terça-feira, 8 de maio de 2018

Estudos nos ajudam em quê?

Fala a verdade: você já leu ou algum livro que ensina os homens a conquistarem as mulheres? Já participou de palestras ou debates, cujo tema principal fosse agradar a companheira na cama? Ou quem sabe tenha assistido vídeos no Youtube, que explicam como entender o sexo feminino? Pois é. Pode até ser que existam obras especializadas neste assunto, mas tudo o que li, até hoje, são dicas para nós, de como satisfazer os homens, como se eles fossem seres complicadíssimos e de satisfação misteriosa. Não é um machismo exacerbado, mas nos coloca numa posição de desvalor perante o sexo oposto.
Durante séculos a mulher tentou agradar o marido, mesmo não amando-o, pois aprendeu que o casamento se perpetuava com compreensão, e isso se referia às traições dele. Estes conceitos eram passados oralmente, e com a invenção dos jornais e revistas, eles passaram a ser transmitidos e registrados, de forma escrita. E não foi fácil reverter este quadro, o que só começou a mudar a partir do Feminismo, na década de 50 do século XX. Então começamos a reivindicar o nosso espaço, aos poucos, começando dentro do lar, desbancando os maridos, irmãos e pais, e depois brigando na sociedade. Conseguimos respeito mas ainda somos vítimas de brutamontes e covardes, que nos açoitam com castigos físicos e psicológicos, tanto em casa, quanto no trabalho ou na rua. 
E então surgiram os livros, que sem intenção de um discurso machista, acabam nos recolocando no lugar de onde saímos e que jamais queremos voltar. Pesquisas e estudos sobre as diferenças entre homens e mulheres vão muito além de simples normas e convenções e provam, por A mais B, que nosso cérebro é multifacetado. Isso explicaria o fato de fazermos várias coisas ao mesmo tempo enquanto os homens ficam no sofá em frente à TV, ocupados com o controle remoto, decidindo quem assiste o quê. Para os estudiosos, também somos mais ousadas do que os homens e por isso não temos vergonha de pedir informações ou ajuda a terceiros. 
Não sou contra os estudos, evidentemente. Mas, é que na prática, eles não favorecem a mulher. A definição de que somos multi-facetadas e multi-cerebrais acaba servindo como justificativa para o merecido descanso dos maridos, após o trabalho, enquanto à nós é reservado todo o serviço doméstico. Neste vai-e-vem de informações, somos prejudicadas, pois se restabelece o pensamento antigo de que nascemos para satisfazer os homens, já que a nossa constituição física e mental favorece este papel. Se nosso cérebro consegue digerir várias informações, como garantem os estudos, nosso estômago não pode dizer o mesmo, pois sofre de congestão crônica e precisa, urgentemente, se desfazer das baboseiras que andam servindo como justificativas para a preguiça masculina!




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