segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Quando a luz está distante!

Eu nunca fui uma pessoa discreta, destas silenciosas que guardam grandes segredos, seus e dos outros. Sou falastrona e gesticulo muito para me comunicar, chamando a atenção das pessoas, principalmente porque minha voz é muito grossa e minhas mãos enormes. Hoje em dia, depois de tantos anos aqui na Terra, não me incomodo mais com os comentários maldosos a respeito destas particulares, mas elas já foram alvo de bullying na escola e no meu trabalho. Mesmo avessa às fofocas, acabo virando assunto preferido de colegas maldosos, que encontram em mim, algo que não conseguem ser. E, como aprendo com a vida, se antes eles eram um problema, atualmente, me fazem sentir uma pessoa especial, capaz de atitudes que estas pessoas não têm.
Ser diferente é ser corajoso, ousado, capaz de carregar uma parcela de culpa pela inveja dos outros, pois a capacidade de certos desafios não é destinada aos covardes. E dói ocupar um lugar que se deseja e não se consegue, por medo de sair do igual, do comodismo. Tudo meu é muito intenso e visceral. Situações do tipo "arroz com feijão" ou "água morna" para mim, não funcionam, pois sou impulsionada pelo amor e pela paixão, seja pelo trabalho, pelas pessoas ou até mesmo com relação a tarefas simples, como escrever ou lavar vasilhas.
Mudar pode causar sofrimento porque implica em alterações, mentais, psicológicas e às vezes, físicas, e é por isso que as decisões que tomamos exigem de nós tantos pensamentos antes da "batida do martelo". Somos, constantemente, bombardeados pelo medo do desconhecido, como se estivéssemos num túnel em que a luz para a saída está num ponto de difícil acesso. Então, é preciso coragem para atravessar os obstáculos, que podem acarretar em sofrimentos durante o percurso. Para evitar esta dor, é que muitas pessoas se acovardam e permanecem no mesmo lugar, que elas já conhecem e que não oferecem perigo.
Quando conhecemos o mundo do amor, deixamo-nos ser levados pelos sentimentos e criamos uma coragem até então desconhecida por nós. É o coração que manda e ele é sedento de carinho, necessitado do ser amado, cuja presença se torna vital para sua sobrevivência. Ancorados nesta vontade pelo outro, somos capazes de matar ou morrer, como se ignorantes fôssemos até o fundo da alma. O campo amoroso não é protegido pelo academicismo ou pelas experiências românticas que tivemos. Sempre que amamos, o fazemos diferentemente das paixões antigas, como se para cada enamorado nos exigisse um coração virgem de carinhos. 
Por outro lado, quando não estamos amando, ou deixamos uma grande paixão, nos sentimos estraçalhados, cortados na diagonal, por uma faca imaginária, que demonstra que alguém passou por ali, fez estragos e foi embora. É assim que me sinto hoje. O choro por um amor partido dá nós em volta do meu ser e me deixa solitária, como se eu jamais tivesse amado alguém. Já não sei quem sou, perdi a noção do romantismo, esfriei meus sentimentos. Tenho dificuldades em preencher meu coração com outro homem. 
Já faz um ano que me separei e não encontrei substituto para meu ex-marido. Tenho culpa nisso por faço comparações. É preciso entender que tudo acabou. Foi tudo muito rápido, como começou. A mudança, no meu caso, não foi difícil. O que está complicado são os desafios que encontro no meio do caminho. A luz deste túnel está muito distante e estou gastando meu combustível para alcançá-la. As pedras são enormes e minhas pernas estão cansadas. Mas, não desisto. Estou certa de que a qualquer momento eu chego até a saída. Por enquanto, vou vivendo com a segurança de que fui responsável pela minha escolha. Agora, o destino, não tenho ideia de como ele será.


Beijos

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