segunda-feira, 4 de junho de 2012

Minha pequena Divinópolis!!!

Quando vou trabalhar, gosto de ouvir no carro, músicas românticas, bregas e antigas, que me fazem pensar, refletir sobre a vida. E uma, em particular, me deixa melancólica: "Meu Pequeno Cachoeiro", de Roberto Carlos. Como vários migrantes, ele saiu de sua cidade para tentar a sorte em outro Estado, com a certeza de que um dia voltaria para casa, mas isso nunca aconteceu. A nova vida o fez mudar, e os bons momentos de criança ficaram no passado e permanecem num canto do cérebro apenas para serem relembrados, não mais vividos.
Com sete anos de idade, saí de Divinópolis para morar na capital, e só voltei à minha cidade para visitar parentes. Já se passaram muitos anos, mas a memória é fresca, por causa do forte sentimento em relação aos momentos vividos e das pessoas que deixei. Antes que a minha casa fosse destruída, pedi licença à nova proprietária e visitei, com olhar de saudades, o espaço onde vivi antes de sair de lá. Hoje, sequer há resquícios da antiga construção.
A casa, para uma criança, não é apenas um espaço de proteção das intempéries ou um cantinho onde ela brinca. Representa um pedaço de si. Meu quarto, com as caminhas feitas pelo meu pai, marceneiro, e impecavelmente arrumadas pela minha mãe, mais a cômoda e o chão vermelho, não saem do meu pensamento. Até os lagartos que apareciam no palanque do quintal, deixaram saudades. A vizinhança, as casas - já reformadas - a venda do seu Gabriel, o leite em saquinhos pequenos, a rua de pedra, tudo permanece na minha mente, como se nenhuma mudança fosse feita pela modernidade.
A saudade dói, mas não há remédio. Cantá-la em música ou declamá-la em poesia, é uma catarse, mas não tenho este talento. Fotografo Divinópolis  em vários ângulos, visito os locais onde vivi, mas o sentimento de angústia permanecerá para sempre. Minha cidade fez cem anos no último dia primeiro de junho, e como uma pessoa que ama, desejo o melhor para ela. Que continue crescendo, deixando marcas em pessoas, que como eu, são saudosistas, guardam num canto do coração, cada cantinho daquele lugar. Parabéns, Cidade do Divino!!!



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