domingo, 19 de junho de 2011

Surra na rua, vizinhos apáticos!!!

A violência contra a mulher, nos dias de hoje, é muito comentada e muitas vezes, denunciada por vizinhos ou parentes, que não toleram essa covargia. Porém, alguns anos atrás, ela era aceita e considerada por muitos, como natural, uma forma de consertar a mulher que "contrariava a moral da família". Na pré-adolescência, presenciei uma cena chocante, de agressão à mulher, na rua onde eu morava, no bairro Santa Efigênia, em Belo Horizonte. Uma moça linda, que sempre passava as férias na casa da avó, foi surrada pelo tio (marido de sua tia), que não aceitava o namoro dela com um desconhecido.
Era início da noite, quando vimos a Edna correndo pela rua e se agarrando às grades de uma casa para não ser arrastada pelo tio. Ela gritava e chorava, chamando a atenção dos vizinhos, que nada fizeram diante da cena chocante. Seus apelos foram ignorados, e por fim, ela foi levada para casa, a tapas, por aquele homem possuído pelo ódio (ou ciúme dela, talvez). No dia seguinte, Edna foi à nossa casa nos pedir desculpas pelo ocorrido. Mas, parece que ela venceu a batalha e na semana seguinte, ela estava novamente nos braços do namorado. Passei a admirá-la ainda mais! Pena que Edna perdeu para o amor: seu namorado de verão era um homem comprometido, que estava de casamento marcado.
Nunca mais via a Edna, pois me mudei de casa. Mas, seu ex-namorado, em nada se parece com o homem lindo que a conquistou. Ele casou, mudou de Estado e engordou muito. Se Edna o visse hoje, talvez se arrependesse da briga que enfrentou com a família para ficar com uma pessoa que, talvez, sequer se lembre dela. No entanto, é admirável como aquela mulher se expôs para fazer valer sua opinião. Já os vizinhos, continuam na mesma: como bois pastando, olhando a vegetação. Se alguém gritar e pedir socorro, talvez permaneçam em seus lugares, como fizeram há tantos anos. 

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