sábado, 2 de julho de 2016

Os brutamontes ainda não entenderam???

A violência doméstica acontece a cada minuto em todo o mundo, envolvendo anônimos ou famosos, sendo o caso mais recente, o da ex-modelo Luíza Brunet, há dois meses, mas só divulgado agora. Após uma briga por ciúmes, o empresário Lírio Parisotto teria quebrado quatro costelas da ex-modelo, que deu queixa no Ministério Público contra ele. O bilionário nega a acusação. Aos 54 anos Luíza Brunet disse que sempre teve sua vida particular preservada, mas que não poderia deixar essa agressão impune. Num site de relacionamento, ela aparece muito maquiada para esconder as marcas do soco no olho que teria tomado do namorado. Os dois estavam juntos há cinco anos. 
Não há justificativas para a violência, principalmente de homens contra mulheres. Não apenas pela força física masculina em detrimento da feminina, mas pelo fato de ainda sermos consideradas, por eles, como meros objetos, sem sentimentos, desmerecedoras de respeito e de sua admiração. Irritados, por motivos torpes, ameaçam, batem, esmurram, denigrem, matam-nos. Quem pensam que são? Homens mal amados!!! Sim, homens que não sabem o que é amar, que não têm empatia pelo outro, são frios e calculistas, que têm dentro do coração apenas pedras brutas, lascadas, imundas. Brutamontes que não aceitam recusas em suas ofertas de sexo chinfrim, que não sabem elogiar, não conseguem valorizar nossos talentos, que não sabem enxergar a riqueza das nossas almas, nos esmurram com suas patas nojentas. São ignorantes que não suportam a ideia de atrairmos outros homens, de sermos poderosas quando queremos, que somos lindas por dentro e ainda mais por fora. São fracos porque não sabem perder quando não os queremos mais. Aí matam. E o pior: o fazem com a certeza da impunidade. São calhordas privilegiado canalhas. É a Justiça falha de um país que protege os assassinos. Não toleramos isso e exigimos mudanças.
No mês passado uma adolescente foi vítima de estupro coletivo, armado supostamente pelo namorado dela. Alguns foram presos e outros, soltos por falta de provas concretas. Como assim, concretas? Só a falta de atitude diante de atrocidades já é um crime. Presenciar uma agressão é agredir também! Filmar, publicar na internet, curtir a violência, rir da situação não é apenas criminoso, é uma aberração! Estamos perdendo o senso de Justiça, que deve ser usada como um freio para atos insanos, impensáveis. Nossa sociedade está permissiva demais com os bandidos travestidos de maridos, de namorados, de paqueras ou amigos. O que estão fazendo conosco? E porque estamos permitindo? 
É verdade que ainda ficamos casadas por motivos financeiros, amorosos, etc, mas nem por isso somos obrigadas a aguentar marmanjos batendo em nossos rostos, nos desfigurando por qualquer bobagem atribuídas a nós. Independente de sermos mulheres, somos seres humanos, dignas de amor, de respeito, de carinho e ternura. A Justiça tem que ser enfática: bateu, recebeu prisão e pronto. Não tem que obrigar o uso de tornozeleira, oferecer indultos ou propor ao agressor uma distância da vítima. Isso é furada e não impede a violência. É preciso ter firmeza nas decisões e colocar atrás das grades o sujeito que se acha o dono da mulher, que não tem parâmetros para seus atos perversos. 
Os absurdos já não são novidades na mídia, mas a empatia está dando lugar, cada vez mais, ao egoísmo exacerbado de homens que acreditam serem os donos das mulheres. São covardes, assediadores, estupradores, agressivos, que pensam apenas em seus instintos mais primitivos, que não se colocam no lugar dos outros, que não sabem ouvir ou conversar, por falta de interesse, sadismo ou por falta de delicadeza mesmo. Acreditam os brutamontes que nós gostamos de safadeza, de desonestidade, da carne machucada. Estão enganados. Somos dignas de amor próprio e gostamos ser amadas. Quem não compreende isso não nos merece. 
Nós, mulheres somos unidas quando se trata de violência doméstica, mas sozinhas não conseguimos frear os inescrupulosos. A Justiça tem que estar ao nosso lado, já que denunciar o agressor não é fácil. A dependência financeira, os filhos, a exposição, faz com que as mulheres agredidas interpretem o tapa no rosto com um fundo romântico e justifiquem as humilhações como merecimento. Por isso a mudança deve ser no sentido também, de nos conscientizarmos de que não somos escravas do sexo masculino, sempre prontas a atendê-los em seus desejos sexuais, financeiros ou domésticos. 
Quase todo mundo já presenciou ou soube de casos de violência contra as mulheres mas nunca tomaram providências, denunciando o agressor à polícia. Temos a ideia de que na vida dos casais ninguém deve intrometer. Há muitos anos, eu e um namorado presenciamos uma discussão amorosa que me deixou muito chocada. Saíamos de um barzinho em direção ao carro, quando uma moça desceu a rua correndo atrás de um rapaz, implorando perdão. Irritado, gritando palavrões, ele puxou os cabelos dela e bateu sua cabeça no capô de um carro estacionado. O barulho foi apavorante e eu quis ajudar, denunciar, mas fui impedida. Segundo o meu namorado na época, "se ela estava apanhando era porque tinha feito algo de errado". 
Aquele discurso machista foi uma agressão contra mim e sofri como aquela moça, pois aquela frase me emudeceu. Mas, me ensinou: o homem que pensa com ignorância, que não me respeita, jamais terá o meu amor. É assim que se deve pensar: com respeito a nós mesmas. Dinheiro, conforto, paixão, nada é vantajoso, para a mulher, se não há amor. E de uma vez por todas: não somos sacos de pancada, não gostamos de ser humilhadas, não somos bonecas infláveis, não toleramos agressões! Somos dignas de elogios, carinho, admiração. O homem que não entender isso está na fase zero da maturidade. É um meninão cheio de insegurança, de defeitos, de inveja do sucesso da companheira. Pequeno demais para uma mulher que conheceu seu próprio talento e por isso, indigno de nossa atenção. 


5 comentários:

Envie comentários, dúvidas, reclamações ou sugestões para carlahumberto@yahoo.com.br