Depois de muitos anos, voltei a desenhar roupas, por não encontrar vestidos que me coubessem. Após a gravidez, engordei muito e as lojas não se preocupam com os obesos. Quando muito, encontramos túnicas que deixam o corpo parecendo um pote de guardar combustível. E é assim que me sinto, ao entrar numa vitrine com aquelas peças gigantes. Numa dessas procuras, decidi não experimentar mais nada. Irritada, mas entusiasmada, comprei tecidos e lápis macios, copiei um croqui da internet e passei a desenhar novamente, depois de muitos anos. Eu havia jogado fora meus materiais, por causa das reclamações da minha mãe, preocupada com a bagunça deixada pelos restos de lápis, borracha, e papéis espalhados. A vantagem de se ter a própria casa, é que arrumá-la ou não, é uma opção particular, e não mais imposta por terceiros. E meu marido não é de reclamar das minhas artes, o que me deixa a vontade para produzir meus desenhos.
Eu adoro ocupar meu tempo com aprendizado, e acabo incentivando outras pessoas. Como aconteceu com meus alunos que começaram a desenhar roupas, durante a aula de artes. E, quase cheguei a trabalhar como estilista, mas o salário era muito baixo, e a jornada, muito longa, com oito horas por dia. Além do mais, gosto de desenhar por prazer, não por obrigação. Na verdade, não sou tão criativa assim, e a minha empolgação é que talvez mascare uma inteligência que não tenho. Contudo, se isso servir para incentivar pessoas, fico satisfeita.
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Meu vestido de noiva, que desenhei |
Durante as aulas de estilismo, no Senac, eu pude tirar muitas dúvidas em relação à produção de roupas, no entanto, o mais interessante eram os colegas e a professora, que entre uma peça e outra, falava trechos de sua vida, de seus ex-amores, de seus pais. Eu me divertia muito naquele curso, depois de um dia estafante de trabalho. E, olhando para o passado, não sei como eu dava conta de fazer tanta coisa ao mesmo tempo. Claro que a juventude conta, mas eu acredito que os sonhos é que me impulsionavam, como o fazem hoje em dia. Eu realmente não paro, e só me dei conta disso, quando, num encontro de amigas na casa da minha irmã, elas me perguntaram como eu dava conta de trabalhar fora, costurar, bordar, cozinhar e cuidar do filho pequeno. Até então, eu não tinha pensado nisso, pois sou muito preguiçosa. Como elas são donas-de-casa e acham que o dia é pequeno, ficaram encabuladas com minhas produções. Talvez elas tenham razão. Mas, se eu tivesse um tempo extra, faria bem mais. E então, o dia ficaria enorme. É o meu sonho!
Carlitcha,
ResponderExcluirQue lindo! Nem que seja por hoby continue, a gente precisa alimentar nossos desejos, se eles nos fazem bem!
kátia Cardoso
katita, quanta saudade do tempo em que trabalhamos juntas. é um tempo que guardo profundamente para nunca mais esquecer pois nos divertimos muito e aprendi demais. acompanho todos os seus blogs, e acho ótimos. parabéns por ser tão orgnizada e conseguir fazer tantas coisas ao mesmo tempo. gosto demais de você, que é uma grande amiga. com carinho, carlitcha.
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