terça-feira, 22 de março de 2011

Auto-estima




Aos 15 anos de idade participei de um concurso de beleza no Colégio Pompéia, onde eu cursava o primeiro ano do Ensino Médio. Fui a eleita da minha sala, mas não me classifiquei para a final. Na verdade, não me importei com o resultado, pois sabia que não tinha chances num universo de meninas lindas. O que mais me interessou no concurso foram os ensaios, que coincidentemente, aconteciam durante as aulas de Física, Química e Matemática, e sair delas era um alívio para quem odeia cálculos.
E nos bastidores do concurso tudo era divertido. Fiz muitas amizades e arranjei um namorado, 10 anos mais velho do que eu, irmão do professor de Biologia. Aos 25 anos, Tião fazia o especial do colégio e as meninas eram loucas por ele. Quando anunciei nosso namoro entre as colegas, a notícia se espalhou rapidamente, houve ciúmes por parte das estudantes e me senti vaidosa. O namoro terminou cinco meses depois, sem muito comprometimento.
Oito anos depois, vi Tião com família formada numa pizzaria: estava com esposa e duas filhas. Discretamente fiquei olhando aquela cena e me imaginando no lugar daquela mulher. Eu estava de namorado novo e apaixonada. Tião era passado, mas, um dia, fizera parte da minha vida. 
Esse concurso de beleza levantou minha auto-estima duplamente, mas com certeza, serviu apenas como pano de fundo para uma adolescência cheia de possibilidades e fantasias.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Envie comentários, dúvidas, reclamações ou sugestões para carlahumberto@yahoo.com.br