terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Tirando os canalhas das nossas vidas

Não sei você, mas eu já fui vítima de muitos caras que entraram na minha vida apenas para acabar com os meus dias e me deixar vulnerável, com uma sensação de que fui idiota mais uma vez. Esse tipo de homem, a quem chamo de "romanceopata", faz estragos no coração de uma mulher apenas pelo desejo de fazê-la sofrer, arrastando-se aos pés dele, enquanto esnoba a besta apaixonada por seus encantos fictícios. Nem sempre são atraentes, mas sabem conquistar e fazer chamego como ninguém, muitas vezes ocupando o buraco deixado por outro canalha como ele. E é assim que caímos no conto do príncipe falso. Porém, com o passar do tempo, fui aprendendo a detectar os imbecis e me desvencilho deles com facilidade, não importa o tamanho da minha paixão. Mas não têm um perfil facilmente detectável. Podem ser adolescentes ou velhos, ricos ou pobres, com ou sem filhos, um homem destes não respeita ninguém, principalmente as mulheres. Não têm ética e gostam de "passar a perna" nas pessoas, desde que aprenderam a sentir prazer na dor alheia. 
Na juventude eu adorava curtir as baladas, ir a barzinhos e danceterias, onde sempre conhecíamos alguém que nos prometia amor eterno, mas que não cumpriam a promessa. Com a alma ainda limpa, eles acabavam provocando em nós muitas cicatrizes, quando dava "bolo" na semana seguinte e acabávamos sozinhas por termos acreditando naquele crápula. E foi lá, na noitada, que aprendi a não só me livrar dos engraçadinhos, como a arremessá-los para o inferno através de uma resposta bem dada. Certa vez, numa danceteria, conheci um carinha interessante, que prometeu amor eterno e não me buscou para sairmos conforme ele havia prometido. Passados 4 anos, nos reencontramos no mesmo local, e sem se lembrar de mim, me "cantou" novamente. Lembrei-o do ocorrido, na frente de seus amigos, virei as costas, e pude ouvir a gozação que ele levou. Da pista de dança, eu me deliciava ao ver seu sofrimento. Coisas de menina-moça aprendendo a se fazer respeitada.
Em outra situação, após o divórcio, me apaixonei por um colega de academia, que me prometia amor eterno, e passou a me desdenhar quando percebeu que já havia me ganhado. Se antes ele me esperava para fazer ginástica, passou a ir mais cedo ou mais tarde, quando eu não estava no local, e não atendia mais minhas mensagens. Pura covardia. Minha resposta foi trancar a matrícula e não voltar nunca mais àquele lugar. Os anos se passaram, eu o esqueci e não planejava vê-lo novamente. Como moramos perto, passei a evitar qualquer espaço que pudéssemos nos encontrar. Mas, foi num supermercado que ele veio correndo me cumprimentar, acreditando que mais uma vez eu cairia em seus encantos. No entanto, não foi o que ocorreu. Fiz perguntas muito simples, não dei importância para o que dizia e ele pediu que eu o adicionasse em meu celular. Não cumpri a promessa. Joguei fora seu número assim que cheguei no carro, onde uma música lembrava o nosso romance. Respirei fundo, entrei na garagem de casa, peguei as compras e subi para o apartamento. Feliz e aliviada. Afinal, acabara de tirar da minha vida mais um calhorda. Atitude de uma mulher, agora madura, aprendeu e exige ser respeitada.

Carla Vilaça


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