quinta-feira, 17 de agosto de 2017

A mulher e a mídia!





Antes do Feminismo, na década de 50, o lugar da mulher era em casa, criando os filhos e cuidando do marido. Raramente ela tinha tempo para leituras ou passeios sem a companhia masculina. Como o seu dia se resumia às tarefas do lar, as revistas reafirmavam este papel, em publicidades que reduziam a figura feminina perante a sociedade machista. Interessadas no consumo, as empresas apresentavam suas inovações tecnológicas, sempre colocando a mulher como um mero objeto, desprovida de direitos e de sentimentos. Eram comuns propagandas em que enceradeiras, fogões e geladeiras eram oferecidos em páginas de revistas como a realização de todos os sonhos femininos, uma espécie de príncipe encantado que facilitava o dia-a-dia das donas-de-casa. Em cores variadas, como amarelo, vermelho e azul-claro, os eletro-domésticos eram apresentados como parte da decoração. 
Num tempo em que o mandonismo masculino ocupava as casas de todo o mundo, restava à mulher, aceitar a condição de subordinada de maridos, pais e irmãos. E, sem oportunidades no mercado de trabalho e impossibilitada de estudar, sua diversão era passar o dia encerando, cozinhando ou costurando. De vez em quando ela podia visitar parentes, sempre aos domingos, na companhia do marido e do filho, geralmente após a missa. A regra era ser contida nos sorrisos e prazeres, sempre focada na felicidade alheia.
É importante ressaltar que nem toda mulher aceitava esta imposição machista, mas permanecia subordinada ao marido por condições econômicas. Mesmo sendo humilhada ou reduzida ao papel de mãe, era difícil deixar o lar para tentar uma vida independente. Há algumas décadas, sem métodos contraceptivos, as mulheres tinham filhos praticamente todo ano e em caso de insatisfação, não eram aceitas de volta na casa dos familiares. Por causa desta situação, a mulher vivia num mar de sonhos que nunca se concretizavam e essa pode ser uma explicação simplória dos antigos romances em que os homens apareciam cheios de romantismo, ao contrário dos maridos grosseiros e desrespeitosos. 
O Feminismo foi um movimento das mulheres corajosas, insatisfeitas com o machismo, com o autoritarismo masculino sobre nossos corpos e mentes. Nós, ao contrário da propaganda acima, sabemos que nosso lugar não é apenas em casa cuidando dos filhos e do marido, mas é também na faculdade, no trabalho, nos bares, e onde mais quisermos. A publicidade, que ainda continua machista, faz mal uso da nossa imagem, nos colocando como escravas do sexo masculino. É verdade que houve uma evolução. Mas, ela só será total, no momento em que não mais permitirmos que nossas curvas vendam todo tipo de produto. 
A propaganda mudou: deixamos de vender enceradeiras para anunciarmos cerveja. A moda também é outra: as saias que antes eram longas, encurtaram e hoje, até pneus são vendidos com a ajuda de bundas femininas. Lindas, por sinal. Mas são pedaços de nossos corpos que ao serem usados em anúncios publicitários, também fortalecem a ideia de que somos objetos de uso masculino. Essa época de desvalorização já passou. Precisamos crescer e fazer os homens compreenderem de que somos mais do que sedução. Não estamos num açougue em que as carnes devam ser expostas para vendas. Somos dignas de respeito e valorização. E esse valor começa em casa e se estende para a empresa, aos amigos e na sociedade. As feministas fizeram muito, mas será que estamos continuando com os ideais ou paramos no meio do caminho? É apenas para pensar. 

Beijos, 
Carla Vilaça

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