anos, Pierre morreu atropelado por uma carruagem e Marie assumiu a cátedra dele na Universidade. Durante a Segunda Guerra cuidou dos feridos em hospitais e centros de radiologia criados por ela. Em 1933 escreveu uma obra sobre os progressos da física nuclear. Por causa da exposição a materiais radioativos, morreu vítima de leucemia em 04/07/1934, aos 60 anos. Um ano depois, sua filha e seu genro ganhariam o 3º prêmio Nobel de Química da família.





Margaret Mee – Botânica nascida em Chesman, Reino Unido, em 1909, Margaret Ursula Mee realizou 15 expedições na Amazônia e daí nasceu a coletânea de desenhos com que preservou grande parte de nossa natureza ameaçada. Chegou ao Brasil em 1947, vivendo em sua casa, no bairro de Santa Teresa, Rio de Janeiro, com o segundo marido, Greville, cercados por um jardim onde plantou algumas espécies amazônicas. Lecionou arte na Escola Britânica de São Paulo, em 1958. Estudou na Escola de Arte de San Martin, no Center School of Art e na Camberwell School of Art, recebendo o diploma de pintura em 1950. Escreveu os livros "Bromélia de Santo Jesus, Bromélias Brasileiras, entre outros. Recebeu várias premiações, no Brasil e exterior. Morreu num acidente de carro em sua terra natal, após criar uma fundação que leva seu nome. Morreu em 30/11/1988, em Seagreve, Leicestershire, Inglaterra.





Marie Rennotte - Educadora e médica nascida na Bélgica em 11/02/1852, Jeanne-Françoise-Joséphine-Marie Rennotte atuou como  ginecologista/obstétrica em São Paulo. Formou-se em Magistério aos 22 anos em 1874. Além de médica e professora, dominava a arte musical e falava francês e alemão. Chegou ao Brasil aos 26 anos, tendo aportado no Rio de Janeiro, onde ficou até 1882, lecionando em escolas particulares, entre eles o Colégio Piracicabano, internato feminino. Revolucionária, adotou referenciais  científicos e pedagógicos, o que acabou criando rixas de outros colégios, e ira dasirmãs de São José, mantenedoras do Colégio de Nossa Senhora do Patrocínio, em Itu, que promovem uma campanha de difamação contra as professoras da nova escola. Rennotte, então, passa a colaborar com artigos a respeito deste assunto e sobre feminismo na Gazeta de Piracicaba e no jornal A Família. Aos 37 anos muda-se para os Estados Unidos, onde fica por três anos e forma-se em Medicina pela Woman's Medical College of Pennsylvania. Rennotte passou a ajudar mulheres carentes a terem filhos, carregando consigo volumoso instrumental obstétrico, o que contribuiu para alimentar a crença de que as crianças  eram trazidas às casas dentro das maletas da médica. Em 1901 Marie Rennotte torna-se a primeira mulher admitida no Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo (IHGSP), fundado em 1894 por intelectuais radicados na capital paulista. Em 1905 torna-se sócia efetiva da Associação Médica Beneficente de São Paulo e recebe o diploma de sócia benemérita do Asilo e Creche da Associação Feminina Beneficente e Instrutiva, em São Paulo. Em 1912 fundou, em são Paulo, a filial da  Cruz Vermelha e a Escola Prática de Enfermeiras da entidade e passa a ser sócia honorária da União Cooperativa Familistariana do Brasil, sediada no Rio de Janeiro. Dois anos depois estruturou o Hospital de Crianças, com dinheiro arrecadado perante a população. Morreu em 21/11/1942. Seu corpo, enterrado no cemitério da Consolação, foi velado numa casa perto do local onde estava sendo construído o moderno Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), inaugurado em 1944. A médica é então, elogiada por colegas em artigos de jornais cariocas e paulistas. Discreta, pouco se sabe da sua vida particular.






Margaret Mead – Antropóloga nascida em 18/12/1901 na Filadélfia (EUA), filha de pai universitário e de uma ativista social, passou grande parte da vida em meio à comunidades primitivas, na África. Em 1949, escreveu “Male and Female”, que propõe um estudo dos diferentes papéis sexuais no mundo atual. Fez seu trabalho de campo na Polinésia em 1925 e no ano seguinte colaborou no Museu Americano de História Natual, em Nova Iorque, inicialmente como assistente do diretor, e depois como diretora de etnologia, entre 1946 e 1969. Durante a Segunda Guerra Mundial foi secretária executiva do comité de Hábitos Alimentares do Conselho Nacional de Investigação, época em que fez parte do grupo 'Macy Conferences', ao lado de outros cientistas a respeito da cibernética. Fez um alerta sobre o custo do progresso em termos de perdas culturais que representam o patrimônio da humanidade. Revolucionou a antropologia ao torná-la popular, demonstrou que os papéis sexuais são determinados pelas expectativas sociais, e provou a importância das relações raciais para a conservação da espécie. Formou-se no colégio Barbard em 1923 e fez doutorado na universidade de Columbia, em 1929, onde atuou como professoras anos depois. Escreveu seu primeiro livro, em 1928, "Adolescência, Sexo e Cultura em Samoa". Casou-se três vezes, sendo duas com antropólogos e teve uma filha, a antropóloga Mary Catherine Bateson. Sua neta, Margaret Kassarjian é atriz de teatro e TV e usa o pseudônimo de Sevanne Martin. Morreu em 1978, em Nova Iorque, com 76 anos.








Maria Augusta Generoso Estrela - Ativista política e médica nascida em 10/04/1960, no Rio de Janeiro, filha de portugueses, foi a primeira mulher brasileira a cursar Medicina, fato que mereceu artigos na imprensa da época e elogios de escritores. Estudou nos Estados Unidos, custeado pelo pai, mas quando este perdeu os negócios, ele pediu e conseguiu a ajuda de D. Pedro II e de outros empresários para conseguir formar a filha. Como aluna, recebeu honrarias e foi a oradora da turma, na formatura. Apesar de sofrer preconceitos, que diziam que ela trabalharia para cuidar apenas de crianças e idosos, Maria serviu de exemplo para as outras mulheres, principalmente porque passou a colaborar no jornal A Mulher, com artigos sobre a emancipação feminina, juntamente com outras intelectuais, como a colega de curso pernambucana, Josefa F. Mercedes de Oliveira, fato que mereceu nota em jornais norte-americanos. De volta ao Brasil em 1882, desembarcou no Rio de Janeiro, onde conheceu o farmacêutico Antônio da Costa Mendes, com quem se casou e teve quatro filhos. Ciumento, ele tentou fazer com que deixasse a carreira, sem sucesso. Falava quatro idiomas, e assim que voltou ao País, teve que validar seu diploma numa bancada de uma faculdade. Morreu em 18/04/1946 aos 86 anos. Dá nome a uma avenida do bairro Bangu, no Rio de Janeiro, e ao Centro de Saúde Vila Isabel.






Maria Augusta de Toledo Tibiriçá Miranda - Ativista política, médica e enfermeira, nascida em 06/05/1917 em São Paulo, formou-se em Medicina em 1941. Dedicou 10 anos ao estudo da Hanseníase e aposentou-se em 1992, depois de 50 anos de carreira na área da saúde. Na militância, participou da União Feminina do Flamengo, do Instituto  Feminino do Serviço Construtivo, militou pela redemocratização do Brasil nos anos 40, e presidiu o Modecon (Movimento em Defesa da Economia Nacional), foi uma das articuladoras da campanha "O petróleo é nosso" e ainda na infância, fez campanha contra a lepra e promoveu movimentos contra a discriminação dos leprosos. Em 2007 recebeu a Medalha Tiradentes, pela Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, e em 2010, recebeu o Diploma Bertha Lutz. Casada com o oficial da Marinha, Henrique Miranda, por 36 anos, teve quatro filhos. Morreu em 07/04/2015, aos 97 anos.




Maria Caetana Agnesi - Linguista, filósofa e matemática nascida em Milão, Itália, em 16/05/1718, filha de milionário e professor de matemática na Universidade de Bolonha, é reconhecida como a primeira escritora que tratou do cálculo diferencial e integral. Escreveu ‘Proposições Filosóficas’ e ‘Instituições Analíticas’. Em 1750 o pai adoeceu gravemente e Maria Gaëtana foi convidada a ocupar a cátedra por ele deixada. Foi diretora do hospital da sua cidade,  doando sua fortuna e pedindo esmola na rua, para os doentes. Escreveu em latim a obra "Proposições Filosóficas", publicada em MIlão em 1738. É autora da "Curva de Agnesi". Em 1749  foi designada pelo Papa Benedito XIV, membro honorário da Universidade de Bolonha, mas nunca lecionou na instituição.Aos cinco anos de idade, já sabia inglês e francês, e aos 13 já sabia grego, hebraico, espanhol, alemão e latim. Aos 9 anos compôs um discurso acadêmico em latim a respeito do direito das mulheres à educação. Morreu em 09/01/1799 Milão, no asilo  Pio Albergo Trivulzio, aos 81 anos. Seu pai casou-se três vezes e teve 24 filhos, sendo Maria a primeira deles. Sonâmbula, chegava a acender uma lâmpada para estudar, dormindo acordada.





Maria Goeppert-Mayer - Física nascida em 28/06/1906 em Kattowitz, Alemanha, filha do médico Friedrich Goeppert e da professora de música, Maria Nee Wolff, foi uma das ganhadoras do Prêmio Nobel de Física em 1963, por pesquisas sobre a estrutura do átomo e seu núcleo. É a primeira mulher a ganhar o Nobel de Física teórica e a segunda na história a recebê-lo (a primeira foi Marie Curie). Ficou famosa por propor o modelo de escudo nuclear do núcleo atômico. Foi casada com o físico-químico americano Joseph E. Mayer de 1930 a 1972, morando com ele nos Estados Unidos. Em 1955 publicou o livro 'Elementoary Teory of Nuclear Shell Structure'. Morreu em 20/02/1972, em San Diego, Califórnia, aos 65 anos, após um problema no coração, que a deixou paralítica.Teve dois filhos.





Maria Montessori – Médica, pedagoga e educadora nascida em Chiaravalli, Itália, em 31/08/1870, Maria Tecla Artemísia Montessori inaugurou sua primeira casa de crianças em 1907. Foi a primeira mulher a se formar em Medicina e adotou a psiquiatria clínica, interessando-se pelos problemas de crianças com deficiência mental. Desenvolveu um sistema de aprendizado para crianças de 3 a 6 anos baseado na liberdade de movimentos. As escolas que seguem este sistema são conhecidas como montessorianas. Sua vocação para a Pedagogia só apareceu na fase adulta, já que desejava estudar Matemática e acabou formando-se em Engenharia, sendo a única menina da sala, no meio dos alunos. Foi a terceira médica a se formar na Itália e a segunda a exercer a profissão, e enfrentou retaliação da sociedade machista da época. Na faculdade de medicina, teve que estudar à noite, sozinha, longe do alunos homens, na aula de dissecação de cadáveres e apavorada, foi embora, mas retornou, ao ver na rua uma mulher sozinha, voltando para casa. Formou-se em 1896. Seus estudos começaram com crianças com retardo mental, internadas numa escola. Escreveu "O Método da Pedagogia Científica Aplicado à Educação Infantil no Lar das Crianças". Em 1912 foi para os Estados Unidos, onde lecionou em Nova Iorque e Los angeles, e em 1915 apresentou uma exposição - uma sala montessoriana - na Panama Pacific International Exposition e ganhou duas medalhas de ouro pelo trabalho. Em 1916 foi para Barcelona e depois para Londres, onde também lecionou. Em 1929, ela e seu filho Mário, fundaram a Associação Montessori Internacional, anunciada no congresso Montessori, em Elsionre, Dinamarca. Em 1947, com 76 anos, recebeu a primeira das três indicações ao Prêmio Nobel da Paz. Morreu em 06/05/1952 em Noordwijk, Países Baixos, de hemorragia cerebral, aos 82 anos.  




Marie-Sophie Germain – Matemática e pesquisadora nascida em 01/04/1776 em Paris, França, filha de um comerciante, começou a carreira com a ajuda do pai. Para estudar na Escola Politécnica de Paris, exclusiva para homens, utilizou a identidade de um antigo aluno da academia, Monsieur Antoine-August Le Blanc, que mudou de cidade sem avisar à insituição. Achando estranho que um aluno fraco tornava-se inteligente, o diretor marcou um encontro com o estudante e ela acabou revelando a farsa. Os dois tornaram-se amigos e ela continuou a usar o pseudônimo de Monsieur Le Blanc. Em 1808, começou a carreira na física. Realizou pesquisas com os números primos e o Último Teorema de Fermat, pelo qual recebeu a medalha do Instituto da França, tornando-se a primeira mulher a participar das conferências da Academia de Ciências. Morreu de câncer no seio 27/06/1831. 





Mary Douglas – Arqueóloga nascida em 06/02/1913 em Londres, Inglaterra, encontrou uma trilha de pegadas de hominídeos, na Tanzânia. Decidiu pela carreira ao conhecer a cientista Dorothy Liddele, de quem foi sua assistente. Em 1936, escavou toneladas de terra enquanto seu marido percorria os Estados Unidos dando palestras. Separaram-se em 1968 quando Mary já havia descoberto os fósseis do homo habilis, o mais antigo ancestral humano com 1,75 milhão de anos. Descobriu também que ao lado de nossos antepassados, desenvolveu-se outra linhagem de hominídeos. Foi casada com o paleontólogo Louis Leakey, casado, 10 anos mais velho que ela. Morreu em 09/12/1996, em Nairóbi, vítima de trombose. Seus estudos continuam através do filho, Richard. Como foi expulsa de várias escolas, acabou sendo alfabetizada pelo pai, o pintor Erskine Edward. 





Mary Helena Allegretti – Ambientalista e antropóloga, assumiu em 1999 a Secretaria da Amazônia do Ministério do Meio Ambiente. Em 1981, descobriu o líder seringueiro Chico Mendes, que defendia a preservação dos seringais do Acre. Juntos, criaram uma escola no centro da floresta para alfabetizar trabalhadores da região. Graças a isso, foram criadas, em 1990, as 4 primeiras reservas extrativistas no Brasil. Recebeu vários prêmios, entre eles o PNUD, o da ONU, Better World Society, Ford do Brasil. Entre 1995 a 1996 atuou como secretária de Planejamento e Meio Ambiente do Estado do Amapá. É conferencista, consultora independente e professora visitante na Universidade da Flórida (EUA).



Mayana Zatz – Bióloga nascida em Israel em 1948, é membro do projeto mundial Genoma Humano, da Academia de Ciências do Estado de São Paulo e da Academia Brasileira de Ciências. Seu trabalho foi citado 1.500 vezes em 102 publicações de 1977 a 1997. Possui 173 trabalhos publicados e cerca de 150 artigos em revistas internacionais. Em 1981, montou na USP a Associação Brasileira de Distrofia Muscular (Abdim), serviço que se tornou o maior pólo de investigação de problemas genéticos do país. Interessou-se pelo estudo das distrofias musculares na faculdade, quando acompanhou o caso de uma mulher que queria ter filhos. É professora do Departamento de Genética e Biologia Evolutiva do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo, e de 2005 a 2009 foi pró-reitora de pesquisa da USP. Casada, tem dois filhos. Em 2001 recebeu o prêmio L'Oreal -Unesco, mulheres em ciência e o Prêmio Cláudia, da revista Cláudia. Em 2006 recebeu o prêmio Personalidade do Ano da Ciência, pela revista Isto É Gente, e em 2009 ganhou o prêmio México de Ciência e Tecnologia. Morou na França até os 7 anos, quando veio para o Brasil.





Melanie Klein – psicanalista nascida em Viena em 30/05/1882, filha de um médico, e uma comerciante, numa família de quatro irmãos (dois deles morreram ainda jovens), Melanie Reizes estudou História e Arte, sem conclusão do curso, e graduou-se em Medicina. Escreveu ‘A Psicanálise das Crianças’ e ‘Inveja e Gratidão’. Tomou contato com as ideais de Freud através de um seus colaboradores. Introduziu os jogos infantis e brinquedos nos processos terapêuticos e criou técnicas para ajudar crianças com problemas mentais. Também foi a primeira a descrever os vários estados psicológicos do desenvolvimento das crianças. Suas idéias e teorias foram contestadas diversas vezes.Publicou um trabalho em 1919 e dois anos depois, já em Berlim, aperfeiçoou sua técnica como analista de crianças. Interessou-se também pela bagagem genética e foi a maior rival de Anna Freud. Casada com Arthur Klein, teve três filhos, mas perdeu um deles, num acidente de carro e os lutos constantes estão em suas obras. Em 1926 mudou-se para Londres. Morreu em 22/09/1960, com 78 anos, de câncer de cólon. 






Mileva Maric – Física e Matemática nascida de família rica, em Titel, Sérvia em 19/12/1875, foi a primeira mulher do cientista Albert Einstein e mãe de seus 2 filhosEduard e Hans, sendo um deles, psicótico. Conheceram-se no Instituto Politécnico Suíço, em 1896, sendo ela a única mulher no curso de Matemática, que concluiu em 1900. Ela engravidou e a criança, uma menina, foi entregue à doação, escondido da família dos dois. Segundo os estudiosos Lewin Pyenson e Santa Troemel-Ploetz, Mileva pode ter sido responsável pela descoberta da Teoria da Relatividade, que valeu a Einstein o prêmio Nobel de Física em 1921. Co-autora da descoberta, ele não dividiu o dinheiro do prêmio, e por causa disso as brigas entre eles tornaram-se frequentes, até que se separaram-se, alguns anos depois (ele também a traía com a prima Elsa Lowenthal, que morreu em 1936, e era grosseiro com Mileva). Em 1916 ela teve tuberculose cerebral. Morreu em 04/08/1948. Viúvo da segunda mulher, por 15 anos, Einstein viveu até 1955. Em 1994 a Universidade de Novi Sadi criou o prêmio Mileva Maric para o melhor estudante de Matemática. Ela também nomeia algumas escolas em Voivodina.






Míriam Tendler – Cientista nascida no Rio de Janeiro, mestre e doutora em Medicina da UFRJ, possui vários títulos e premiações ao longo da carreira. Chefia uma equipe de 20 pessoas que tem como o maior trunfo a molécula responsável por uma doença bovina que causa prejuízos de 3 milhões de dólares ao ano em todo o mundo. Em 1993, descobriu a molécula da proteína SM 14, um antígeno clonado do Schistossoma mansoni. Começou a estudar medicina em 1971 e trabalhou na Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, por mais de 27 anos. Tem três filhos.









Myeong-Hee Yu – Pesquisadora de microbiologia celular nascida em Seul, na Coréia, em 05/09/1954, graduou-se pela universidade de Seul e fez doutorado em Nova Iorque. Começou a se interessar pela ciência e tecnologia, na adolescência, durante o ensino médio. Em 1995 recebeu em seu país o prêmio da Fundação Helena Rubinstein, junto com outras três cientistas e em 1998 recebeu o pr~emio Loreal-Unesco pela Mulher ciência. Suas descobertas sobre proteínas trazem novas perspectivas terapêuticas para certas doenças como fibrose cística. Em 2010 foi nomeada a oficial sênior para o futuro nacional, e conselheira científica do presidente da Coréia do Sul. É formada pela Universidade de Seul, tem doutorado da Universidade da Califórnia, em Berkeley, e pós-doutorado em Massachussets. É chefe do Programa de P&D da Fronteira do século XXI no Instituto Coreano de Ciência e Tecnologia. Tem diversos trabalhos científicos publicados em revistas especializadas. Tem dois filhos. 





Niéde Guidon - Arqueóloga nascida em 12/03/1933 em Jaú (SP), trabalhou no Museu Paulista e estudou fósseis em São Raimundo Nonato, no Piauí, em 1963. Pesquisadora da Universidade Sorbonne, em Paris, foi a primeira cientista a mapear o sítio arqueológico da Pedra Furada, o mais antigo das três Américas, com 25 mil anos. Com uma equipe de pesquisadores estrangeiros, subsidiada pelo governo francês, mudou-se para São Raimundo em 1977. Em 1986, transformou a região num parque, que hoje já abriga 430 sítios arqueológicos e preserva uma caatinga virgem. Seu trabalho resultou em mais de 1,3 mil descobertas de sítios arqueológicos na região da caatinga. Em 1997 recebeu o prêmio Cláudia de Mulher do Ano. E nos anos seguintes, foi merecedora de outras homenagens e premiações pelo Brasil, como o Prêmio Faz Diferença, do jornal O Globo, em 2005 e o da Fundação Conrado Wessel, em 2013. É formada pelas universidades de São Paulo, Sorbonne e de Paris. Foi diretora da Fundação Museu do Homem Americano, no Piauí.





Nise da Silveira - Psiquiatra e neurologista nascida em Maceió, Alagoas, em 15/02/1905, filha única de um professor de Matemática e de uma pianista, criou o Serviço de Terapêutica Ocupacional do Centro Psiquiátrico Pedro II, no Rio, em 1946, utilizando artes no tratamento aos doentes mentais, em substituição à lobotomia e o eletrochoque, procedimentos usados na época. Desta forma, os esquizofrênicos passaram a ter uma vida útil e criativa, sendo que muitos foram curados. Em 46 anos de trabalho, reuniu mais de 300 mil peças de arte, que hoje formam o acervo do Museu do Inconsciente, no mesmo hospital. Mudou-se para o Rio de Janeiro aos 15 anos, em 1927, já casada, após a morte do pai. Na faculdade de Medicina, foi a única mulher num grupo de 156 homens. Nos anos 1930 militou no Partido Comunista Brasileiro e foi uma das poucas mulheres a assinar o "Manifesto dos Trabalhadores", ma acabou sendo expulsa, acusada de detrotskismo, e durante a Intentona, foi denunciada por uma enfermeira, e acabou presa, na cadeia de Frei Caneca, onde ficou por 18 meses e conheceu o escritor Graciliano Ramos, que a colocou em seu livro "Memórias do Cárcere". Entre 1936 a 1944, manteve-se na semi-clandestinidade, com o marido. Escreveu seis livros. Morreu de pneumonia, com 94 anos, em  30/10/1999, no hospital Miguel Couto, no Rio de Janeiro. Em 2016 foi interpretada pela atriz Glória Pires no cinema, com o filme "Imagens do Inconsciente". Foi aluna de Carl Jung. Em vida recebeu diversas condecorações, medalhas e prêmios por seu trabalho.





Pérola Byinton -  Médica nascida em 03/12/1879 em Santa Bárbara do Oeste, SP, Pearl  Ellis Byinton era filha de colonos americanos e tinha três irmãos. A família veio fugida da Guerra Civil e morou na fazenda Barrocão, morando também em Campinas, onde ela passou a infância. Dedicou a vida à assistência social, na Cruz Vermelha do Brasil e dos Estados Unidos e juntamente com outras médicas, lutou pelos direitos da mulher e contribuiu com artigos em jornais a respeito do feminismo e da saúde feminina. Em 1959 fundou o Hospital Infantil e Maternidade da Cruzada Pró-Infância, que oferecia atendimento e cursos na área da saúde e que hoje leva seu nome. Em 1947 recebeu o título de Membro Honorário da Sociedade Brasileira de Pediatria. Morreu em 06/11/1963, aos 83 anos de idade, em Nova Iorque. Sua frase diante dos questionamentos a respeito de várias funções, era: "isso não é trabalho, é vida...". É bisavó da cantora Olívia Byinton e da atriz Bianca Byinton. Pérola nomeia ainda avenida em São Paulo, município no Paraná e um grupo de escoteiros de Campinas (SP), e a empresa de seu filho, Alberto Junior. Criou a Semana da Criança, sendo oficializada pelo então presidente do Brasil, Getúlio Vargas, apenas o Dia da Criança, em 12 de outubro. Está enterrada no Cemitério da Consolação, em São Paulo, SP.





Rosalyn Sussman Yalow – Cientista e física judia nascida no Bronx, em Manhattan, Nova Iorque (EUA) em 19/07/1921, filha de um rabono, recebeu o prêmio Nobel de Medicina em 1977, por suas pesquisas no campo dos hormônios, sendo primeira americana a receber esse prêmio. Estudou na Walton High School e começou a trabalhar no Centro Médico de Veteranos do Bronx, em Nova Iorque, tendo colaborado com o trabalho de Somon Berson sobre a técnica RIA e a Diabetes. Lecionou Física, a partir de 1941 na Universidade de Illinois em Urbana-Champaign, com o afastamento dos professores homens para a Segunda Guerra Mundial, que foram para o front. Depois deu aulas na Universidade de Nova Iorque. Em 1968 foi indicada à pesquisadora do Departamento de medicina no Hospital Monte Sinal, em Nova Iorque. Recebeu diversos prêmios, como o William Shainline Meddleton, o Albert Lasker de Pesquisa Médica Básica  e uma bolsa de estudos em Portugal, a Fullbright. Em 1978 foi eleita para a Academia Americana de Arte e Ciência. Casada com um colega de classe, tinha dois filhos. Viúva desde 1992, morreu em 30/05/2011, de causa desconhecida, aos 89 anos, em Riverdade, na casa onde havia comprado, junto com o marido, em 1940.










Radnitz Cori – Cientista, professora e bioquímica nascida em Praga, República Tcheca, em 15/08/1896,  filha de um químico, Gerty Thereza Radnitz Cori recebeu o Prêmio Nobel de Medicina de 1947, por melhorar a compreensão da Diabetes. Teve várias publicações sobre saúde, em revistas especializadas. Era casada com o cientista Carl Ferdinand Cori, que conheceu na faculdade e dividiu com ela o Nobel. Em 1948 recebeu a Medalha Garvan-Olin. Estudou num Liceu para meninas e começou a se interessar pela Medicina aos 16 anos, tendo sido encorajada pelo tio, que era pediatra. Para entrar na Universidade de Praga, aprendeu cinco línguas em cinco anos, requisito básico para o ingresso, na época. Durante a Primeira Guerra, ela teve problemas de saúde por causa da falta de comida, enquanto seu marido serviu no combate. Apesar da competência, seu salário era menor do que os outros cientistas. Lecionou até a morte, em 26/10/1957, em Saint Louis, de mielofibrose idiopática, doença fatal, que teria desenvolvido durante seus estudos com raio-X. Tinha 61 anos e durante dez anos ela lutou contra a doença. Seu corpo foi cremado.Teve apenas um filho. Viúvo, seu marido se casou novamente e morreu aos 88 anos, três anos depois.



Rita Levi-Montalcini – Cientista e neurobiologista judia nascida em 22/04/1909 em Turim, Itália, filha do matemático Adamo Levi e da pintora Adele Montalcini, ganhou o Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina de 1986 pelas descobertas sobre os fatores do crescimento. Pretendia ser escritora, mas cursou Medicina, ao ver um amigo morrer de câncer. Sua descoberta em parceria com o americano Stanley Cohen abriu perspectiva para o transplante de córnea, cultivo da pele e tratamento da arteroesclerose. Doou o prêmio aos novos pesquisadores italianos. Durante a Segunda Guerra, ela perdeu sua posição de assistente do departamento de anatomia, em 1938, e foi buscar a cidadania nos Estados Unidos, por ter sido proibida por Mussolini de exercer a medicina na Itália. Na época, ela instalou um laboratório em seu quarto para estudos em embriões de galinha. Quando os alemães invadiram a Itália, sua família se mudou para Florença e só retornou à Turim em 1945. Foi muito premiada pela competência na área neurológica. Trabalhou como voluntária das Forças Aliadas e foi professora titular em 1952 e de 1961 a 1969 dirigiu o Centro de Pesquisa neurobiológica do Conselho Nacional de Pesquisa, em Roma. Também foi diretora do laboratório de Biologia Celular do Conselho Nacional de Pesquisa da Itália, em Roma, até se aposentar em 1979. Em 2001 ocupou a vaga de senadora vitalícia da República Italiana, sendo a segunda mulher no cargo, depois de Camilla Cederna e foi muito premiada em sua carreira, como o Saint-Vincent, o Feltrinelli e o Albert Lasker. recebendo o título de doutora honoris causa de várias faculdades estrangeiras. Teve três irmãos, sendo gêmea de Paola. Nunca se casou nem teve filhos. Morreu em 30/12/2012, aos 103 anos, em Roma, Itália. 







Sarah Breedlove Walker - Cientista nascida em 23/12/1867 na Louisiana, descendente de escravos, numa família de sete irmãos, fez o aperfeiçoamento de cosméticos para cabelos e inventou uma linha exclusiva para negros e salões de beleza. Órfã ainda na infância, morou com a irmã mais velha, casou-se aos 14 anos, para fugir dos maus-tratos do cunhado, mas ficou viúva aos 20. Para sobreviver, mudou-se para Boston e trabalhou num salão de beleza, lavando cabelos masculinos. Por causa do estresse, perdeu os próprios cabelos e começou a misturar produtos para tentar reverter a situação, até que em 1905 desenvolveu uma fórmula por criar um penteado liso e brilhante para mulheres afro-americanas. Em 1906 casou-se com o publicitário Charles Walker, que dá nome ao seu método capilar: Walker Method ou Walker System, e que ajudou a propagar o produto. Ela e o marido também inventaram um sistema de vendas de casa em casa, que fez muito sucesso e que serviu de base para outros empreendedores usarem até os dias de hoje. Chegaram a ter 3000 vendedoras, que usavam saias longas pretas e blusas brancas, vendendo porta-a-porta. Milionária, expandiu os negócios para a Europa e ajudou entidades filantrópicas, com doação em dinheiro e bolsas de estudos. Morreu em 25/05/1919, aos 51 anos, em Irvington, Nova Iorque. Teve apenas uma filha, aos 17 anos, Lelia Walker Kennedy, que herdou metade de sua fortuna a outra metade, foi doada às entidades filantrópicas). Ficou conhecida como Madame C.J. Walker.




Sofya Vasilyevna – Matemática e pesquisadora nascida em 15/01/1850 na em Moscou, Rússia, filha de um oficial de artilharia, foi a primeira mulher a ser nomeada para a Academia de Ciências da Rússia, e a terceira mulher a conseguir um cargo como professora na Universidade de Estocolmo. Também foi editora da seção de Ciências de um jornal de São Petersburgo e escreveu uma novela literária. Ficou conhecida por seu trabalho em equações parciais e de movimento rotatórios. Em 1888 ganhou o prêmio Borodin da Academia de Ciências da Suécia por seu trabalho sobre a rotação de um corpo rígido em torno de um ponto. É autora de vários livros e artigos científicos, inclusive um sobre os anéis de Saturno. Lecionou na universidade de Estocolmo. Foi casada com o paleontologista Vladimir Kovalevsky, que suicidou-se por causa das crises financeiras da família. Teve uma filha, Sofia. Morreu em 10/02/1891, de gripe, aos 41 anos, em Estocolmo, Suécia, após uma viagem de férias para Gênova. Está enterrada em Solna, Suécia.





Sylvia Earle - Bióloga marinha nascida em 30/08/1935, em Gibbstown, Nova Jérsia, EUA, Sylvia Alice Earle trabalha como exploradora para a National Geographic Earle, sendo a primeira mulher nomeada cientista chefe da NOAA. Em 1979 bateu recorde mundial de mergulho em profundidade e fez sete mil horas de pesquisas debaixo d’água, em 77 anos de vida. Foi cientista-chefe do Departamento Americano de Administração Oceânica e Atmosférica, pesquisadora das universidades da Califórnia e Harvard e atualmente é exploradora da National Geografic Society, aos 87 anos. Escreveu 150 publicações e recebeu vários prêmios por suas atuações. Em 1998 foi nomeada pela Time Magazine como a primeira Heroína pelo planeta. Porta-voz mundial da importância dos oceanos para a saúde do planeta e crítica feroz do sistema pesqueiro, é conhecida como “Sua Profundeza”, um trocadilho com “Sua Alteza”. Foi casada com Graham Hawkes e tem três filhos. Fundou três empresas, sendo que uma delas fabrica veículos para transitar em águas profundas. Liderou 70 expedições de pesquisas e mapeamento do solo marítimo, cujas imagens fazem parte do acervo Google Earth.

2 comentários:

  1. nelson4 de setembro de 2017 00:37

    Faltou Marie Rennotte, fundadora da Cruz Vermelha em S.Paulo, educadora e médica, foi responsável pela também pela fundação do Hospital da Crianças, que atendia desde 1917 crianças carentes. Foi uma grande pesquisadora sobre a saúde da mulher.

    ResponderExcluir
  2. carla vilaça6 de setembro de 2017 18:12

    Nélson, muito obrigada pelas informações. Já acrescentei no site e adorei saber sobre a vida de Marie Rennote. Ótimo feriado. Abraços, Carla Vilaça

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