sexta-feira, 10 de julho de 2015

Porque os homens não ligam no dia seguinte?

Quando uma mulher sai pela primeira vez com um homem, ela espera que no dia seguinte ele ligue comentando sobre o encontro, ou quem sabe fazer um novo convite. Mas, infelizmente, nem sempre isso acontece, deixando um sentimento de que algo não sai como esperávamos. Afinal, passamos o dia inteiro nos maquiando, nos perfumando, escolhendo a roupa que mais valorize o nosso corpo, e de repente, uma despedida fria determina que somente noite não fora tão promissora. E não é difícil imaginar o que as mulheres pensam, remoendo, quando se deitam no travesseiro que se enche de amargor pela decepção de não termos portado como imaginávamos.
A ideia de sair com um homem sempre foi e sempre será de encantamento. Não que o sexo masculino valha tanto ou menos. É que, naturalmente, seres opostos tentam uma atração para perpetuar a espécie. E então, como um pavão de asas abertas, seguimos a determinação da natureza em chamar a atenção do sexo oposto. Só que, assim como no reino animal, pode ser também que não dê certo conosco. E, quando isso acontece, quando não há atração, é melhor desistir, pois uma palavra, um gesto errado, pode indicar que aquele relacionamento não vai adiante. E não precisa ir muito além do que uma cebolinha nos dentes ou um escorregão na escada. É que a idealização não combina com o chão, o arroz com o feijão, a rotina. Nos livros a história de príncipes e princesas nunca termina e de certa forma, imagimos e sonhamos que com nossas vidas também aconteça isso, ou seja, no momento em que seríamos beijadas pelo nosso pretendente, tudo poderia acabar naquele instante, ou... um pouquinho mais além do que isso, mas com um final feliz porque tudo deu certo. Acordar no dia seguinte, só se fosse em meio a lençóis prateados de seda, com um lindo café da manhã. E todas nós, mulheres, sabemos, que ficção fica só no cinema mesmo.
Eu me desencanto a toa, tudo me desmotiva quando conheço ou saio à primeira vez com um homem. O jeito de ele se vestir, o jeito de falar e até as suas opiniões servem para que eu monte, na minha mente, um quebra-cabeças daquele ser promissor. Porém, desde que me casei, há onze anos, não me interesso por ninguém e isso me deixa mais tranquila, pois não há sedução que aguente o cotidiano, e se estamos juntos, mesmo com todas as dificuldades, elas acabam trazendo algum benéficio. Mas, antes do meu marido, tive alguns interessados que me envergonharam. Certa vez, saí com um cara lindo do meu bairro e fomos a um restaurante muito chique. Ao pegar um objeto no chão, que caiu, vi que estava descalço e o cheiro não estava legal. Nunca mais aceitei seu convite. Em outra situação, num carnaval, conheci outro rapaz, também muito fofo. Me apaixonei, mas o cheiro de suór embaixo do braço me irritava tanto que não o procurei mais. Mas, um terceiro foi pior: ao ser beijada por um carinha, observei que alguma coisa balançava e acho que era uma ponte de dente mal feita. Urghhhh...melhor não relembrar.
Mas, o que faz sermos tão diferentes em relação ao primeiro encontro com uma pessoa especial? Acho que é valorizar demais a situação, o objeto do desejo. Não porque há mais homens no mundo (meninos nascem mais, porém, morrem mais cedo, vítimas de crimes ou drogas), mas porque talvez nos desconsideremos pouco. Aprendi com o tempo que a paixão é cega, mas é necessária como um combustível. Precisamos dos homens e eles de nós e ponto. Não se fala mais nisso. Mas, a questão é: não se propramar demais com os planos de alguém que nos convida para sair. Pode ser que aquele homem não se interesse por nós, mas nos convidou porque está carente, ou quer apenas conversar, ou é gay.
Não podemos colocar expectativas em cima de outra pessoa para satisfazer as nossas vontade de preencher o corpo de carinho e o coração de amor. Os sentimentos simplesmente acontecem. Eu me programe tantas vezes para receber um príncipe, me arrumava, fazia planos de uma vida ao lado do pretendente, e depois, nada acontecia. Ao conhecer o Humberto, meu marido, fiz diferente: não deixei que meu peito se enchesse de sonhos. Eu sequer me despedi dele naquela noite em que dançamos juntos. Eu o desdenhei, acreditei que não era um príncipe encantado. E não é mesmo, aliás, muitas vezes é um sapo e bem chato. Mas, há momentos em que ele me deixa apaixonada. Tudo o que sonhei. Os bailes com vestidos de princesas são maravilhosos. Mas, até mesmo um príncipe encantador vai ao banheiro, toma café e sai cedo para o trabalho. A vida é assim: sem glamour, sem beleza eterna, sem planos. Se o homem não valoriza tanto o primeiro dia em que sai conosco, está passando da hora de nós, mocinhas, fazermos o mesmo, começando do começo: nada de expectativas do que pode não passar de uma noite.







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