quarta-feira, 2 de julho de 2014

Não convence!

Um comercial de TV, para ter efeito, tem que ter a proximidade da cena com a realidade. É preciso que o telespectador se veja na situação do protagonista, para comprar determinado produto, ou se ver espelhado nele, para ter uma mudança em seu comportamento. E, se for utilizada uma personalidade pública na propaganda, as chances de sucesso são ainda maiores. Pois não é o que acontece num comercial veiculado atualmente, em que a apresentadora Fátima Bernardes sugere a compra de linguiça defumada. Na cena, ela veste calça vermelha e blusa branca, que são as cores da embalagem do produto, e começar a propaganda, soprando a comida, numa menção de que o aroma está ótimo. Ao final, o sopro, na verdade, é demonstrado de que o sucesso do preparo é a linguiça da marca que ela utiliza. Em seguida, ela aparece sozinha à mesa, comendo do guisado.
Apostando na credibilidade da apresentadora, a cena não convence. Por vários motivos: o primeiro deles, é que não se sopra a comida, como ela faz. Depois, Fátima aparece arrumada, maquiada e bem vestida, ao contrário da maioria das donas-de-casa, que conhecem bem os respingos de comida. Já provando da linguiça, Fátima Bernardes faz uma boca meio torta, numa imagem que não agrada. A ideia que se tem é que ela saiu direto de seu programa, para a gravação do comercial. Se ela prepara a comida para a família, não deveria aparecer sozinha, comendo o que preparou. Quem cozinha, sabe, que fazer um panelão de comida para si mesmo, é surreal. Ainda mais, quando se prepara uma mesa como se recebesse visitas.  
Fátima Bernardes gosta de demonstrar que separa a família de sua profissão, mas sempre aparece nas revistas com os filhos e o marido, em cenas do cotidiano, deixando transparecer sua vida pessoal. Já no início do namoro com o também apresentador William Bonner, ela apareceu, em 1991, num programa do Faustão. Alguns anos mais tarde, ela anunciou sua gravidez de trigêmeos, da mesma forma, em rede nacional. Se era para esconder, para quê aparecer? De lá para cá, as aparições do casal tornaram-se constantes. Mas, se Fátima Bernardes, embora diga ao contrário, gosta de aparecer com a família, isso deveria ser usado a seu favor neste comercial. Seus filhos poderiam estar à mesa, provando da comida que ela faz. Eles não precisariam aparecer de frente, mas, depois de tanta exposição, não seria novidade seus rostos na TV.
Fátima Bernardes (foto da internet)
Fátima Bernardes é uma boa apresentadora, mas de telejornal. Para se fazer um programa diário, é necessário se despir da rigidez das notícias, e isso ela ainda não conseguiu. Segurando a ficha o tempo todo, ela não consegue improvisar muito bem, se enrola e se constrange com algumas situações e sempre que surge uma oportunidade, faz questão de mostrar que sempre foi uma boa-moça, boa aluna, boa esposa, boa filha, ou seja, aos 51 anos, isso já não faz mais sentido. Todos temos defeitos, e o telespectador gosta de humanizar seus ídolos, para tê-los como exemplos. Se sua imagem, impecável, ajudou a alavancar sua carreira como apresentadora, ela não satisfaz à frente de um matutino, em que a liberdade de movimentos e de opiniões é o mais importante. Ela mostra, com suas dificuldades, que "não leva jeito para a coisa".
 O programa de Fátima Bernardes, que começou com expectativas do público e da emissora e passou por várias mudanças, de cenários , diretores, continua o mesmo: muito ruim. Há de tudo um pouco, e tudo ali é quase nada. Apesar da disposição da Globo, Fátima não agrada em cheio, como se pensava. Sua imagem, por si só, não faz um programa dar certo. Fátima não está mais à frente de um telejornal, e deveria relaxar, se permitir ser mulher como qualquer outra, que trabalha e tem dificuldades para administrar o tempo. O público gosta de pessoas comuns, embora bem-vestidas, com uma vida distante da sua, mas que exponha seus sentimentos. Talvez Fátima Bernardes tenha que se desnudar da imagem do passado e se tornar uma mulher, madura, com voz firme e sem medo de ser ridícula. Se apresentar muito doce, com uma voz as vezes trêmula, infantil, não garante confiança. À frente de um programa, é preciso muito mais do que isso: é necessário ter ousadia, em primeiro lugar, seguida de espontaneidade, autenticidade. E são estas características que faltam à apresentadora.

4 comentários:

  1. Antes era o Roberto Carlos e o Tony Ramos, graças que sumiram do mapa, agora é essa que já ninguém aguenta......

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  2. você tem razão, Eraldo. são chatos mesmo. Obrigada pelo comentário. abraços, Carla Vilaça.

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  3. Eu não tenho paciência pra ver o programa dela, pois além de não ter nada de interessante é chato e ela não convence...

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  4. verdade, josiane, não tem graça nenhuma este programa. beijos, obrigada pelo comentário. carla vilaça

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