quarta-feira, 1 de junho de 2016

Gorila não vale mais que uma criança!

Não sou apaixonada por animais e por isso tenho dificuldades em compreender a paixão exagerada de algumas pessoas por seus bichos de estimação. Muitos são tratados como membros da família, dormem na cama com seus donos e deles recebem beijos na boca. Nada contra, mas animal é animal, por mais simpático que ele seja. Não são humanos, não tomam banho todos os dias, não usam o vaso sanitário, e nem escovam os dentes após as refeições. Tudo bem que há pessoas que não se importam com a higiene, mas ainda assim bichos são seres irracionais. A paixão por eles não modifica esta condição. Um animal vive de acordo com suas necessidades e por isso a estranheza de ver cachorro usando roupas e sapatos, acessórios que seriam indispensáveis, uma vez que têm proteção natural contra o frio. 
O fato de não gostar de animais não significa que eu machuque ou sinta prazer em ver massacres de bichos, domésticos ou selvagens, como acontece em várias partes do mundo. Não compartilho da insanidade de sacrificar elefantes por causa dos dentes, para aproveitar o marfim, nem compactuo com a morte de tubarões por causa de suas barbatanas, que acreditam alguns, são afrodisíacas. Apenas não me sinto a vontade com pêlos, escamas e peles. No entanto, essa dificuldade é minha e não me importo com o amor do meu filho pelos bichos. Ao contrário de mim, ele vive atrelado aos cachorros dos primos e tem sempre um bichinho de estimação silencioso (peixinhos), já que onde moramos é proibido animais.
Reforçando a ideia, não suporto é o exagero. Certa vez, fui visitar uma amiga e o cheiro de urina estava impregnado pela casa. Não tive coragem de tomar um café nem de sentar no sofá tamanha quantidade de pêlos espalhados nas almofadas. E da sala, enquanto conversávamos, pude perceber o cãozinho dela se arrastando pela cama repetidas vezes, num vai-e-vem engraçado, da cabeceira ao pé. Diante da minha curiosidade, minha amiga explicou que aquela era a maneira do bichinho coçar o bumbum porque ele estava com vermes. "Oxiúros????!!!", perguntei. Ela apenas sorriu e eu fui embora enojada pela situação. Já uma colega de trabalho gasta um salário por mês para cuidar dos cachorros que tem em casa: mais de dez. Segundo ela, uma paixão que não tem preço! Então tá!
Mas o que me choca mesmo é o peso das vidas, quando a do animal parece ser mais importante do que o ser humano, como no caso da semana passada, em que uma criança de quatro anos caiu no fosso dos gorilas, nos Estados Unidos (ver link https://www.youtube.com/watch?v=SETDWlmKptk). Após ser arrastado pelo enorme animal, a polícia concluiu que o menino corria risco de vida e sacrificou a gorila. A meu ver, foi a atitude correta e, sinceramente, acho que demoraram demais para matar a fera. O menino gritava, enquanto era examinado pelo gorila, foi arrastado e em algumas cenas não se sabe sequer o que ele fez com a criança. Mas, aos olhos de algumas ONGs protetoras dos animais, não havia necessidade do sacrifício e ameaçaram processar os pais da criança por negligência. No palavreado comum, é o mesmo que dizer: "Vocês acabaram com uma vida por tão pouco". E eu me pergunto: que vida? que pouco? Fiquei pensando se esses engajados são pais e mães, se se colocaram no lugar do menino ou da família dele. Não! Eles estavam preocupados com o gorila!. Quer saber? "Que se dane o gorila, que se danem seus defensores". Todo ser merece viver. Mas não me façam comparação entre um ser humano e um animal. Seja ele pequeno ou grande, sempre será animal. Seres humanos não têm preço. Defender animais é uma coisa. Colocá-los à frente de uma criança é outra coisa!



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