Os movimentos sociais
acontecem quando algo precisa ser mudado e a população, já exausta, passa a
exigir providências. Foi o que aconteceu com o Feminismo, na década de 50, que
tinha por objetivo garantir às mulheres, os mesmos direitos do homem, seja em
empresas, em casa e no meio social. Até então, o sexo feminino era considerado
inferior ao masculino e tínhamos como destino a vida no lar, ao lado do marido
e dos filhos. Os dias eram ocupados com afazeres domésticos, culinária e
artesanato. À mulher era quase tudo proibido: votar, estudar, trabalhar e fazer
sexo antes do casamento.
Era como se o corpo feminino
não tivesse desejos e servisse apenas para satisfazer os homens. Muitas vezes,
os casamentos eram arranjados entre as famílias e a mulher era obrigada a viver
com aquele homem pelo resto da vida, enquanto ele podia, ao menos, ter uma ou
várias amantes. Era vergonhoso que uma moça se casasse grávida e quando isso
acontecia, ela era expulsa de casa ou enviada para casa de parentes e na volta,
a criança geralmente era batizada como filha do pai dela. A noite de núpcias
acontecia sem carinho e sem respeito pela mulher que via sexo pela primeira
vez.
Cansadas de serem coadjuvantes
na vida, algumas mulheres resolveram lutar para conseguir mudanças. Reunidas, elas foram às ruas com cartazes exigindo seus
direitos e fazendo denúncias dos abusos cometidos contra patrões e maridos. E,
como todo movimento, o Feminismo teve ideias radicais e por isso nem sempre
foi aceito por todos os membros da sociedade, incluindo aí outras mulheres que mantinham
uma visão tradicional sobre o papel feminino na sociedade. Filhas de pais
conservadores, elas crescem com a ideia de que à mulher bastava ter filhos e fingir que era
feliz no casamento. Já para as feministas esse discurso não satisfazia. E foi a
partir da luta destas pioneiras que hoje temos emprego, escola e casamento por amor.
Mas, ainda falta muito o que
fazer, como a garantia de um salário igual ao dos homens, o direito ao aborto e
uma lei eficaz no combate à agressão verbal e física praticada em casa ou no trabalho. Porém, a mudança maior se dá entre nós, mulheres, dentro do ambiente
familiar, quando não aceitamos imposições dos homens da casa e denunciamos as
agressões. Não podemos ser vítimas de machistas inescrupulosos que se acham
donos de nossos corpos e mentes. Temos sonhos, anseios, desejos e eles devem
ser respeitados. É do interno para o externo que as mudanças acontecem.
Enquanto houver aceitação e imposição dos homens sobre nós, continuaremos
vítimas de ignorantes, assassinos, assediadores, violentadores, covardes. Não
somos capacho. Somos mulheres e merecemos respeito.
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