quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Violência nas escolas!

Desde que fui agredida verbalmente, no ano passado, por uma mãe de aluno, perdi a vontade de dar aulas para crianças. Eu acabara de chegar da licença maternidade, havia deixado meu filho com parentes para trabalhar, e ouvi absurdos de uma mulher que me acusara de obrigar seu filho a almoçar. Na verdade, o menino já havia repetido a comida três vezes, estava com a boca cheia e mentira para a mãe, que sem perguntas, passou a me destratar na frente de alunos, funcionários e pais. Não sou de aceitar desaforos e,  busquei ajuda da direção, que nada fez. Apenas não desci no nível dela, que era o mais baixo que já conheci.
Depois deste episódio, procurei a Secretaria de Educação da Prefeitura de BH, que também não tomou providências a este respeito. Desde então, a cena, deprimente e tensa, me vem à cabeça a todo instante. Mudei de escola, mas a vontade de cuidar de crianças se foi. As historinhas infantis que eu contava e os trabalhinhos escolares me dão arrepios. Tenho vontade de chorar e mandar os personagens de volta para os livros e trancá-los com cadeados fortificados. O ambiente escolar, a gritaria da criançada e o cheiro da merenda me causam angústia. Eu apenas cumpro meu horário de serviço, mas não sou eu quem está ali. Ser humilhada na frente de colegas e acusada por uma coisa que não se fez, é terrível. 
Não estou sozinha na escala das agressões a professores. Elas se tornaram rotina desde que os pais entraram nas escolas para escolherem  a direção através de votos. Os diretores, para se manterem no cargo, adulam a família, colocando muitas vezes, os educadores em segundo lugar. Além do mais, a criança é ouvida e levada em consideração sobre os absurdos que diz em relação ao adulto, utilizando-se de suas fantasiais, baseado na crença de que criança nunca mente. Assim, ela chega em casa contando o que quiser, e os pais, no dia seguinte, tiram satisfações, agridem e ofendem o professor, sem provas. Muitas vezes, por medo, é comum o educador não processar o pai agressor. Outro agravante é a fuga das testemunhas, que preferem não se envolverem em "confusão" e alegam que nada viram. Isso não é cidadania, é covardia.
No processo que movo contra a PBH, não conto com ninguém, a não ser com documentos. O ser humano é muito falho e é comum se esquivar de problemas. Ele prefere reclamar que o Brasil não tem jeito, que os políticos são corruptos, que a máfia toma conta do país. Só se muda uma sociedade, quando se tem consciência de seu papel dentro dela. Passar pela vida sem se comprometer, é o mesmo que não viver. É no mínimo, vergonhoso!!!

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