quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Leitura, só se for com paixão!!!

Escrever é um vício, e minha facilidade com as letras vem do gosto pela leitura. Mas, se por um lado não vejo dificuldades em colocar minhas idéias no papel, esse é o maior desafio atualmente nas escolas. Com o advento da internet, esses hábitos - leitura e escrita - se tornaram ainda mais difíceis. Quando criança, havia sugestão de livros para que lêssemos durante o ano, uma obrigação que se tornou prazerosa nas salas de aula. Foi assim, que aos onze anos de idade, me apaixonei pela mitologia grega, com seus textos complexos e histórias profundas, jamais esquecidas.
Mais tarde, já na adolescência, comecei a ler os clássicos brasileiros, como Machado de Assis e José de Alencar, sendo este o meu preferido pelo romance e pela forma com que tratava as mulheres. As tramas enchiam meu coração de esperança de encontrar um grande amor, mesmo com um século de diferença entre mim e a protagonista. E eu "viajava" no passado, me imaginava linda, sedutora, sem maquiagem, conquistando homens inteligentes, apenas pelo charme.
Mas, se a leitura veio com prazer, a escrita surgiu a partir de susto. Aos 19 anos, conheci um garoto em Divinópolis e precisava me comunicar com ele através de cartas, uma vez que não tínhamos telefone em casa e o celular ainda não havia sido inventado. Procurei a ajuda do meu pai, que sempre escreveu muito bem e fiquei tranquila. No entanto, ele fora frio em relação às investidas do meu pretendente, dizendo que o beijo pedido por ele seria deixado para quando eu ficasse mais velha. Apavorada, reescrevi a carta, e a partir daí, resolvi fazer tudo sozinha. E, como cada correspondência demorava uma semana para chegar, havia bastante tempo para enfeitá-las com florzinhas, corações e muito perfume. Minha relação com o Robson foi muito rápida, mas deliciosa. Ela não se aprofundou por causa da distância, mas ficou uma saudade e um aprendizado: graças a ele, hoje escrevo cartas de amor como ninguém.
 
 
 

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