Antes
do Feminismo, na década de 50, o lugar da mulher era em casa, criando
os filhos e cuidando do marido. Raramente ela tinha tempo para leituras
ou passeios sem a companhia masculina. Como o seu dia se resumia às
tarefas do lar, as revistas reafirmavam este papel, em publicidades que
reduziam a figura feminina perante a sociedade machista. Interessadas no
consumo, as empresas
apresentavam suas inovações tecnológicas, sempre colocando a mulher
como um mero objeto, desprovida de direitos e de sentimentos. Eram
comuns propagandas em que enceradeiras, fogões e geladeiras eram
oferecidos em páginas de revistas como a realização de todos os sonhos
femininos, uma espécie de príncipe encantado que facilitava o dia-a-dia
das donas-de-casa. Em cores variadas, como amarelo, vermelho e azul-claro, os eletro-domésticos eram apresentados como parte da decoração.
Num
tempo em que o mandonismo masculino ocupava as casas de todo o mundo,
restava à mulher, aceitar a condição de subordinada de maridos, pais e
irmãos. E, sem oportunidades no mercado de trabalho e impossibilitada de
estudar, sua diversão era passar o dia encerando, cozinhando ou
costurando. De vez em quando ela podia visitar parentes, sempre aos
domingos, na companhia do marido e do filho, geralmente após a missa. A
regra era ser contida nos sorrisos e prazeres, sempre focada na
felicidade alheia.
É
importante ressaltar que nem toda mulher aceitava esta imposição
machista, mas permanecia subordinada ao marido por condições econômicas.
Mesmo sendo humilhada ou reduzida ao papel de mãe, era difícil deixar o
lar para tentar uma vida independente. Há algumas décadas, sem métodos
contraceptivos, as mulheres tinham filhos praticamente todo ano e em
caso de insatisfação, não eram aceitas de volta na casa dos familiares.
Por causa desta situação, a mulher vivia num mar de sonhos que nunca se
concretizavam e essa pode ser uma explicação simplória dos antigos
romances em que os homens apareciam cheios de romantismo, ao contrário
dos maridos grosseiros e desrespeitosos.
O
Feminismo foi um movimento das mulheres corajosas, insatisfeitas com o
machismo, com o autoritarismo masculino sobre nossos corpos e mentes.
Nós, ao contrário da propaganda acima, sabemos que nosso lugar não é
apenas em casa cuidando dos filhos e do marido, mas é também na
faculdade, no trabalho, nos bares, e onde mais quisermos. A publicidade,
que ainda continua machista, faz mal uso da nossa imagem, nos colocando
como escravas do sexo masculino. É verdade que houve uma evolução. Mas,
ela só será total, no momento em que não mais permitirmos que nossas
curvas vendam todo tipo de produto.
A
propaganda mudou: deixamos de vender enceradeiras para anunciarmos
cerveja. A moda também é outra: as saias que antes eram longas,
encurtaram e hoje, até pneus são vendidos com a ajuda de bundas
femininas. Lindas, por sinal. Mas são pedaços de nossos corpos que ao
serem usados em anúncios publicitários, também fortalecem a ideia de que
somos objetos de uso masculino. Essa época de desvalorização já passou.
Precisamos crescer e fazer os homens compreenderem de que somos mais do
que sedução. Não estamos num açougue em que as carnes devam ser
expostas para vendas. Somos dignas de respeito e valorização. E esse
valor começa em casa e se estende para a empresa, aos amigos e na
sociedade. As feministas fizeram muito, mas será que estamos continuando
com os ideais ou paramos no meio do caminho? É apenas para pensar.
Beijos,
Carla Vilaça
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O blog foi criado em 2007, sem objetivos acadêmicos, embora tenha servido de fonte para eventuais trabalhos em faculdades. As informações contidas nele foram tiradas de revistas antigas, livros e internet.
quinta-feira, 17 de agosto de 2017
A mulher e a mídia!
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